17. Desaparecida?

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POV Lydia Martin
— Liesel? Por que a faca? Vamos conversar. — falo um pouco engasgada pela pressão que ela faz no meu pescoço, a adaga estava realmente afiada já que na mesma hora que ela foi posicionada, sangue começou a sair de mim.
— Você vem comigo! — ela falou com uma voz ainda mais assustadora que da primeira vez.
Me calo e sou levada à força por braços musculosos, que no caso, estranhamente eram dela. Ela me põe na parte de trás de um furgão preto e segue no volante. As janelas eram pretas e na parte onde eu estava, não abriam, típico carro para sequestrar uma pessoa.
Tinha muitas perguntas a fazer, mas Liesel parecia ameaçadora o suficiente para me fazer ficar calada.
Qual é a da faca? E o furgão?Por onde ela esteve? O que aconteceu? Por que ela sumiu? Será que ela sabe do que aconteceu com Jade? Por que ela veio me procurar? Por que me obrigar a ir com ela com uma faca?
Entre meus devaneios, que duraram muitos minutos, paramos em um lugar que eu só consegui ver pelo vidro da frente do carro.
Era um bar ou algo do tipo, estava muito acabado e era bem velho e sujo. No nome do bar tinham letras apagadas e não deu para decifrar, aquilo parecia um certo código. Me deu até nojo.
— Chegamos. Bar do sr. Willian, um amigo meu. — ela fala do meu lado, com a porta aberta, eu, enquanto observava o lugar nem percebi que a garota havia saído do carro e chegado até mim.
Saio do carro e pergunto com certo receio:
— Por que me trouxe aqui?
— Por vários motivos, o único que pode saber agora é que aqui é um lugar afastado, por isso.
— Vamos entrar nisso?
— Vamos — ela começa a andar e para quando percebe que eu não movi um músculo — Agora! Vem logo!
— Tá bom... — falo meio avessa à entrar naquele... Troço.
Começo a andar e me encolho na minha jaqueta de couro, devido a um vento gelado que deixa o ambiente ainda mais misterioso.
Entramos juntas e somos recebidas por um velho muito bêbado, desdentado e com uma roupa que me diz que o guarda roupa dele precisa de reformas urgentes.
— Ah! Liesel! Quanto tempo! Parou de vir aqui para jogar uma sinuca por que? É tão saudável!
— Oi amigo! Estou cheia de compromissos, e em falar nisso, ela é um desses compromissos — ela fala se referindo a mim — Pode nos arranjar uma mesa?
Ele nos direciona para uma mesa bamba e velha. O local por dentro é ainda pior que fora, teias de aranha por todo canto, poeira acumulada aqui e ali, homens bêbados jogados nas mesas e uma mesa de sinuca rodada de homens apostando dinheiro.
Assim que o velho nos deixa à sós, ela me lança um olhar assassino e me manda sentar.
— Você já deve saber de tudo. Deve estar com medo, me desculpe por isso, por te trazer nesse lugar, sei que é uma patricinha esnobe que não gostaria de estar nesse lugar.
Ignoro a ofensa e só pergunto sobre o início da frase dela.
— Saber de que?
— De Jade e Oliver.
— Sei, ela perdeu a memória, e o Oliver está entre a vida é a morte.
— E...?
— E o que?
— Você não sabe quem fez isso com eles?
— Não, o pessoal ficou de descobrir.
— Pois é, então... Fui eu.
Arregalo os olhos e grito, amedrontada.
— Socorro! Me tirem daqui! Estou com uma louca! Ela quase matou meu amigo! — levanto da cadeira e começo a tentar correr mas sou segurada pelo braço da garota, o que me faz soltar outro grito.
Ela aperta meu pulso, gira meu braço pressionando com força contra minhas costas.
Solto um gemido de dor e peço para ela para que me solte.
— Senta e mantém a calma, aí eu te solto. E por favor, não solte mais um desses gritos, o faça de novo e eu te mato. Não se esqueça que eu ainda tenho uma faca. E, se quiser, eu busco minha pistola.
Ela pareceu assustadora demais, então só assenti com a cabeça com medo de que eu falasse algo errado e ela enchesse o saco de mim e resolvesse me matar de verdade.
— Bom, essa não é a única coisa que precisa saber. Sim, eu estou do lado do Peter.

O medo me consome ainda mais. Apesar do fato de que isso já era óbvio.
— E eu com isso?
— Preciso de você.
— O que? — falo tão alto que todos ao redor param para prestar atenção na conversa.
— Ei! Vão cuidar de suas vidas seus homens inúteis e bêbados! — ela grita e se vira para mim — Pare de gritar porque se não eu vou sair só das ameaças.
— Por que você precisa de mim? — resolvo ignorar a ameaça e ir direito ao ponto.
— Minha mãe tem um plano, mas eu já enchi o saco de segui-lo.
— E?
— Quero que faça o xerife prender minha mãe.
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POV Kylie Lawrence
— Onde está aquela desgraçada da Liesel?
— Calma, Peter, ela está desaparecida só há cinco horas, isso se ela tiver saído às seis — falo tentando alcalmá-lo, tentando esconder o fato que eu era a única culpada disso tudo.
— Como? Minha vice some e você quer me acalmar? Mande todos os meus betas atrás dela.
— Que exagero!
— O que está acontecendo? Que gritaria é essa? — Elena aparece na salinha de reuniões, irritada.
— Sua filha.
— O que tem ela?
— Peter... Não! — falo tentando impedir.
— Está desaparecida.
— O que?
— Peter!
— Como assim está desaparecida?
— Ela simplesmente não está em lugar nenhum do esconderijo, ninguém sabe dela e o telefone dela está aqui.
Faço uma cara de reprovação para Peter.
— E o que estão esperando para ir atrás dela?
Peter me olha, como se repetisse a ordem de mandar todos os betas atrás dela.
— Ok, eu vou lá.
...
Peter e Elena estão discutindo há mais de quinze minutos sobre "se Elena pode ou não ir atrás da filha desaparecida"
— Elena, me poupe, sua filha é tudo, menos indefesa, tenha certeza de que onde ela estiver, ela está bem, e com certeza com pelo menos uma adaga e uma pistola.
— É minha filha! Tenho o direito de ir atrás dela!
— Ela não precisa mais de você! Se estiver em dificuldade, vai superar, ela é muito bem treinada!
— Tudo bem, eu acredito no potencial dela, mas não pense que só uma pistola e uma adaga vão salvar minha filha de um lobisomem, ou até mesmo de uma alcateia. Quem pode me garantir que ela está viva?
— E quem pode te garantir que ela está morta? Ou que ela levou só uma pistola e uma adaga? Ou que ela se meteu em confusão? Às vezes foi só se divertir!
— Quem me garante?
— Chega! Já deu! Vocês não podem parar?
— Fique quieta, Kylie! Isso é uma discussão de adultos!
— Pois parece mais uma discussão ente mim e minhas amiguinhas de quando eu tinha 13 anos. Acho que Elena devia ir atrás da filha, afinal ela é a mãe e você mandou eu chamar todos os betas e no caso, ela também é um beta.
— Viu?
— Cala boca Kylie! Quem decide sou eu!
— Eu vou.
Elena saiu da sala correndo e Peter, obviamente, foi atrás dela.
— Peter! Deixe Elena ir, ela é a mãe da Liesel, natural que esteja preocupada.
Peter vem em minha direção e me joga na parede, quebrando-a e me deixando agonizando no chão.
— É tudo culpa sua! Agora você vai atrás dela para ajudar, ou eu te mato aqui e agora mesmo!
— Eu vou... — falo ainda no chão e com muita dor, esperando eu me curar, já que acho que devo ter quebrado no mínimo cinco costelas.
