Luthiron e Jahil voltavam da cozinha com Ádino e Caluto. Estavam ajudando a preparar os suprimentos.
— Acho que não falta mais nada. — Ádino falava enquanto arrumava o enorme saco nas costas.
Dávolo seguiu na frente para o salão seguinte acompanhado por todos. Subiu as escadas recitando as palavras em sua estranha língua e a porta do topo se abriu, deixando passar uma luz branca e fraca.
— A lua ainda não desceu. — Disse ele enquanto galgava as escadas.
Todos saíram deixando a porta ainda aberta atrás de si. Balmac os aguardava em silêncio perto da porta, demonstrando alegria ao rever os amigos em uma maneira típica de sua forma atual que era abanar o rabo involuntariamente.
— Olá companheiros enrolados. — Disse ele com a voz alegre. — Achei que nunca mais viriam.
— Fala assim, só para dizer que sentiu nossa falta. — Disse Caluto com petulância.
— Na verdade nem um pouco, menos ainda de um pássaro pequeno e de língua gigante.
Lúcia riu baixo com a bela maneira de Balmac demonstrar sua saudade. Ele estava com ar alegre e parecia revitalizado.
Um peso bem grande saiu das costas dele. Pensou Lúcia.
Ao menos seria menos sofrimento que ela veria no rosto de um amigo, em compensação outro amigo... Lúcia olhou para Luthiron. Ele parecia o mesmo sério, pensativo e pouco falante.
— Estávamos esperando você Balmac. — Disse Jiron. — Precisamos olhar o mapa que Érono e Luthiron fizeram para planejarmos o melhor caminho a seguir.
Balmac assentiu e se aproximou quando Érono e Dávolo seguraram um de cada lado o mapa aberto.
— Estamos na floresta dos juízes. — Jiron apontou com sua asa em forma de punho fechado com a pena castanha rajada de cinza única como se fosse um dedo mostrando em um ponto do mapa. — Teremos que passar por Niedra e depois seguir os campos de feno. Será bem mais rápido já que iremos atravessar a cidade e não contorná-la. Depois dos campos iremos entrar na floresta das árvores que choram.
— Porque ela tem esse nome? — Perguntou Lúcia.
Caluto soltou um pio debochado pela interrupção, mas Dávolo não se incomodou e respondeu tranquilo.
— Diz à lenda que elas foram a extensão dessa aqui, há muito tempo sendo dividida com a chegada dos anões. Então elas choram reclamando a diferença de tratamento que recebem.
Jahil complementou a resposta. — Pois lá todos entram, cortam árvores, caçam, pisam nos pequenos brotos e aqui a floresta é respeitada. — Ele olhou para todos com um ar envergonhado. — Mas não abusamos dela, pegamos apenas o que precisamos, mas nessa época de escravidão todo tipo de criatura andava por ali, sabemos que ela não nos culpa pelos transtornos. Pois em épocas de paz, os campos de feno eram campos de reflorestamento. Plantávamos árvores lá para usarmos como carvão no nosso trabalho e combustível em nossas casas e nas raras vezes que íamos nessa floresta pegar lenha, só pegávamos os galhos já caídos. Ela nem chorava antes!— Disse ele com olhos muito abertos para Dávolo.
Todos acharam graça na autodefesa de Jahil.
— Ninguém aqui está julgando os atos de seu povo meu amigo. — Rebateu Dávolo rindo. — Apenas respondi a pergunta de Lúcia.
Jiron continuou sem ligar pela interrupção dos três.
— Como eu ia dizendo... Ao chegarmos à floresta levaremos seis dias e chegaremos ao Pico da Neblina.
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Crônicas Helenísticas- Venília Livro 2- Degustação
FantasyO que você faria se descobrisse que precisa ajudar várias criaturas que juram que aquele corpo não pertence a eles? Que estão aprisionados nesse corpo e somente você poderá libertá-los lhes devolvendo a antiga forma? Lúcia, filha de um elfo do...