Elfa sem nome

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— O que houve Lúcia. — Perguntou Jiron. — Foi algo o que eu disse?

— Não foi nada. — Disse ela nervosa, não querendo falar sobre aquilo, em seu íntimo sentia que não era para falar, não entendia o porquê disso, mas tinha que manter o oráculo fora daquela conversa.

Seu coração ainda acelerado demonstrava o quanto estava abalada. Tinha que dar uma desculpa para aquela reação.

E o obvio veio em sua mente, ninguém ainda havia percebido, mas a salvação dela estava naquela distração.

— É que não há mais animais por perto, não há som de nada vivo por perto e fiquei preocupada.

Luthiron olhava para ela parecendo incrédulo, os olhos apesar de preocupados estavam divertidos.

— Acho que poderemos continuar com a conversa então Lúcia, não sinto nenhum tipo de perigo e acredito que nenhum de nós o sente. E confesso que estou curioso em saber o final da conversa.

Lúcia apertou os lábios, Luthiron, parecia a conhecer mais do que ela mesma. — Desculpem. — Sentou um pouco envergonhada, sabia que teria que dar explicação aos dois, assim que estivessem sozinhos.

Iria evitar isso e rezava para que esquecessem esse incidente.

Luthiron não a preocupava muito por que ele daria a ela o tempo necessário para decidir falar, mas o olhar penetrante de Linade indicava que ela teria uma grande pressão para falar do assunto.

Ela podia não agir mais como se fosse sua avó, mas seu instinto de proteção era muito grande e enquanto ela não soubesse que a assustou na conversa não oferecesse risco a sua vida, Linade não ficaria tranquila.

— O que aconteceu depois que ele foi coroado novamente e tendo tantos impérios para governar? — Perguntou Caluto e Lúcia quase a amou nesse momento, quase.

Jiron voltou sua atenção à conversa, continuando de onde tinha parado. — Ele sempre ajudou os povos desde então. A paz reinou entre todos desde a coroação.

Se a espada passou por outras mãos não poderemos saber até os povos serem libertos, assim poderão contar suas próprias histórias.

Mas duraram poucos anos essa paz. O espectro começou a destruir reino por reino e por fim Heleno.

Lúcia olhava a fogueira pensativa, queria ter conhecido seu pai. Um homem capaz de promover a paz entre diferentes raças era honrado e com certeza forte.

Uma pena não o ter conhecido pensou ela sentindo também vontade de saber mais sobre sua mãe.

— Porque o nome de minha mãe nunca é citado?

Todos ficaram agitados com a pergunta inesperada.

— Tá pronto. — Disse Ádino agitado e cortando enormes nacos de carne e distribuindo com um pedaço de pão a todos.

Linade tocou no ombro de Lúcia. — Não podemos falar dos que vão embora contra a vontade, eles sofrem ao serem chamados, sua mãe é do sul e por isso sofre em seu próprio costume.

— Eu poderia falar com ela Linade?

— Infelizmente ela não responderia, os únicos que dominam a magia de conversar mesmo depois de terem partido são os sábios, mas quando a paz reinar eu te levo para ver aonde ela ficou está bem? Lá está o nome dela então você poderá saber com ela se chamava.

Lúcia não respondeu, concordou com a cabeça em silêncio, os hábitos desse povo do qual ela também fazia parte eram estranhos. Mas não iria discutir costumes, apenas aceita-los.

Crônicas Helenísticas- Venília Livro 2- DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora