Tudo está dando errado

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Hoje estou de mau humor, ou melhor, estou de péssimo humor, se alguém se meter no meu caminho hoje eu juro que mato. Mas porque estou assim? Eu explico.

Ontem saí em patrulha, procurei por Novattely e o desconhecido, queria descobrir quem ele era, mas não consegui nada, absolutamente nada, ninguém sabia de nada, não tinha nada acontecendo, pelo menos nada que envolvesse Constantine e seus comparsas.

Eu estava terminantemente odiando aquele dia, mas quando pensei que não podia piorar, adivinha? Piorou.....

Eu já estava voltando para casa, tinha perdido meu tempo saindo naquela noite, quando uma movimentação de viaturas da policia me chamou a atenção. Curiosa, sintonizei meu rádio na frequência da policia e descobri que estava acontecendo um roubo com reféns no museu da cidade.

- Droga. - Pensei comigo mesma - é onde meu pai e aquela bruaca estão.

Sim meu pai não estava ali apenas para me ver, mas também para participar da abertura de uma exposição de jóias antigas no museu da cidade, ele até me convidou para acompanhá-lo, mas me neguei.

Dei meia volta e segui para o museu, não seria nada complicado, era só um assalto com reféns, mas pelo menos eu poderia descontar minha frustração dando alguns socos nos ladrões. Consegui entrar por uma abertura na lateral do prédio, eu conhecia a planta do local, tinha decorado o mapa de vários prédios da cidade durante meu treinamento para me tornar Trinity e sempre me mantinha atualizada sobre modificações e atualizações nas mesmas.

Cheguei até o salão onde as vítimas estavam sendo mantidas, estudei o local e contei que haviam 11 bandidos que mantinham as pessoas ali, mas eu sabia por experiência que haviam mais espalhados pelo prédio. Peguei na mochila algumas mini bombas de gás do sono e espalhei elas pelo sistema de ar do salão, contei até 20 e as detonei. Ninguém perceberia as bombas e dentro de 10 minutos todos ali naquele salão estariam dormindo.

Segui até o cofre onde sabia que as verdadeiras jóias estavam guardadas e assim que cheguei, fiquei surpresa, dentro do cofre estavam as pessoas mais estranhas que eu já tinha visto.

Havia uma mulher vestida de bobo da corte, um cara que parecia um pinguim e um outro que estava vestido de palhaço, eu não sabia que eles eram, mas de uma coisa eu sabia: Eles não sairiam dali com aquelas jóias.

Saio de meu esconderijo e fico exatamente na porta do cofre e digo.

- Creio que vocês devam ser os curadores do museu, pois caso contrário não vejo o porque de estariam aqui no cofre.

Ele se assustam, mas logo se recompõem e o palhaço diz.

- Quem é você? Não está vendo que estamos fazendo uma retirada.

- Meu caro palhaço, isso é um museu e não um banc...

Não consigo terminar a frase, pois sou atingida por um golpe da boba da corte, levanto-me e logo tenho que me desviar de outro golpe, dessa vez do cara de pinguim, mas me esquivo e o jogo longe deixando-o cair já apagado. Logo volto a ser atacada pela boba da corte, mas eu já estava preparada para isso, então apenas me desviei, ao mesmo tempo que ouvia o palhaço dizer.

- Vamos Harlequina, acabe logo com essa vadia, temos um voo para pegar. Ele diz isso e sai correndo em direção a escada que leva para o telhado de prédio.

Harlequina tenta me derrubar mais algumas vezes, mas não consegue, então me joga longe e corre atrás do palhaço, eu faço o mesmo, mas antes, prendo o cara de pinguim a uma barra de ferro ali existente.

Chego ao telhado e vejo o palhaço entrando em um helicóptero, sendo seguido de perto por Harlequina, sério que diabos de nome é esse?

Eles estão a bordo antes que eu os alcance, e logo estão no ar, mas eles não vão muito longe, pois algo atinge o a hélice principal e o helicóptero volta ao chão, ao mesmo tempo que uma voz saída da escuridão fala.

- Então é aqui que você tem se escondido Coringa? Cansou de Gotham?

Procuro pela origem da voz ao mesmo tempo que vejo Coringa e Harlquina saindo do, agora imprestável, helicóptero.

