2013
Minha vida nunca foi diferente das demais meninas de minha idade, tinha apenas 13 anos e já sofria com as tais paixões, pensei que dessa vez seria diferente, mas nesse momento vejo que estou enganada, no começo recebi muito carinho, atenção, passávamos noites ao telefone, os finais de semana eram eternos longe do meu namorado, mas hoje o que me restaram foram as discussões, as lágrimas e mais uma vez eu fiquei sozinha mergulhada em meu pranto.
Lá estava eu, sentada no gramado sob uma arvore ao lado da biblioteca, resolvendo alguns jogos de palavras cruzadas da revista que havia ganho de meu pai, tudo que eu mais queria era correr para o colo dele, mas para isso eu deveria esperar no mínimo por mais quatro horas. Ouvi meu celular tocar dentro da bolsa, após um pequeno tempo vasculhando encontrei o aparelho, era minha mãe ligando, a principio estranhei pois minha mãe não costumava me ligar durante a tarde.
-Oi Mãe- Disse atendendo o celular, e colocando alguns fios de cabelo que caiam sobre meus olhos em seus devidos lugares.
-Clara?- perguntou ela, pensei em ironizar dizendo que poderia ser o Tinker Bell, mas notei a preocupação em sua voz.
-Fala mãe- respondi suspirando.
-Seu pai entrou em contato contigo?- perguntou ela, sua voz estava embargada.
-Não, aconteceu algo?- perguntei já preocupada.
-o Tia Rita ligou informando que o Tio Nelson piorou, o câncer esta vencendo ele, e provavelmente ele não resista até a próxima semana.- Senti meus olhos arderem e quando dei por mim,a as lágrimas já caiam sobre a revista de passatempos que estava sobre minhas pernas, não consegui responder minha mãe, e então ela falou:- Clara, não se desespere, seu pai esta indo para a capital e não dará tempo de ir se despedir de ti, então talvez ele te ligue, por favor, não chore assim ao falar com ele, tu sabe como ele esta se sentindo nesse momento.
-Está bem, mãe. Tentarei ficar calma.- logo desliguei, sabia que não havia nada que eu pudesse fazer, com certeza ele era o meu tio favorito, mas infelizmente eu não poderia dar minha vida para salvar ele. Assim consegui conter minhas lágrimas, voltei para casa, embora há dias difíceis, a vida segue e nos cobra para que sejamos fortes. Meu pai me telefonou após 3 horas, informando que havia chegado ao destino, não tocou no assunto sobre meu Tio, apenas pediu para que eu ficasse bem.
Após brincar um pouco com meu irmão caçula de 2 anos, tomei um banho, vesti um short jeans azul claro, uma regata branca e um colete roxo, minha pediu para que eu acessasse o site de noticias de minha cidade, não entendo o por que das pessoas procurarem noticias ruins para ler, não havia nada muito interessante por lá, apenas alguns acidentes ocorridos pela região, mas felizmente, nenhum com vitimas fatais. Aproveitei o momento e abri minha conta no facebook, havia algumas notificações e solicitações de amizade. Não dei importância mas mesmo assim aceitei todos os pedidos, minha curiosidade era mais que eu, e eu queria muito saber o que aconteceria no livro em que eu estava lendo, não queria ser perturbada, então verifiquei o bate papo e rapidamente o desativei.
Estava eu totalmente mergulhada na historia do livro, quando fui dispersa por um som vindo do meu computador, não dei muita importância e continuei a leitura.

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Rodovia 680
RomantizmO amor nos bate à porta quando menos esperamos invade e preenche-nos. Não há feridas que o amor não cure, não há dor que o amor não suporte, não há distancia que o separe. O que parecia ser apenas uma amizade tornou-se uma relação de afeto. Uma meni...