9. O novo lobisomem

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POV Elena Collins
Acordo com a cabeça latejando, muito mais do que os arranhões de Peter. Levanto minha blusa, ou roupão, e vejo um curativo, e ao olhar, algo como uma boca, que foi desaparecendo aos poucos.
— O que está acontecendo comigo? — Falo olhando desesperada para minha filha, que até agora não tinha notado.
— Er... Bem... Você está virando um lobisomem? — ela fala com um sorriso amarelado e eu, incrédula volto a olhar para o machucado, que na verdade,simplesmente, não existe mais.
— Mas isso é impossível! — falo me lembrando de Scott e dos outros — impossível comigo!
— Ainda acho que não seja impossível. — Liesel fala apontando para minha mão, elas estão com garras enormes, que eu nem tinha reparado. — temos que sair daqui antes da lua cheia, que no caso é amanhã.
— Por que?
— Simplesmente porque você vai pirar. Não saia daqui. — ela fala e simplesmente vai embora do quarto.
Como assim eu vou "pirar"? O que está acontecendo realmente?
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POV Liesel Collins
Saio do quarto de minha mãe com um cara de assustada que faz Scott e Stiles virem em minha direção.
— O que está rolando? — Scott fala preocupado.
— Minha mãe... Ela é um lobisomem.
— O que? Isso é impossível! — Stiles fala quase gritando, chamando a atenção de todos que estão na sala de espera.
— É beem possível! Por que você não olhou o machucado debaixo da blusa da minha mãe? — falo me virando para Scott, devastada.
— Achei que fosse um arranhão, e que ia ser falta de educação tirar a blusa dela.
— Não seria tirar, seria levantar!
— Mas o que eu poderia fazer? Essa mordida deva fazer quase um dia! Não ia ter como fazê-la não se transformar! Não me culpe, culpe o Peter!
— Tudo bem, desculpa, estou devastada, você entende? Nunca pensei que as coisas iam chegar nesse ponto.
Scott não fala nada, apenas me abraça como se dissesse, "entendo, já passei por isso".
— Espera aí! Amanhã é lua cheia! Temos que tirar Elena daqui agora. — Stiles fala, me lembrando desse detalhe crucial.
— Verdade, Scott, chame Melissa e peça alta para minha mãe, se for preciso fale sobre o que aconteceu com ela. — em resposta ele ascente com a cabeça e sai rapidamente em procura de sua mãe. — Stiles, vem aqui — vou em direção ao quarto que minha mãe se encontra, mas a maca esta vazia e a janela aberta.
— Elena? Está aí? — Stiles chama, sem resposta.
— Mãe? Pelo amor de Deus, me fala que você está brincando e que você não fugiu pela janela!
Sem resposta.
— Vou olhar no banheiro.
—Isso, e eu vou lá embaixo ver se ela realmente fugiu — falo sem esperança.
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POV Stiles Stilinski
Quando entro no banheiro, para meu alívio, Elena está no chão, caída, olhando para sua mão, que está com garras afiadas e cortantes.
— Sai daqui, Stiles, agora!
Faço o que ela manda indo em direção ao corredor, depois de fechar e checar as travas da janela.
— Liesel! Sua mãe! Está aqui! — ela, já do outro lado do corredor faz uma cara de alívio. — mas, ande rápido, ela não está bem. — e correndo ela vem.
— O que ela tem?
— Trauma pós transformação?
— An?
— Nem eu sei o que é isso, acabei de inventar.
— Tudo bem, vamos.
Quando voltamos ao quarto Elena está  frente ao espelho com o rosto peludo e as garras arranhando a pia.
— Não pode estar acontecendo isso comigo!
— Mãe, está tudo bem, quer dizer, vai ficar tudo bem.
— Pelo menos você não morreu.
— Stiles!
— O que? Eu podia ter morrido?
— Podia, mas ainda bem que não aconteceu. — Lanço um olhar repreendendo o garoto.
— Ahh! Parem de gritar! Não sou surda! — minha mãe fala me deixando embasbacada.
— Não estamos gritando! Isso é só sua super audição.
— Garras, barba, super audição, o que mais?
— Super olfato é super velocidade. — Stiles fala me dando vontade de dar um soco no meio de sua cara. — Ah! E cura. — depois dessa faço o dito.
— Liesel! — minha mãe me repreende.
— Aiii! Por que fez isso? E como?
— Porque você é um completo idiota! E... Ando treinando com uma amiga.
— Quem?
— Breaden.
— Aquela psicopata, que ganha dinheiro para matar pessoas?
— Essa mesma.
