Conrado
Saquei na hora o porquê Ronaldo encarou a mim e a Ricardo com raiva. O motivo de sua fúria era loira, alta, gostosa e estava parada diante de nossa mesa. Vi que Simone olhou para ele e em seguida para nós, parecendo um pouco surpresa ao ver o promotor ali. O desconforto era palpável, mas ela conseguiu disfarçar muito bem, virando-se para mim e para Ricardo, sorridente.
— Não sabia que vocês dois se conheciam — Simone disse, interrompendo o silêncio.
— Conrado e eu somos amigos de longa data — respondeu Ricardo segurando o menu em mãos.
— Interessante! — Os olhos dela brilharam enquanto alternava entre mim e Ricardo.
— Você continua cada dia mais deslumbrante, Simone. — Ricardo disse aplicando uma cantada descarada. Simone abriu um novo sorriso e eu quase bufei emputecido. O Ricardo precisava ficar jogando charme para ela daquele jeito?
— Obrigada, Ricardo. Você é sempre muito gentil — agradeceu ela em tom cordial. — Já escolherem o que vão querer para o jantar?
A pergunta feita por ela pareceu muito complexa na minha mente. Tudo se tornava muito confuso para mim quando estava com Simone. Desde que a vi na delegacia, senti algo estranho e assustadoramente provocante, sensual e luxurioso nela. Aquela mulher exercia um poder muito forte sobre o sexo oposto. E a comprovação disso, era o modo como eu, Ricardo e até mesmo Ronaldo, que nos encarava na outra mesa, olhava para ela. Todos estavam sentindo a mesma fome e não era de comida.
Aquela constatação me deixou ainda mais puto. Passei um das mãos pelo cabelo e tentei manter o domínio de mim. Desviei meu olhar e me detive na carta de vinhos. Precisava me concentrar em algo que não fosse nela, mas foi inútil. Ricardo falava melosamente, deixando tão explícito o desejo que sentia por Simone, que a minha fúria somente crescia mais e mais. Suspirei fundo e ergui os olhos, encarando os dois.
— E então, já escolheu o que vai querer para o almoço, Conrado? — ela indagou com aquela voz sexy e baixa, que saia em tom quase musical de sua boca coberta por um batom vermelho.
— Eu vou querer o mesmo que Ricardo — respondi deixando o menu sobre a mesa, enquanto meu pau se avolumava dentro da calça.
Os pensamentos pornográficos vieram, me deixando um pouco irritado. Havia reparado na cor do batom desde que pousei os olhos nela, mas o efeito que aquilo causou em mim, foi retardatário. Somente agora, fixando meu olhar em seus lábios que se moviam lindamente quando ela falava, é que o tesão me atingiu.
Eu estava doido para sentir aquela boca de batom vermelho engolindo meu pau e circulando a língua na extremidade. O desejo era tanto, que minha mente vagueava imersa em libertinagem. Imaginei como seria seu corpo nu. Os seios que pareciam perfeitos, as coxas torneadas e duras e, por fim a bunda maravilhosa, redonda, com os gomos avantajados. Tudo do jeito que eu gostava.
— Você confia no meu gosto tanto assim, Conrado, para me deixar escolher por nós dois? — A voz de Ricardo me trouxe de volta a realidade. Pisquei rapidamente e sorri de canto.
— Claro que sim. Sei que você tem bom gosto. — E outra vez as frases dúbias se faziam presentes.
— Bem, então vamos querer duas porções de carpaccio e para beber o vinho da serra de número 7 da carta — disse Ricardo fazendo o pedido por nós dois.
Simone anotou tudo em um bloco que mais parecia uma planilha de tão grande e sorriu charmosa. Percebi que era muito fácil para ela agir daquela forma. Que não fazia aquilo para chamar a atenção ou para seduzir. Ela fazia porque estava acostumada a sorrir com naturalidade. Um sorriso atraente, eu sabia. Mas aquele era o jeito dela. Simone era uma sedutora nata.
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Desejo em Julgamento - Degustação
RomanceConrado Guerra abriu mão da advocacia e agora é delegado da polícia federal. É um homem muito bonito e dono de uma personalidade forte e decidida. Após a morte de sua mulher, ele criou sozinho o filho Guilherme, de 8 anos. Gui é a sua vida, o seu be...