CAPÍTULO 19 MÊS DE LUTO

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Um mês se passou desde o incêndio, já havia voltado a São Paulo com a notícia de que a pessoa da minha vida Partiu para o céu, meus pais me tratavam como uma criança deprimida que perdeu o brinquedo mas não se tratava de um brinquedo e sim da minha namorada.
Crie coragem para entrar no Facebook naquela noite e tudo que via era o mensagens de fique forte dos amigos, fotos de amor que nunca foram postadas antes, então lembrei do seu celular cheio de fotos zuadas da mesma, continuei rolando a página inicial em encontre uma foto minha ao lado de Jake, era uma foto na praia logo após nossa chegada, fotos do piquenique, fotos nossas em casa e no hospital e a frase que ela mais gostava: "fique forte anjo, somos infinitos", não resisti a tudo aquilo e comecei chorar ainda mais.
- Filho Não fica assim, ela vai ficar triste, não vai descansar em paz se você continuar assim.
- Mãe entenda que foi culpa minha, se tivesse chego mais cedo, se não tivesse ficado te ouvindo isso não teria acontecido se ela estaria aqui comigo!
- Não fale assim com sua mãe Ninguém tem culpa de sua namoradinha ser uma irresponsável e abrir a porta pra qualquer um!
- Gente parem com isso por favor, meu irmão já não está bem e vocês só estão piorando as coisas.
- Luísa! Não era nem pra você estar aqui, ele não pode se culpar pela morte de uma namoradinha virtual que só viu algumas vezes!
- Alê vem comigo, você não vai continuar aqui, pai quanto a você conversamos mais tarde..
Maria Luísa tomou-me pela mão e me levou em direção à escadaria, não fazia ideia de onde ela iria me levar, só sei que chorei tanto que nem vi Malu me jogando dentro do carro do pai, sei que ele mataria nós dois, não temos carteira de motorista e pegar seu carro sem permissão era uma ideia ainda pior.
- Alê você chegou vê-la dentro do caixão?
- Como assim?
- O caixão foi lacrado em mesma família a viu lá dentro.
- Você está querendo dizer que ela pode...
- Sim ela pode estar viva.
- Malu Não brinque com isso pelo amor de Deus!
- Desculpa mas é verdade, você estava desacordado e não tem como saber se alguém a salvou.
- Para esse carro agora, eu quero voltar pra casa, preciso procurar Jonathan.
- Por favor Ale não faz isso, Se ele souber que você está vivo vai querer o matar e até não conseguir vai tornar sua vida um inferno!
-Mas eu preciso saber o que houve com ela de verdade.
- Alexandre para, não deveria ter dito nada sobre isso, poderia ter investigado sozinha.
- Malu por favor você não pode fazer isso comigo.
- Posso e vou, não quero perder meu único irmão mais velho.
- Malu Eu prometo que vou tomar cuidado... só não quero que você vá sozinha... na verdade... você não pode ir...
- Se eu não for você não vai!
- Maria Luiza para esse carro agora!
- Alex nããoo...
O carro devia estar a uns 100 quilômetros por hora em uma BR não muito longe de Lorena, o carro virou na pista e acabou atingindo uma van que vinha no sentido contrário. Estávamos sem cinto de segurança o que fez batemos a cabeça com muita força, lutei para me manter acordado e ajudar minha irmã mas ela parecia inconsciente, só agora com o silêncio interno consegui ouvir uma melodia fúnebre que sair do rádio então apaguei.
Acordava E apagava durante o caminho pensando em como Malu estaria, no hospital já estava consciente ouvia o som do aparelho medindo os batimentos cardíacos, chamava por minha irmã e ninguém entendia o que havia acontecido conosco até que fiquei completamente desacordado.
Quando enfim acordei estava no sofá da casa Jake mas ela não estava lá, minha irmã estava no quarto de visitas e seus pais discutindo na cozinha sobre algo que envolvia meu nome e de Jake assim como fato dela não estar mais entre nós.
Levantei-me discretamente e fui ao quarto da minha amada, abrir as portas do guarda roupa e uma de suas mochilas ainda estava lá com roupas dentro, em sua cama o urso preferido ainda com seu perfume estável, um quadro com o desenho que continha o pedido de namoro vi ao lado uma foto do nosso primeiro encontro, na parede Próxima janela muitas fotos com os amigos do grupo e as físicas.
Corri para fora sem falar nada para ninguém, Parecia um louco fugindo do hospício, peguei a moto de Jake, sabia que a chave ficava dentro do capacete reserva.
- Alexandre onde está indo?
- Esse cara é Mais drogado que sua filha!
- Olha como fala do meu irmão!
- Calma Malu não vamos começar.
- Olha aqui senhora, se você deixa ele falar da sua filha que acabou de morrer Assim, problema seu mas eu defendo meu irmão!
-Malu, deixa.
- Não eu não deixo, ele se sente mal, ele que sempre se preocupou com Jakeline diferente de você que é mãe e pau mandato de homem!
Malu saiu batendo o pé até chegar no carro que de fato havíamos roubado do próprio pai, eu me sentia perdido ainda, parava em cada esquina para ter certeza de onde estava indo isso deu tempo para que Malu Ficasse na minha cola. Continuei sem me importar com a presença dela, acelerei muito mais que deveria quando faltavam duas quadras para chegar ao cemitério, parei a moto na frente da casinha onde estava seu avô, Jake queria ser enterrada em um túmulo mais simples perto das pessoas que amava, doeu demais ver aquele todo mundo todo branco com umas fotos dela enfeitando o pequeno quadro acima do seu nome, ainda haviam algumas rosas vivas mas não me importei com isso, não me importei com o que iriam pensar, peguei um martelo que foi usado para quebrar um túmulo logo abaixo e comecei a quebrar o de minha amada.
O caixão dela era branco com dourado e ainda não havia vestígios de poeira apesar do tempo que havia passado, Parecia ter sido lacracado agora, na verdade seria agora que eu o abrir. Agora criava coragem para abrir o lacre do caixão, minha irmã observava a distância, enquanto eu abria devagar cada um dos lacres.
Minha irmã chegou ao meu lado e pediu para acabar com essa loucura e deixar que Jake descansasse em paz, Mas eu precisava ver o corpo dela para ter total certeza de que minha vida havia acabado ali.
- Sai daqui Maria Luiza! Nem você nem ninguém vai me impedir de saber a verdade!
- Calma Alex assim você vai ser preso!
- Agora é Tarde...
- Alexandre!
Minha irmã gritava comigo mas realmente era tarde o caixão estava aberto e o que encontrei lá dentro foi de dar arrepios, meu corpo ficou imóvel, Minha mão estava totalmente pálida, caí no choro mais doloroso da minha vida. Ninguém seria capaz de acreditar naquilo que meus olhos viram, dentro daquele caixão estava pessoa, aquela, a pessoa que mais odiava.

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