Stiles abre a boca para falar algo mas um rugido nos interrompe.
— Calem a boca! Minha cabeça está doendo! — Eu e Stiles nos entreolhamos e em consenso mudo, resolvemos chamar Scott.
— Scott, sei que me ouve. Vem para o quarto da minha mãe agora!
Minutos depois Scott aparece, já sabendo o que fazer.
— Elena, se concentre, fique calma. Vai escutar normalmente.
...
Depois de quase meia hora, minha mãe parece normal, exceto pelo fato de que agora ela é um lobisomem.
— Precisamos te tirar daqui e te treinar.
— O que? Treinar? Eu não sou um cachorrinho!
— Agora é. E tem que superar isso, mãe.
— O que quer dizer com superar, Liesel?
— Aceitar?
— Pelo menos você vai ser tipo uma ninja, ninguém vai matar você com um tiro! Que da hora! — Stiles fala me dando vontade de dar outro soco nele.
— Isso porque eu vou me curar!
— A menos que não seja acônito ou bala de prata — falo pensando que agora, quem merecia um soco meu ou da Breaden sou eu.
— É verdade isso?
— Por que eu mentiria?
— Porque é isso que vocês andam fazendo!
— O que? Quando?
— Desde que Peter chegou na cidade com uma alcateia, não me contaram que ele tinha uma! Nem que Peter queria matar Scott, nem que ele quer formar um exército para acabar com todos os seres sobrenaturais de Beacon Hills!
— O que? "Acabar com todos os seres sobrenaturais de Beacon Hills"? Dessa A gente não sabia! Como você descobriu isso?
— Eu sou uma policial, investigo coisas para desvendar casos e prender os culpados. Esse é o meu trabalho, minha especialidade! Como eu descobri? Investigando! Ultimamente, tem que ser assim, já que vocês não confiam em mim!
— Elena... Como assim? Que investigação é essa? Onde? — Scott finalmente fala alguma coisa, em meio à aquela confissão toda.
— Descubram vocês mesmos! Do mesmo jeito que eu! — e com essas palavras ela avança em direção à janela e pula, fazendo cacos de vidro voarem por todo lado no quarto.
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POV Elena Collins
Já estou cansada de mentiras! Ou emissões, como Stiles me corrigiria.
Mas não posso pensar nisso agora. Agora eu tenho um alfa, e tenho que seguir meu plano.
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— Ah, Peter, achou que eu não ia saber onde é seu novo esconderijo? — Falo entrando na casa velha e malcuidada.
— Para ser sincero? Sim. Mas essa não é sua intenção, vir aqui para me prender, eu sei que não.
— Você é muito esperto, me morder para ter uma policial ao lado. Isso acontece muito com organizações criminosas, não exatamente assim, mas eles conseguem um policial manipulável ou comprável, e este passa informações cruciais, como quando haverá uma invasão, etc.
— Mas você sabe que minha intenção não é essa! Anda, Elena, diga o que conseguiu, qual é minha intenção?
— Ter alguém de confiança, que é amiga de alguém da alcateia de Scott, para obrigar tal pessoa a se distanciar e causar conflitos internos.
– Só isso?
— Também vai induzir a garota nova, Kylie, a ser a causa principal dos conflitos. Quer dizer... Dos outros conflitos. — com isso, Peter solta uma risada maléfica confirmando com a cabeça.
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POV Stiles Stilinski
Depois que Elena, literalmente, fugir, Liesel deu uma pirada básica.
— Já sei onde eles estão, então vamos atrás deles.
— Eles? — falo tentando parecer o mais tranquilo possível.
— É, Stiles! Eles! Minha mãe e Peter!
— E Kylie — Scott completa e eu confirmo com um movimento positivo com a cabeça.
— A alcateia de Peter, incompleta, mas ainda sim, uma alcateia, tirando o fato de ele ter um monte de outros lobos, que foram roubados de outros alfas. — falo seguindo a linha de pensamento que isso me leva.
— Para a alcateia estar completa, ele vai precisar morder mais um. — Scott fala completando o pensamento.
— Dois! Minha mãe não vai aceitar entrar na alcateia dele, nunca! E se entrar, eu impeço, nem que seja a última coisa que eu faça!
— Já entrou, Liesel! Se não, não teria ido atrás dele. Ela quer controle, e acha que só Peter pode dar isso a ela, já que foi ele que a mordeu. Eu sei que é difícil, mas você tem que aceitar, assim como ela.
— Não, Scott, isso nunca! Ou é ela, ou sou eu!
Com isso, ela sai do quarto e do hospital. Pega sua chave e começa a dirigir em direção ao esconderijo do Peter.
