Bolo e febre.

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-Mãe!- gritou.- A senhora viu a minha carteira?- perguntou enquanto devolvia suas coisas dentro da mochila.

-Está aqui no banheiro.- franziu o cenho.- E porque ela está aqui?

-Não faço a minima ideia, e já estou atrasado.- pegou a carteira e deu um beijo na bochecha de Lynn.- Até mais tarde!

Se despediu de Carlos antes de sair de casa e correu até seu ponto de ônibus. Sentou-se no único lugar disponível no automóvel e tirou seu cachecol, aquele pequeno exercício físico tinha sido muito exaustivo, ser atleta estava totalmente fora de cogitação.

Depois de algum tempo tentando controlar sua respiração, olhou em volta e só então percebeu que o ônibus estava ais cheio que o normal, mas não deu muita importância, colocou seus fones de ouvido e fechou os olhos, na esperança de que poderia tirar um cochilo de quinze minutos.

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Agora fazia muita mais sentido! Todas aquelas pessoas no ônibus, eram os alunos de intercâmbio, tinha esquecido totalmente não só os alunos, mas também o fato de que seu ônibus passava na frente de um dos dormitórios da faculdade.

-Me desculpe!- Alexander  estava tão distraído que não percebeu a pessoa parada em sua frete, e logo se agachou para recolher as coisas que caíram.

-Que tal se da próxima vez, você olhar para onde anda?- a pessoa esbravejou.

Alexander respirou bem fundo, não estava com energias nem para abrir os olhos, e muito menos para discutir com estranhos.

-Eu já pedi desculpas.- levantou a cabeça para encarar o entranho em sua frente.- Não consegui dormir direito ontem por causa de uma droga de filme de terror e não quero jogar todo o meu mau humor em cima de alguém que não conheço.

-Tudo bem.- levantou as mãos e abriu um sorriso.- Me desculpe, entrei na sua frente de propósito.

-O que?- franziu o cenho.- Como assim?

O estranho o riu ainda mais.

-Como se chama?- aproximou-se ainda mais.

-Alexander.- encolheu-se e colocou as mãos no peito do garoto mais alto e o empurrou para trás.- Está muito perto.

-Já disseram que seus olhos são bonitos?

-Sim, talvez, não sei.

-Essa foi uma resposta bem vaga.

-Desculpe.- soltou um suspiro.- Não estou acostumado a receber elogios.

-E porquê não?- o mais alto segurou na cintura de Alexander e o puxou para mais perto.- É a pessoa mais bonita que eu já vi.

Alex soltou um longo suspiro e o garoto percebeu que deveria parar com seus flertes naquele momento.

-Me desculpe.- soltou a cintura de Alexander e afastou-se um pouco.- Passei dos limites, não passei?

-Ainda não consigo lidar muito bem com isso.- forçou um sorriso.

-Isso?- pendeu sua cabeça para o lado.- Isso o quê?

-Com as pessoas me tratando bem.- apoiou-se na parede.- Tenho pais maravilhosos e uma amiga que vale ouro, mas- fechou os olhos.- não sei se mereço tudo isso.

Depois de alguns longos segundos, ele abriu seus olhos novamente, sentia eles arderem e tinha certeza de que se piscasse, choraria, e tudo o que menos precisava no momentos, era chorar na frente de um estranho.

-Mase então,- passou as mãos no rosto e engoliu o choro.- para qual lado está indo?- mudou de assunto.- Consegue achar o lugar sozinho?

O garoto percebeu que não deveria, pelo menos naquele momento, perguntar nada. Abriu um sorriso e pegou um papel no qual a moça da recepção anotou sua sala e mostrou para Alexander.

Alexander (Romance Gay) (EDITANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora