Relacionamentos

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Anahi acordou no dia seguinte ouvindo batidas ritmadas do coração de Poncho. Sorriu, abrindo os olhos e vendo seu peito nu, subindo e descendo com sua respiração. Correu sua mão por ele, vagarosamente, usando apenas as pontas do dedos e tentando lembrar como era sua vida antes de te-lo encontrado.
Ouviu um ruído rouco no topo de sua cabeça e sorriu mais ainda, percebendo que ele estava acordando.
Deu um singelo beijo onde sua cabeça estava apoiada, e ele suspirou. Anahi o apertou em seu abraço, a verdade é que o amava tanto que seu desejo era se fundir à ele, para serem sempre apenas um.
Após ouvir mais um suspiro, ela fechou os olhos novamente, sentindo um carinho em sua cabeça.
- Ah Anahi... - a voz rouca que ela ouviu fez com que seus pelos se arrepiassem. - Estava mesmo a fim disso novamente.... Você é milhões de vezes mais quente do que sua irmã...
Ela ergueu a cabeça do peito nu e vislumbrou os olhos escuros de Thomas, que sorria diabolicamente para ela.
- Tho-Tho-Thomas? - ela se sentou na cama, coçando os olhos.
- Quem mais seria? Você é só minha Anahi... Só minha... Minha vagabunda!
- Cade o Poncho? - perguntou olhando para os lados, procurando-o.
- Você acha que ele ficaria mesmo com alguém como você? - ele soltou uma risada. - Pobre Anahi... Você não passa de uma vagabunda... Ele não sente nada além de vergonha e pena por você!
- Não! Não é verdade... Não! Não! - ele tentou pega-la pelos braços, mas ela o empurrou com violência. - NÃO!!!! - ele se lançou contra ela, deitando-a na cama, e ficando por cima dela.
- Você é minha Anahi... E será de novo! - prendeu seus braços no topo da cabeça enquanto já a tocava intimamente, arrancando lágrimas de seus olhos azuis.

-/-

Poncho acordou com o sono inquieto de Anahi, ela suava frio, balbuciava palavras que ele não conseguia entender, percebeu também que ela chorava baixinho e se debatia.
- Annie... Baby... - chamou algumas vezes.
- Não... Não... Não me toque... Não toque em mim... - ela começou a sussurrar.
- Amor... Sou eu, Poncho! - chamou novamente, mas ela não acordava.
- NÃO... NÃO!!! Por favor!!! Me solta!!!
- Annie!! - chamou mais alto, agora a sacudindo e Anahi abriu os olhos, respirando com dificuldade e o empurrando.
- ME SOLTA!!!! Socorro!!!!!
- Annie! Sou eu!!! - ele chamou e ela o olhou, respirava a lufadas, lágrimas escorriam de seus olhos, e ela sentia muito medo.
- Poncho.. - ela falou baixinho e o abraçou.
- Baby... O que houve? - ele perguntou acariciando seus cabelos.
- Um pesadelo horrível... - ela sussurrou.
- O que você estava sonhando?
- E-e-eu não quero me lembrar... - ela falou.
- Annie.. Você já foi estuprada? - ele perguntou direto.
Ela se soltou dele, o encarando.
- Por que a pergunta?
- Porque você falava coisas estranhas Annie... Eu estou preocupado...
Anahi o abraçou de novo, pensando. Admitir que era estuprada seria muito menos vergonhoso do que contar toda a verdade: era consensual seu relacionamento com Thomas, o marido de sua irmã.
- Não Poncho... Nunca aconteceu nada disso! - ela falou após um tempo.
- Não precisa sentir vergonha Baby.. - ele falou beijando seus cabelos.
- É a verdade meu amor.. Nunca houve estupro.. Eu juro!
- Então me conta o que você sonhou... - ele pediu de novo.
Anahi suspirou pesado.
- Meu último relacionamento não foi dos melhores... E sonhei que era ele quem estava no seu lugar aqui, hoje de manhã... Eu não suportaria passar por tudo que eu passei de novo.. E por isso me desesperei...
Bom, ela havia contado a verdade... Apesar de esconder uma boa parte da história, em suma, era isso!
- Não é ele quem está aqui Baby... Sou eu!
- Eu fiquei com medo de você ter ido embora...
- Eu nunca vou te deixar Annie... Nunca!
- Eu amo você, Poncho!
- Eu também te amo, Baby! - sussurrou beijando seus cabelos.

-/-

- Isso é errado! - Anabelle sussurrou após o beijo. Ian ainda dava selinhos carinhosos em seus lábios.
- Ainda é... Mas não será mais.. Anabelle, você me encanta!
- Você também! - ela sussurrou e sorriu.
Ian sorriu junto com ela, e juntaram novamente os lábios.
- Tenho que ir... Vou verificar como vai o andamento da busca da Johanna... Volto mais tarde para te dar notícias!
- Obrigada Ian! - ela sorriu e ele lhe deu mais um selinho.
- Até mais! - ele acenou e se virou, dando de cara com Anahi na porta do quarto. Novamente flagrados, ambos coraram violentamente. - Anahi..
- Bom dia Ian! - ela cumprimentou com um sorriso de canto. Ele já logo saiu correndo do quarto, e Anahi encarou a irmã. - TA PEGANDO!!!!
- AIII ANAHI, QUE VERGONHA!!! - ela exclamou entre risos.
- Se não queria que ninguém soubesse, era só não ficar na maior pegação pra todo mundo ver, oras!
- Não estávamos na "maior pegação", céus Annie, que vergonha! - ela tapou o rosto com as mãos e sussurrou. - Foi só um beijinho...
- Hm... Agora pode ter sido, mas ontem a noite vocês estavam sim na maior pegação Dona Anabelle!
- O que? - perguntou tirando as mãos do rosto. - Como você sabe????
- Porque eu vi, sabichona! - ela riu, fazendo Anabelle ficar ainda mais vermelha.
- Que vergonha!!!
- Ahhh Anabelle, vamos parar de falso moralismo! - Anahi riu. - Fico feliz com por você irmã!
Anabelle sorriu.
- Obrigada Annie! O médico disse que eu vou ser liberada hoje... Mas estou com medo de ficar sozinha em casa...
- Mas isso não é problema.. Você pode ficar comigo na casa do Poncho!
- Não quero atrapalhar vocês Annie... - ela sorriu. - Ian já resolveu isso pra mim..
- HMMMM.. Mas já??? - ela respondeu arqueando a sobrancelha.
- ANAHI! - exclamou e a irmã riu. - Não é nada disso que você está pensando... Ian mandou que o segurança dele ficasse no prédio... Além de deixar claro que me visitará todas as noites.. - disse essa última parte vermelha e Anahi teve que segurar o riso.
- E depois não quer que eu pense besteira!
- POR DEUS, ANAHI! - Anabelle exclamou. - O que aconteceu pra você estar pensando tanta besteira assim?? - e agora foi a vez de Anahi arregalar os olhos e assumir uma coloração vermelho vivo nas bochechas. - Ahhhh danadinha!!!! - Anabelle riu. - Quer dizer que ontem foi uma noite agitada...
- Tanto quanto a sua! - provocou e ambas riram. Essas provocações bobinhas eram marca registrada das gêmeas Portilla.
- Mas me conte.. Como foi?
- Perfeito Belle... - ela sorriu apaixonada. - Vou te contar desde o começo..
Então Anahi começou a contar da trajetória para a adoção de Léo, a descoberta de que ele era o pai biológico, e por fim do medo que ela sentira e o modo como ele conversou com ela.
- E depois ele me pediu em casamento... - Anabelle arregalou os olhos. - Eu sei que repentino... Mas eu o amo Belle... Eu amo tanto o Poncho que acho que não saberia mais viver sem ele...
- Fico muito feliz por você... Muito feliz mesmo! O Poncho vale ouro.. E nada melhor do que ver o meu amigo feliz com a minha irmã.
- Nós seremos uma família, Belle... Você sabe que isso é o que eu sempre quis!
- E eu estou muito feliz por você.. Irmãzinha!
Anahi a olhou, com os olhos cheios de lágrimas, e lançou-se contra ela, em um abraço confortante.

-/-

- Onde vamos, Tio Poncho? - perguntou Léo assim que os dois saíram do orfanato no carro de Poncho.
- Hoje é dia de você tirar os pontos.. E você também vai fazer um pequeno exame de sangue.. Pra ver se está tudo ok! - o exame de sangue, na verdade, era para o teste de DNA.
- Ahh entendi... Vai doer?
- Nadinha campeão... Eu prometo! - ele riu.
- E a Nany? - perguntou com um biquinho.
- Teve ir no hospital ver a irmã... Mas ela te mandou um beijão...
- Ela vai sumir de novo? - ele perguntou parecendo triste.
- O que? Como assim Léo?
- No hospital ela não ficou muito comigo... Ontem ela não subiu pra me dar beijo e nem falar tchau... Hoje, dia de tirar os pontos, ela também não vem.. Acho que ela já enjoou de mim..
- Hey.. Não fale isso! A Nany está com muitas coisas na cabeça... Mas ela te ama Léo, mais do que tudo! Nunca duvide disso garotão.. Você é o centro da vida da Nany...
- Como você tem tanta certeza, tio Poncho?
- Porque ontem estivemos no orfanato para ver as coisas da sua adoção, Léo!
- O-o-o que??? Sério???
- Eu não te disse? - ele sorriu. - Em breve você vai morar conosco! Aliás, vou precisar da sua ajudinha para uma coisa.. - ele sorriu e Léo o olhou, sorrindo também.
- Aprontar com alguém???? Quem???? Tenho idéias ótimas que incluem almofadas de pum, pó de coceira e ratos de brinquedo!
Poncho soltou uma enorme gargalhada.
- Nada disso encrenqueiro! - Léo bufou. - Preciso de sua ajuda para uma surpresinha que quero fazer para a Nany!
Léo o olhou com os olhos brilhando enquanto Poncho lhe contava seu plano.

-/-

Johanna estava sentada em sua cama improvisada, no portão do orfanato. Passou a tarde toda tentando e tentando falar com Léo pelo radinho, mas ele não lhe respondia.
Bufou, se jogando na cama e logo lágrimas chegaram aos seus olhos. Sentia tanta saudade de sua mãe e de sua Tititi que estava cogitando a idéia de sair de seu esconderijo e ir procurá-las.
Mas... E se seu pai estivesse apenas a esperando sair? E se seu pai tivesse descoberto que ela estava escondida lá e quando ela saísse, ele a agredisse, antes de manda-la à Monterrey?
- Ai.. O que eu faço? - ela sussurrou limpando as lágrimas.

-/-

Poncho e Léo já estavam saindo do hospital juntos, após a retirada dos pontos e o exame de sangue de ambos.
- Bom... Agora nós dois vamos lá pra minha casa para comer um pizza com a Nany e jogar vídeo game... O que acha?
- SUUUUUPER!!! - ele exclamou querendo pular de alegria, mas Poncho o conteve.
- Cuidado garotão.. - disse rindo.
- E a Nany vai estar lá também??? MAIS SUUUUUPER AINDA!!!!
Poncho apenas riu, o abraçando.
Pouco depois chegaram ao apartamento.
- Onde estão os homens da minha vida? - Anahi perguntou assim que eles entraram em casa.
- NANY!!!! Que saudade!!!!! - ele exclamou já indo abraçá-la forte.
- Meu pequeno Gatito... Também estava morta de saudades... Desculpa não ter podido ir hoje... Doeu muito Gatito?
- Tudo bem Nany.. O tio Poncho me explicou que você estava com a tia Belle... E nem doeu.. Fica tranqüila... Já sou um homenzinho!
Anahi e Poncho riram do jeitinho do pequeno.
A noite passou muito divertida, comeram pizza e depois foram jogar vídeo game, e claro que Anahi perdeu todas para eles, que sempre riam da cara fechada que ela fazia.
- Isso não é justo!!!!! - exclamou fazendo bico, e Poncho já logo lhe deu um selinho. Enquanto Léo fazia cara de nojo.
Aproveitaram muito a noite, entre risos, abraços, beijos e piadas. Eram uma família de verdade.
- E então.. Em breve, você estará aqui sempre conosco Gatito... Vai morar aqui, conosco!
Léo abriu um sorrisão, e logo depois fechou o sorriso, ficando pensativo.
- O que foi garotão? - Poncho perguntou.
- Vou sentir muita falta dos meus amigos do orfanato... - ele falou.
- Mas vamos visita-los sempre! Eu prometo!
- E também tem a minha amiga secreta... - ele falou baixo.
- Como assim? Amiga secreta? - Anahi perguntou.
- É... Ela pediu que eu não falasse nada pra ninguém.. Mas sei que posso confiar em vocês... - ele sorriu. - Ela está escondida no portão do orfanato.. Disse que fugiu de casa porque apanhava do pai... E a mãe também apanhava... Tadinha...
Anahi e Poncho se entreolharam. Anahi podia sentir que seu coração batia tão forte contra seu peito que parecia que ia explodir.
- Co-co-como é o nome dela, Léo? - Anahi perguntou.
- Johanna... - Anahi sentiu que seus olhos enchiam de lagrimas. - Por que?

-/-

Johanna ainda estava deitada em posição fetal na cama, pensando no que deveria ou não fazer. Havia levantado para comer um pouco de bolachas que havia pego na noite anterior na cozinha e sentia muito a falta de conversar com o Leo, que ficou sumido do radinho o dia todo.
Ouviu a porta do porão sendo aberta e correu para se esconder embaixo da cama, com medo de que a achassem lá.
- Bebita? - ouviu essa voz tão conhecida e sentiu os próprios olhos se enchendo de lágrimas.
- Tititi? - perguntou saindo de debaixo da cama e encontrando a tia, correndo para seus braços e chorando em seu colo.

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