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POV Liesel Collins
Peter e minha mãe devem achar que eu sou idiota ou fraca e inútil. Estão completamente enganados. Chamei minha mais nova amiga, Breaden, para lutar comigo. Essa vai ser minha prova de fogo, de que eu já aprendi a maior parte das "lições" dela.
— Peter... Como vai, meu querido? Quanto tempo, não?
— Breaden! O que anda fazendo com essa garota completamente frágil e sentimental?
— O que acha? Meu trabalho! Fui contratada.
— Contratada? Pra que?
— Para dar aulas de defesa e ataque!
— Não achou que eu ia ficar "a fragilzinha" ou "a coitadinha" pra sempre, né?
— Na verdade, achei sim, Liesel. Você sempre foi preguiçosa e mimada, teve tudo em mãos, por que se preocuparia com isso?
— Porque moramos em Beacon Hills! Nunca estamos seguros! — com isso, Peter solta uma risada maléfica e pergunta:
— Então vocês vieram lutar? Sozinhas?
— Não, viemos buscar minha mãe, mas se for preciso, vamos lutar por isso. 
— Pois então, eu desejo boa sorte para vocês duas!
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POV Breaden
— Sorte? Não precisamos de sorte, precisamos de prática. E por isso, viemos preparadas. — olho para Liesel, e ao mesmo tempo, tiramos das costas um fuzil e uma metralhadora. Ela com o fuzil, e eu a metralhadora. Apostei alto, mas acho que vai valer a pena.
— Mas vocês ainda acham que vão conseguir matar doze lobisomens? Porque é isso o que eu tenho.
— Achamos, e nos preparamos muito para isso. No três, Breaden — Liesel fala, se virando para mim, quando todos os lobisomens aparecem — Um! Dois! TRÊS!
No mesmo instante que ela fala, começamos a atirar e torcer para que nosso plano funcione.
Quando um lobisomem se aproxima demais dela, cogito ir ajudar, mas ela faz um sinal para que eu me proteja, e eu obedeço.
Por mais incrível que pareça, Liesel finge que foi atingida e se agacha, pegando a faca com acônito que escondemos em seu tornozelo, e enfia a tal faca no peito do lobisomem, o deixando inconsciente. Inconsciente não, morto.
Essa é minha garota! Aprendeu direitinho o que ela deve fazer nessas horas.
— Uou! Boa, garota! Muito boa!
Algum tempo e alguns lobos mortos depois, uma voz feminina nos interrompe.
Elena.
— Ei! Parem, agora! Sei que vieram para me buscar, mas não vou embora. Mas mesmo assim preciso falar com minha filha. A sós. — Elena fala me lançando um olhar ameaçador que não me intimida. Ah! Como eu odeio essa mulher! Se ela não fosse mãe da minha amiga, eu juro que estaria morta.
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POV Liesel Collins
Sei que me culpo internamente por manter meus treinamentos com a Breaden em segredo, esconder isso de meus amigos, foi quase tortura, mas da minha mãe, foi uma necessidade. Elas se odeiam reciprocamente, a policial e a mercenária. Há um mês, minha mãe prendeu Breaden e ela, com um de seus vários de seus truques, conseguiu tirar a algema e colocar minha mãe no lugar dela. Isso gerou uma raiva que foi corroendo dentro delas, tanto que quando eu contratei Breaden, tive que pagar mais caro, já que com aquele salário, ela não ia ajudar a filha de sua maior inimiga.
— O que está fazendo aqui? Acho que não fui clara o suficiente quando sai do hospital.
— Vim te buscar! Não vou deixar que entre na alcateia do Peter!
— Ah, mas vai sim, filha, eu tenho um plano e infelizmente eu dependo de entrar para a alcateia dele! Se esqueceu que eu ainda sou uma policial e que tenho que prender quem não segue a Lei?
— Mãe? O que você está tramando?
— Vai saber se confiar em mim e se ir embora. Hoje à noite te conto tudo quando chegar em casa.
— Ok, né? Fazer o que? — Me viro para o corredor de onde então Peter, seus lobisomens e Breaden — Aí! Breaden! Vamos nessa, temos uma coisa importante para fazer.
Nesse momento ela surge do escuro devastador do cômodo ao lado, com uma cara de estranhamento.
— Ah... O q...
— Depois te explico — falo a interrompendo.
— Tudo bem — ela fala e se vira para minha mãe — sabe que se ela não fosse minha amiga, já estaria morta, não sabe?
— E você presa! — minha mãe retruca e para acabar com essa reação de desconforto puxo levemente Breaden para irmos embora.

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