Bad Twins

Celular

- Não posso acreditar que vocês não tenham mais nenhuma pista! – Poncho fechou o punho e socou a parede.

- Tentamos rastrear o seu celular, aquele que ele mandou a mensagem.. Mas ele já se livrou do aparelho! – Ian falou passando as mãos pelos cabelos.

- Mas..

- Poncho, não adianta nada colocar a culpa em um ou outro.. Ficar assim não vai trazer a Anahi de volta.. Você tem que deixar que eu e os outros policiais façamos nosso trabalho!

- Você não faz ideia do que eu estou passando! – ela sussurrou entredentes.

- Sim! Eu faço ideia! Perdi a minha irmã para um maníaco que a espancava todos os dias.. Ele sumiu com ela durante meses.. Então, sim! Eu sei o que você está passando!

Poncho apenas passou as mãos pelos cabelos, bufando e saindo da sala.

-/-

- Léo? – a professora sussurrou.

- Sim, professora? – ele perguntou baixo.

- Vamos sair para o intervalo? – ela perguntou carinhosa, passando a mão em seu cabelo.

- Não quero.. – ele sussurrou deitando a cabeça na mesa de novo.

- Você precisa sair, meu amor.. Vai acabar ficando doente..

- Eu não quero sair, professora.. Por favor! Só quero ficar aqui sozinho.. Não queria nem ter vindo para a escola.. Mas meu pai disse que eu devia.. Eu só não quero sair da sala, brincar lá fora e fingir que minha mãe não está sequestrada.. Eu não quero isso.. Por favor..

A professora suspirou, vencida.

- Caso precise de algo, estarei na sala dos professores.. Você sabe onde é! – o menino sorriu minimamente para a professora e deitou a cabeça na mesa de novo.

Imagens daquele homem levando sua mãe na van povoavam sua mente todas as vezes que ele fechava os olhos. Os abria assustado em seguida.

Chorava silenciosamente, pedindo que Deus trouxesse sua mãe de volta.

- Léo? – ouviu uma voz fina e levantou a cabeça, encontrando os olhos grandes e azuis de Johanna o olhando.

- Oi Johis.. – ele sussurrou e ela suspirou, sentando na cadeira ao lado do novo primo. – Por que não está com a sua turma?

- Quis vim falar com você...

- Se você veio aqui para tentar me convencer a ir brincar lá fora, perdeu seu tempo.. Eu não vou!

- Não vim fazer isso! – ela deu os ombros.

- Veio fazer o que então?

- Ficar junto com você..

A menina tocou o braço dele, e deitou no tampo da mesa, olhando fundo nos olhos do primo.

Léo fechou os olhos e os abriu novamente, cheios de lágrimas.

- Será que a minha mamãe vai ser encontrada? – ele perguntou com a voz embargada.

- Vamos ter fé, Léo.. Eu sei que a minha Tititi é forte, e ela não desistiria de você..

- Mas Johis.. – ela sussurrou e as lágrimas escorreram.

- A mamãe disse que o papai Ian está fazendo de tudo para encontrar ela..

- O papai me disse a mesma coisa.. Mas, eu não sei Johis.. Eu tenho muito medo!

- Eu também tenho medo.. – ela confessou e deixou que as próprias lágrimas caíssem.