CAPÍTULO 3

246 43 115
                                    

(Alguns anos antes)

Era véspera de natal e mais uma vez estamos a caminho da casa de Elicie uma grande amiga de minha mãe, todos os anos vamos para a casa dela na cidade de Cascavel PR e sempre vamos nos mesmos lugares e quase sempre vemos as mesmas pessoas que embora eu não conheça julgo serem seres insignificantes presos a uma rotina a nível anual, bom eu não tenho motivos para ir novamente aquele lugar tão chato.

Passei grande parte do dia em um carro onde a única paisagem que se via era os campos verdes de algum tipo de alimento que seria colhido provavelmente no próximo ano, acabei por ficar muito enjoada e sem ânimo para chegar e sair de casa, mas minha prima não se convencia disso, ela queria me levar para festa no colégio, como ir a uma festa sem saber onde e como vai ser de verdade ou até mesmo que tipo de festa ia ser já que aparentemente seria em um Colégio? Não sei responder a nenhuma destas questões e está chovendo agora e com um ar frio e para ajudar a festa vai ser a moda caipira, como pode festa caipira, eu odeio isso, na verdade não gosto de nenhum outro tipo de festa, Digamos que é super desnecessário ainda mais assim avisado em cima da hora.

Depois de horas em frente a uma piralha decidi que deveria ir a essa festa mesmo não tendo roupa e nem vontade de sair, agradar minha prima era prioridade agora para conseguir o que eu queria e o que eu queria era conquistar cada vez mais um garoto, o nome dele era Luiz Henrique simplesmente o mais belo que já vi em meio aos funkeiros da cidade, ele estava no primeiro ano do ensino médio o que é espantoso para um cara de 18 anos e me deixava se perguntando os motivos de certa forma atrasar minha vida, enfim seus olhos são de um tom verde azulado incrível que se torna difícil de não chamar atenção principalmente por seus cabelos loiros cacheados e sua pele dourada do sol...

Nós estávamos há três meses saindo em segredo pois não queria que minhas amigas soubessem, ainda mais por ele ser festeiro e eu gostar de ficar em casa sempre, mas acontece que eu estava gostando dele aparentemente de verdade e iria aprender a sair mais para ter ainda mais atenção do que já tinha, eu queria ser perfeita mesmo com todos os meus defeitos que ele ainda não via.

"oi linda, chegou bem?"

Uma mensagem dele chegou em meu celular que por novidade estava sem créditos.

Fiquei calada grande parte do caminho imaginando se haveria um lugar para adquirir uma recarga e também porque não sabia o que falar e nem como agir, fiquei só observando Géssica e suas amigas se divertindo ao falar dos garotos.

Como saímos de carro foram questão de minutos pelo centro, prédios todos iguais e gigantescos até que por surge um pequeno bairro onde estava localizado nosso destino final, agora preciso apenas aturar as garotinhas falando com todos que passavam por nós, meninas e meninos vestidos a caráter com barbas falsas e pintinhas de lápis na bochecha, cara aquilo era constrangedor e me pegava pensando que a festa era dela em um pavilhão mas não, era de todos e no colégio apenas mais uma festa insignificante, eu esperava muito mais do que estava recebendo.

E por fim a questão agora era a chuva, meu ser que já odiava tudo aquilo ter que atravessar de um pavilhão para o outro no meio da chuva só para aquelas piralhas dançar com uns garotos estranhos.

As danças não estavam nada legais e mais parecia castigo divino por ter ido de preto, recebi mais uma mensagem de Luiz quando minha mente me levou a pensamentos extremos, perdida entre o mundo imaginário e o mundo real pude perceber que não estava sozinha nessa torturante festa, bem no canto da quadra estava um pequeno grupo, não vestido exatamente como eu mas com roupas que geralmente caracterizam o estilo roqueiro o qual eu adoro em segredo mas apenas ouço do estilo.

Cortes Do Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora