Lágrimas

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Dois meses.Iriam fazer exatamente dois meses que Alexander estava morando com Lynn e Carlos. Tinha que admitir, morar com os Smith's foi uma das melhores escolhas que já fizera na vida, apesar de não ter feito muitas. Em dois meses, eles o trataram melhor que sua mãe em toda sua vida. Algumas pessoas que passavam pelo restaurante, o olhavam estranho e murmuravam algumas coisas, e Alex achava melhor ignorá-los. Ele ficava triste, mas não tinha nada que podia fazer, a não ser escutar e ignorar.

-Já pensou em voltar a estudar?- Lynn lhe entregou uma xícara com café- Tem vinte e um anos, não acha melhor pensar em algo para fazer mais para frente?

-Você diz, algo como faculdade?- tomou um gole do café e sentiu o gosto amargo chegar em sua garganta.- Não terminei nem o colégio, como posso fazer uma faculdade?

-Eu posso te ensinar algumas coisas, sabe que sou formada.- ela sorriu- E além disso, existe internet para o que?

-Mas você já está me ajudando mais do que precisa, não posso te incomodar mais.- suspirou cansado.

-Não se preocupe, você nunca será um incômodo.- Lynn arrumou seus cabelos em um rabo de cavalo e levantou-se -Começaremos amanhã no final do nosso expediente.

Alexander suspirou e sorriu. Levantou-se e começou a abaixar as cadeiras que tinha colocado em cima das mesas na noite anterior. Lynn era uma pessoa maravilhosa. Sempre ajudara não só a ele, mas como muitas outras pessoas. Ela era a presença materna que Alexander tanto sentia falta. Quando sua mãe brigava consigo, era para os braços de Lynn que ele corria. Quando acontecia algo de difere, era para Lynn que ele contava. Sempre que sentia dúvida, era para Lynn que perguntava.

O tilintar do pequeno sino, se fez presente. Alex sorriu abertamente, era mais um dia que começava.



-Não sabia que agora vocês contratavam assassinos.- um homem barbudo gritou de uma das mesas do fundo- Vai querer nos matar também?- ele perguntou.

O homem começou a gargalhar feito um maluco, talvez fosse o efeito do álcool subindo para seu cérebro. Alexander encolheu seu pequeno corpo. Sentiu uma pontada no peito e uma profunda vontade de chorar. Ignorou o que o homem falou e continuou a anotar o pedido da mesa ao lado.

-Vai me ignorar?- agora o homem gritou em um tom bravo e alto.

Alexander encolheu-se mais ainda.

-Não vai me responder?- insistiu.

Agora o homem estava de pé, de frente para Alexander. Teve que torcer seu pescoço para encará-lo. O barbudo deveria ter no mínimo dois metros de altura. Seu rosto estava vermelho e bufava feito um boi. Empurrou os ombros de Alex, e isso o fez cair no chão.

-Eu mandei me responder!

Ele o segurou pelo colarinho, e Alexander pode sentir o forte cheiro de álcool invadir suas narinas.

-Solte ele Steve!

Lynn estava segurando uma frigideira, pronta para batê-lo.

-Eu mandei soltá-lo!- o homem soltou Alexander.

Lynn apontou seu dedo indicador para a porta de entrada e saída.

-Agora vá embora, e nunca mais pense em pisar aqui dentro.

O barbudo olhou em volta, e percebeu que todos estavam assistindo ao pequeno show que dera. Não pensou duas vezes e saiu do estabelecimento sem nem ao menos pagar a conta.

-Você está bem meu querido?- Lynn o ajudou a levantar.

-Estou sim.- falou com a voz embargada.

-Vem, vamos para seu quarto.- ela pediu desculpas para os outros clientes- Já chega de trabalho por hoje.

Os dois subiram e foram para o quarto de Alexander. O moreno sentou-se em sua cama e segurou sua vontade de chorar.

-Me desculpa, não queria causar problemas.- disse com a voz ainda embargada.- Vir para cá não foi uma boa escolha, amanhã vou tentar achar outro lugar para ficar.

-Quem disse que você vir para cá não foi uma boa escolha?- ela levantou uma das sobrancelhas- Só você pensa que não foi uma boa escolha.

-Mas Lynn, não quero que isso aconteça de novo.- ele suspirou- Não quero que isso prejudique o restaurante que vocês tanto lutaram para conseguir. Não quero estragar as coisas de novo.- desta vez, ele deixou as lágrimas escaparem de seus olhos.

-Alex,- Lynn colou as mãos uma em cada bochecha e secou as lágrimas do mais novo- você não vai estragar nada. E se acontecer de novo, nós vamos estar lá para te ajudar, não importa com o que seja.

Lynn sorriu com ternura e Alex chorou mais ainda. E se fosse sua mãe ali? Será que ela também faria isso por ele? Ela também sorriria assim? Alex abraçou Lynn com toda forca que conseguia encontrar naquele momento.












demorou um pouco (muito, pra caramba) mas aqui está!
bjus, e pensem (por favor) antes de matar

Alexander (Romance Gay) (EDITANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora