Ela tem o direito

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As coisas para a festa já estavam prontas, els agora, prendiam algumas bexigas em formato de flores na paredes. Iria ser uma festa muito grande e bem colorida, essa era mais uma das coisas que Alexander tinha em sua pequena lista de que não teve a oportunidade de fazer quando era criança, mas Lynn nunca deixou de comemorar, o que o deixava extremamente feliz.

-O que está fazendo aqui?- Lynn vociferou.- Mandei você ficar longe.- Alex franziu o cenho, era incomum ver sua mãe brava.

-Vim ver meu filho Lynn.

Escutar a voz de Stacy, fez o corpo de Alex congelar.

-Não pode me impedir, não tem esse direito.

-Tenho sim.- aproximou-se do filho.- Alex é meu filho, não vai tirá-lo de mim.

-Ela tem razão.- a voz de Alex saiu trêmula.- Ela tem todo o direito, o direito que você perdeu a muito tempo.- saiu de trás da mãe.- E já disse para não me chamar de filho, não sou mais seu filho.- seus olhos encheram-se de lágrimas.- Seu filho morreu há três anos atrás.

Alex saiu correndo do restaurante, sem ver para onde estava indo. Porque sempre que via Stacy, tinha que fugir como um covarde? Conseguia revidar e falar o que estava pensando, mas nunca tinha coragem de ficar e escutar o que ela tinha para responder. Tudo o que queria, era um porto seguro, alguém que pudesse escutar tudo o que tinha para falar e lhe dizer que estava bem.

Tentava ser forte, mas toda vez que a via, era impossível não lembrar de seu passado, o qual ele tanto odiava e tanto queria esquecer. Alex poderia algum dia perdoar Stay e tentar viver uma vida normal e feliz, mas não era tão simples assim. Ela nunca o tratou como filho, não conseguia lembrar de nenhuma palavra amorosa ou doce, saindo de sua boca e só Deus sabe o quanto isso ainda doía.

Alex parou de correr, não sabia por quanto tempo tinha corrido, mas chegou no parquinho que tinha no centro da cidade. Sentou-se em um dos vários banquinhos e, respirou fundo, tentando recuperar o fôlego.

Seus pensamentos foram parar em Nicholas. Sentia falta do mais velho, queria estar com ele e, perguntar onde poderia comprar um terno, não era exatamente uma conversa. Não conseguia entender como depois de todas as brigas, as mágoas, ainda conseguia pensar nele em momentos como esse.

Não pode deixar de rir de si mesmo. Olhou para cima, na esperança de encontrar um céu estrelado, mas ele estava nublado, assim como todos os outros dias. Sentiu os pingos de chuvas caírem em seu rosto, não estava ligando se poderia pegar ou não uma gripe, pelo menos conseguiria esconder suas lágrimas.

Pegou seu celular e viu que marcava oito horas da noite, tinha dez chamadas não atendidas e várias mensagens não lidas. Tinha se passado uma hora desde que fugira, precisava voltar e ajudar seus pais. Levantou-se do banquinho e começou a andar de volta para o restaurante.

Quando chegou no restaurante, ele estava cheio de crianças, correndo de um lado para o outro. Alex estava todo molhado, então resolveu subir e tomar um banho quente antes de ajudar na festa.

Vestiu a primeira roupa que viu e desceu. O lugar estava una completa bagunça, recolheu alguns copos e pratos descartáveis que estavam jogados no chão, e os colocou dentro da lixeira. De longe, viu uma menininha sentada na cadeira, um pouco mais afastada, quase dormindo.

-Cass?- Alex agachou-se na frente da mais nova.

-Alex?- ela abriu os olhinhos.- Estou com sono.- esticou os bracinhos e Alex a pegou no colo.

-Quem vai vir te buscar?- Cassidy ajeitou-se nos braços de Alexander e voltou a dormir.

Olhou para a pequena em seus braços e depositou um breve selar em sua testa. Era tão linda e pura, uma criança amável e muito educada. Cassidy era como uma irmã mais nova para Alex.

Alexander (Romance Gay) (EDITANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora