CAPÍTULO 21 A VIAGEM

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Aquela semana passou muito rápido o que para mim foi bom, já que a gente poderia ir para a nossa casa e em fim de levar uma vida normal, cuidar da minha princesa que logo viria ao mundo para tornar nossas vidas ainda melhores.
Chegando em casa Alexandre ficou maravilhado com tudo o que havia feito por nossa família, aquela casa nem parecia a mesma, havia pintado as paredes e aos poucos comprado nossos móveis, sem contar o quarto de nossa filha que agora faltava pouco para estar completo.
Meu coração palpitava a cada novo quarto que entrava ao seu lado, era como se fosse a primeira vez que entrava no lugar, a sensação era tão boa que mal podia acreditar que aquilo acontecia que enfim minha felicidade era real, mas seria uma pena se fosse por pouco tempo.
Durante aquela noite enquanto jantavamos Alexandre olhava sua conta no e-mail o que me deixava perturbada com a ideia de que ele aceitasse viajar para o Canadá a fim de ter um estudo melhor, não que eu fosse tão egoísta assimm era só que... que eu não queria ficar mais nenhum segundo longe de quem mais amo sem poder sentir ouvir sua voz no meu ouvido e o mais importante ter alguém, ter o pai do meu bebê junto a mim quando ela respirar se pela primeira vez.
Alexandre tirou a mesa enquanto eu arrumava a sobremesa, nenhuma palavra dita sobre o assunto da viagem e ele parecia distante, pensava em algo que para mim era ir sem ao menos importasse comigo ou com o bebê, ele terminou de secar os pratos enquanto eu subia para o sótão o único lugar da casa que não fazia questão de que alguém entrasse. -Jake! Onde você está?
Alexandre subia as escadas à minha procura, eu saí da janela onde mal havia chego e desci novamente a escada.
- Estou aqui querido. Aconteceu algo?
-Na verdade aconteceu...
- Quer falar sobre?
- É a viagem... eu sempre quis ir ao exterior... viajar o mundo e estudar... Agora que serei pai... bem tenho que ser responsável e ficar com vocês...
- Olha não precisa se preocupar comigo ou com minha filha, ela logo vem ao mundo e então continuarei como nos últimos meses cuidando dela ainda mais.
- Não meu amor, eu não quis dizer isso...
- Tudo bem, a vida é sua e não vamos o prender aqui.
- Não é isso Jakeline! Eu irei na viagem mas...
Enchi meus olhos de lágrimas mas tentei disfarçar a dor que estava sentindo, eu tinha que pensar em minha filha.
-Então vai lá arrumar sua mala não deixa tudo pra última hora.
- Por que você nunca deixa eu terminar uma frase?
- Acho que já disse tudo por hoje.
-Amor não faz nem uma semana que sai do coma não quero brigar.
-Não tem ninguém aqui brigando.
O celular de Alexandre tocou tocou na melodia que a muito tempo não ouvia, Ele olhou para o celular em seguida para mim se tornou a soltá-lo sobre a mesa.
- Não vai atender? - Fui falando enquanto subia a escada.
- Vou... - Ele pegou o celular que insiste em tocar e atendeu. Minutos depois subiu a escada e foi até o nosso quarto e não me encontrou na cama, não encontrou-me no banheiro, nem mesmo no quarto de nossa filha, uma vez que sabia que não estava no andar de baixo só estava escada no fim do corredor.
Eu pensava no momento do parto e que não teria ele ao meu lado para segurar minha mão ou ainda para pegar minha filha nos primeiros minutos nesse mundo, meus olhos liberaram lágrimas sem que eu percebesse e lá fora o tempo estava se fechando. Alexandre subia as escadas imaginando o que encontraria naquele sótão e porque eu estaria lá, não houvi quando a porta se abriu.
Alexandre não acreditou no que estava na frente dos seus olhos, não era um sótão sujo e escuro, haviam prateleiras de livros de cima a baixo nas paredes da esquerda, ao lado direito uma cama de casal e à sua volta muitas luzes natalinas que era a única fonte de luz do quarto, ao lado da porta uma televisão enorme e muitos jogos espalhados pelo pequeno raque, nas paredes que seguiam sem livros continham fotos nossas, alguns posters de Filmes, séries, bandas e animes, era o quarto dos sonhos com puffs confortáveis e o chão forrado com algo que lembrava um tatame e na janela um banquinho que mais parecia uma caminha, tudo confortável onde eu estava sentada com as costas escoradas de um lado da janela e os pés escorado no outro lado enquanto abraçava um urso e chorava.
- Meu amor...
Sequei as lágrimas antes que ele visse ou pelo menos eu achava que ele ainda não havia percebido.
- Como sabia desse lugar?
- Não importa... Não quero que fique assim, isso pode prejudicar nossa filha...
- Não vai, veio se despedir? Tchau, Não esqueça que sua filha logo irá nascer!
- Meu amor, eu quero dar um futuro digno para vocês duas, eu não quero que passem necessidades afinal eu prometi te dar uma vida de princesa...
- Eu já entendi... vai lá e suas camisas estão do lado esquerdo do roupeiro, as calças estão do mesmo lado na parte superior.
- Você vai mesmo ficar a assim?
- Eu só estou cansada e minha pequena também está.
- Sua pequena? O que houve com a nossa pequena?
- Minha, sua, Nossa, tanto faz!
- Por favor não se altere, não quero fazer mal a vocês...
Alexandre aproximou-se da minha barriga e beijo, depois olhou em meus olhos e disse com lágrimas " eu te amo minha baixinha, eu sempre vou te amar", e em seguida beijou minha testa. Peguei sua mão e descemos juntos para o quarto e eu o ajudei escolher as melhores roupas para o trabalho, roupas confortáveis para faculdade e ainda as preferidas do fim de semana, separamos tudo em três malas para não amassar e eu vou te prometer que não comeria apenas batata frita e outras besteiras durante sua estadia longe de casa.
- Amor... são 4 meses contado a partir do mês que vem... eu te juro, eu estarei aqui quando Ana nascer.
- Tudo bem meu amor, eu só preciso que jamais nos abandone pois...
Meus olhos se encheram de lágrimas minha voz não saía, mal conseguia soluçar.
- Tudo bem minha vida... tudo bem... ela vai ter um pai presente, carinhoso e chato, agora a gente precisa descansar, certo?
-Okay... Eu te amo... - Disse ainda soluçando enquanto dava um beijinho nele.
- Eu te vivo baixinha... - Alexandre acariciava os cabelos enquanto cantava uma música para mim dormir.
Foi uma noite longa e cheia de pesadelos, mas por sorte não passou disso, meros pesadelos, sonhos que jamais se tornariam reais. Alexandre Por incrível que pareça acordará primeiro e preparava o café da manhã, eram exatamente 7:30 da manhã quando ele entrou no quarto com a bandeja repleta de gostosuras, confesso que sentirei muita falta de seus mimos pela manhã. Infelizmente as horas estavam passando e teriamos de chegar logo ao aeroporto, nós não sabíamos que seria trânsito, tudo o que sabemos é que ele partiria às 11:00 horas...

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