CAPÍTULO 12 Luto

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Conforme os dias passavam eu ficava mais sozinha ou pelo menos me sentia assim, Alexandre estudava durante o dia e quase não falava comigo pela manhã, pela tarde poderíamos ficar mais próximos já que as aulas dele eram mais leves e eu ficaria sem fazer nada.
Para minha sorte ainda tinha ao meu lado Luan e Ingrid, não ao meu lado fisicamente mas ainda assim eles estavam sempre falando comigo e estarão vindo me ver no fim de semana. Eu estava ansiosa para o fim de semana chegar, ficaria dois dias em um chalé de frente para um lago, com um gramado enorme, seria como sonho, mas faltaria Alexandre para ficar completo.
A semana custou a passar, cada dia em sala de aula era pior, professores pegando no meu pé e querendo saber como era a área psiquiátrica, como se eu tivesse mesmo ficado internada lá. Minha vontade era de mandar todo mundo para o infernopois a área psiquiátrica era quase o paraíso com tantos médicos perfeitos. Pela graça de Deus a semana acabou ou pelo menos faltavam apenas duas horas para acabar às aulas, com a tarde livre já poderia considerar-me de folga, troquei muitas mensagens com Luan enquanto estava na vez de Indy dirigir,se eles não pagassem muito trânsito por volta das 20 horas estariam entrando na minha querida cidade.
Mandei algumas mensagens para Alexandre mas ele parecia muito ocupado para me responder, o que me deixava com um leve ciúme e muito nervosa por ficar no vaco, acho que estava fazendo um grande papel de trouxa insistindo em falar com ele afinal agora ele é Universitário não tem mais tempo para amiguinhas problemáticas. Acontece que meu coração é muito idiota e insiste que devo continuar tentando falar com ele mesmo sabendo que nada vai fazer lhe responder rapidamente, meus pensamentos me fazem acreditar que ele já estava de namorada nova e ela havia o proibido de falar comigo e certamente de vir me ver.
Durante a tarde preparei todas as coisas queria levar para o Chalé, deixei todos os trabalhos prontos para não haver reclamações na segunda mas logo estava errada, aquela tarde passou muito rápido e tudo havia ficado silencioso. Já passava das 20 horas da noite e nada de Luan e Ingrid chegar, às mensagens que enviava não receiam resposta, as ligações não se completavam, celular fora de área ou desligado e meu coração estava saindo pela boca,fiquei nervosa e cada segundo que passava doía pensar que algo tivesse acontecido justo agora.
Deitei me na cama para esperar notícias de meus amigos mas nada,nem mesmo uma ligação para explicar o motivo da demora, resolvi então ligar a televisão mesmo sabendo que essa hora só estaria passando especial das 2:30, uma programação repleta de desenhos da Barbie,como se alguma criança fosse ficar até duas da manhã para ver Barbie. Por sorte ou não estava passando o plantão de notícias da nbc coisa que quase nunca acontecia aquela hora, resolvi que ver desgraças era melhor que Barbie mas logo Descobri que não era nem de longe era o melhor, comecei a tremer muito meus olhos ardiam e as lágrimas saíram sem eu perceber, não pude acreditar, era o carro do Luan, era igual ao dele mas não podia ser, eu não queria que fosse ele nem mesmo podia pensar nisso.
O noticiário mostrar um Golf prata totalmente destruído, a repórter dizia que testemunhas relataram que o dono do Golf estava podando em uma rua reta porém perdeu o controle após desviar de uma colisão frontal com uma careta, dono de da careta seguiu seu curso até conseguir diminuir totalmente a velocidade, o Golf bateu na lateral de outro carro que já estava parado e ainda colidiu com barranco destruindo totalmente a parte da frente, o pior de tudo foi ouvir que o motorista já não possuía pulso, estava deformado e havia uma garota no banco de trás, não sabiam ainda seu estado de saúde e também não sabiam seus nomes mas a placa do carro deixava Claro eram eles pois a placa era LXI 1819 Belo Horizonte.
Continue com a TV ligada e chorando muito tentei ligar para Alex novamente mas seu celular estava desligado, deixei o meu de lado e liguei o computador para ver se realmente algo havia acontecido, tudo que encontrei foi a última foto do casal postada 3 horas antes do acidente, nenhum familiar dos dois está online e nem mesmo um deles, fiquei ainda mais tensa, prestes a sair por aquelas ruas escuras sem ao menos saber pilotar um carro para ir atrás daquele lugar, o que não foi preciso.
Meu celular tocou, na esperança de que fosse Alex corri para atender mas não era ele, não era Luan nem mesmo em Ingrid, eu conhecia aquela voz mas não aquele número, fiquei paralisada de frente para televisão somente ouvindo aquela voz.
- Então gatinha, está satisfeita? Seu amiguinho já morreu, seria uma pena sua rival morrer também,não acha muito triste tudo isso? Talvez Alexandre seu amado venha a ter um fim trágico também. Melhor ainda amorzinho, pega sua moto e vai atrás do local do acidente, vou amar assistir de camarote sua morte, pensa comigo amor, Luan já morreu, Ingrid logo vai ao seu encontro, você cai de moto e se tiver sorte vai visitar sua amiga no inferno, Alexandre pega o carro e vem voando te encontrar, despedir-se dos amigos e acaba faltando freio. Triste não é?
Desliguei depressa, não sabia o que fazer, eu poderia ligar para a polícia mas aí teria de contar tudo que aconteceu nos últimos meses e isso me deixaria com a cabeça a mil o que não seria bom. Poderia ligar para a família de Indy e contar sobre a ligação, ou eu poderia pegar a moto de minha amiga e ir até o local do acidente. Eu não sabia o que fazer de verdade, peguei o telefone liguei novamente para Alexandre e como das últimas 20 vezes ele não atendeu, tomei uma decisão difícil a mais difícil até agora, procurei na agenda o número de Henry e liguei para ele, contei tudo o que aconteceu então ele veio até minha casa mas ao contrário do que eu pensava ele não me levou a delegacia nem mesmo para o local do acidente, ele só pegou meu celular e me fez beber um chá que me deu muito sono.

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