CAPÍTULO 10 Dois dias depois

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Aquele hospital me dava raiva, não tinha nada para me divertir, nem mesmo um programa de TV e meu celular sem wifi não prestava para nada. Alexandre quase não vinha me ver mas mandava uma ou outra mensagem de texto para ver se estava bem, eu estava com medo de que ele tentasse fazer justiça com as próprias mãos.
Nada acontecia em meus dias, eu estava a uns 3 ou 4 dias internada e estava começando a ficar meio deprê por ficar sozinha naquele quarto, parecia que nem mesmo Hana queria ficar comigo, já havia desistido de esperar por alguém quando a Hana resolveu aparecer trazendo uma mala com roupas limpas, maquiagem e um buquê de rosas vermelhas, ela pegou um papel e me entregou, nele dizia que ganharia alta no dia seguinte às 16:00 da tarde.
Na manhã seguinte nas vésperas de ganhar alta do hospital tudo estava agitado, médicos correndo pelos corredores, enfermeiras para todos os lados, entrando e saindo dos quartos como se procurassem algo ou alguém o que realmente estavam fazendo.
Todos esperavam encontrar uma fugitiva da área psiquiátrica, ai eu fico me perguntando por que alguém fugiria de um lugar tão bom de ficar? Comida na hora certa, roupas limpas, passeios pelo Jardim dos fundos e visitas do doutor mais gato de todo o hospital, só esperava que não fosse uma psicopata e que não viesse parar justo no meu quarto.
A manhã toda foi aquela agitação por sorte a garota estava dentro do hospital na pequena sala de oração falando coisas que para os médicos ficaram sem lógica mas para mim faziam muito sentido, ela chamava por um garoto e o chamava de meu amor, ela estava chorando muito pedindo para morrer ao seu lado,  aquilo que fazia lembrar das promessas de Jonathan e das crises de ciúme dele, pensei muito sobre essas coisas, sobre as palavras da garota,  estava em outro mundo quando Doutor Henry entrou com seu sorriso torto que faz todas as garotas se derreterem de amores.
-Pronta para receber alta guerreira?
-Claro doutor.
-Pode me chamar de Henry, somos velhos amigos.
-Ok, não tão velho assim. - Eu sorri para Henry esperando que ele retribuisse um sorriso completo, mas ele permaneceu neutro.
- Toda cheia de graça, não deveria te liberar hoje.
- O que? Por que não?
- As ordens da sua mãe foram a manter na área psiquiátrica.
- Isso porque ela se importa comigo.
-Exato, mas vou deixar você sair, passar o dia fora e dormir aqui.
-Pelo jeito não posso voltar para casa.
-Pode, assim que seus pais voltarem de viajem, agora você tem visita.
-Quem é?
Antes mesmo de Henry responder minha pergunta Hana foi entrando no quarto com balões e logo atrás dela os meus amigos do encontro, Dave, Luan e indy com 3 caixas de pizza cada, os demais com refrigerantes e docinhos para comemorar minha saída, mas eu desconfiava que algo mais estaria acontecendo. O pessoal se espalhou pelo quarto e Alexandre abriu a porta silencioso acho que só eu percebi sua chegada, todos falavam juntos sem se importar com a presença do doutor e de enfermeira ou sequer com o fato de estarem em um hospital, mas porque eles iriam se importar já que nem mesmo os médicos se importavam.
Alexandre sentou-se ao meu lado segurando minha mão, meus olhos ficaram vermelhos e tudo que pude fazer foi virar para procurar minhas velhas amigas que por sinal não estavam ali, eu não queria falar com ele assim como ele fez comigo durante aqueles dias, mas não consegui, novidade não consegui mais ignora-lo.
- Jake... estive em São Paulo... resolvi minha vida... posso dizer que agora é vida nova...
- Que bom, fico feliz por você.
- Não fica assim, fui pegar minhas coisas para a faculdade... preciso estudar...
- Volte para casa Alexandre, não precisa ficar aqui perdendo seu tempo comigo.
- Não é perda de tempo...realmente terei que voltar no fim de semana... falei com o doutor Henry e ele vai deixar você usar o Wifi do hospital...
- Valeu. - Foi tudo o que consegui dizer, eu não queria que ele fosse.
Ficamos ali fazendo festa Até que a comida Acabasse e todos começarem a se despedir, no final só restou o casal 10/10 Luan e Indy, e meu amigo Alexandre que me ajudaram arrumar o quarto, por fim a notícia que me escondiam, Indy passou no vestibular e logo noivaria oficialmente com Luan e ela queria que eu fosse sua madrinha de casamento ao lado de Alexandre que seria o seu padrinho, claro que eu aceitei Afinal amo casamentos e o dela ia ser mais que especial, só que agora as obrigações iriam começar, decoração, bolo, jantar, música e as roupas de madrinha, tudo isso como a data de dois anos e eu já estava preocupada.

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