Para minha surpresa o palhaço esta rindo quando diz:

- Ora, ora, parece que o morcego me encontrou. E quem é essa garotinha vestida de preto, sua nova assistente? Oh você já substituiu o Robin?

Então surge das sombras um vulto negro, mas até mesmo na parca luz ali no telhado, eu reconheço aquele simbolo.

- Mas que diabos você está fazendo aqui e quem são vocês palhaços? Digo com raiva.

- A garota não tem nada a ver comigo Coringa, nem sei quem ela é, mas você é problema meu então vamos resolver isso.

- Ora Batman, isso não tem nada a ver com você, essa nem é sua cidade. Para que vai se meter? Não é problema seu.

- Essa cidade não é problema meu, mas você é.

E dito isso Batman pula para cima do tal Coringa ao mesmo tempo que vejo que Harlequina vem para cima de mim. Sério essa garota tá me cansando. Me desvio de uma série de golpes, sou atingida por outros, eu apanho, mas também bato bastante nela, finalmente eu a nocauteio com uma voadora e ela caí, inconsciente. Pelo canto do olho vejo que Batman também já acabou com o Coringa, então vou até ele e o acerto com um soco na cara, o jogando no chão, por tê-lo pego de surpresa.

- O que diabos você faz aqui? Porque trouxe seus problemas para a minha cidade? Não acha que os que eu tenho aqui já são o suficiente? Enquanto eu grito, ele se levanta e fica parado. - Presta bem atenção morcego, NUNCA MAIS TRAGA SEUS PROBLEMAS PARA A MINHA CIDADE!

Só então que ele fala:

- Olha aqui garota, não sei quem é você e nem quero saber. Estou aqui nessa cidade apenas de passagem, vim seguindo pistas do Coringa. Descobri que eles planejava algo com essa jóias. Mas quem você pensa que é para se meter com meus criminosos?

- Seus criminosos? Essa é a minha cidade, MINHA, eu que a protejo, eu que derramo meu sangue por ela, quando as pessoas daqui tem algum problema e por mim, Trinity, que elas chamam, e eu não vou deixar um palhaço vestido de morcego destruir tudo. Sinceramente Paradise já sofre demais devido as ações de Constantine, não precisa que você traga mais problemas para cá.

Eu disse isso e me lancei do prédio, caindo diretamente no chão, amorteci minha queda rolando assim que atingi o chão, montei na minha moto e disparei para casa com os primeiros raios de sol batendo nas minhas costas.

Cheguei em casa, e assim que me deitei, ouvi os passos de Alfred, mas apaguei antes mesmo de ele chegar as escadas. Acordei horas depois com um berro, salto da cama e corro em direção de onde veio o grito, apenas para dar de cara com minha madrasta e os pedaços espalhados no chão de um vaso caríssimo, que minha mão havia ganho.

Meu pai já estava ao lado dela a consolando, mas eu mal notei isso, apenas fui até onde estavam os pedaços e comecei a juntá-los. Bruce vendo o que eu fazia disse:

-Filha deixa isso ai, Alfred foi buscar uma vassoura para limpar essa bagunça.

-Isso querida, deixe,esse vaso era feio mesmo.

Sim a bruaca disso isso, e nesse momento eu explodi:

-Cala essa maldita boca, sua vadia, esse vaso vale mais do que você vai valer um dia, é o vaso mais raro de mundo, era único, até que você o destruir, mas não é por isso que eu gosto dele e sim porque era o preferido da minha mãe e agora você o destruiu. SAI DA MINHA FRENTE, caso contrário vou acabar com você.

Meu pai olhou para mim assustado, assim como a Miranda, devem ter me levado a sério, pois saiu levando a outra pela mão. Eu por minha vez soltei a adaga que tinha na mão de volta ao seu lugar na minha cintura e voltei a juntar os cacos, colocando os mesmos numa caixinha de sapato que Alf me trouxe, e em seguida levei tudo para meu quarto, onde me tranquei e aqui estou até agora.

Entende agora o porque do meu humor? Desde ontem a noite minha vida deu toda errada.


A filha do BatmanOnde histórias criam vida. Descubra agora