Quando me levanto, ele ainda me pega pelo pescoço e fala:
— Se você não achá-la e não trazer Liesel de volta, não precisa nem voltar aqui, está fora.
— Ok... — falo com o resto de ar que ainda tinha nos meus pulmões, assim, ele me solta e eu fico ajoelhada tentando controlar minha respiração de novo.
Me levanto e vou correndo para alcançar Elena.
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POV Lydia Martin
— O que? Como assim? O Xerife nunca prenderia sua mãe!
— Mas vai ter que prender!
— Como você pretende fazer isso?
— Vou fazer minha mãe matar alguém, com provas.
— Quem seria este alguém?
— Alguém muito importante para o Xerife.
— Não...
— Stiles.
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POV Kylie Lawrence
Ao alcançar Elena, ela me repele friamente, sem a menor consideração por ter (praticamente) ajudado ela a sair do esconderijo.
— Não preciso de babá, estou bem grandinha, no caso BEEEM mais que você.
— Certo, mas sou eu ou o Peter. Qual você prefere?
— Sinceramente?
— Aham.
— Preferia nenhum de vocês achando que eu sou uma adolescente indefesa, mas no caso, eu não sou nenhum dos dois...
— Bom... Mas você só pode ter uma escolha, e ela é: eu ou o Peter.
— Você, mas só se não falar nada e não xingar minha filha.
— Que?
— Que o que?
— Eu não xingo sua filha, aliás, ela era minha amiga.
— Era?
— É.
— Será mesmo? Por que será que eu acho que o sumiço dela tem a ver com você?
Paro de andar e encaro indignada a mãe da minha "amiga".
— Como assim?
— Você acha mesmo que ela fugiria assim? — Elena também para, mas a alguns passos de mim e me encarando com ainda mais ódio.
— Assim como?
— Sendo de confiança do Peter, estando no poder e tendo te derrubado?
— Me derrubado? Me poupe! Acha que eu ameacei sua filha de um modo que a fez fugir, principalmente nestas circunstâncias, as quais eu estou por baixo?
— Não acho que tenha a ameaçado, mas eu sinto que tem dedo seu nesta história.
Ela começa a correr, dando a conversa como terminada.
Intuição de mãe é foda, né?
Como eu não tenho escolhas, corro atrás dela, entediada.
— Ei! Tive uma ideia, mas vamos precisar voltar, é rápido.
— O que vai fazer, garota?
— Facilitar como vamos achá-la.
— Como?
— Usando nossos instintos.
Começo a correr o mais rápido que eu consigo para voltar ao ponto de partida.
...
— O que você está fazendo aqui? Não mandei você ir atrás dela?
— E eu fui, Peter, mas quero facilitar as coisas. Você não acha que é melhor para achá-la com nosso faro?
Peter me olha com uma mistura de orgulho e espanto.
— Aprendeu muito comigo, não é mesmo?
Faço que sim com a cabeça e tiro um casaco que Liesel usa muito do armário dela e saio do quarto.
Ao chegar do lado de Elena cheiro o casaco e entrego para ela que faz o mesmo e o joga no chão, saindo correndo.
...
Localizamos o cheiro dela, o que nos levou a um bar, entramos lá mas não tinha mais nenhum cliente, e o dono falou que estavam fechando para o almoço.
— A Liesel esteve aqui hoje né, Willian?
— Conhece ele?
— Sim.
— Por que quer saber, Kylie?
— Precisamos dela.
— Bom, se é algo importante... Sim, ela esteve, ela e uma ruiva bonita.
— Lydia. — Falamos eu e Elena em uníssono.
— E... Há quanto tempo saíram?
— Menos de quinze minutos.
— Muito obrigada, Willian. Te devo uma.
— Pode me pagar com uma partida de sinuca mais tarde.
— Ah, claro.
Saímos de lá e começamos a farejar de novo. Ainda estão perto, mas temos que correr para alcançar, elas devem estar de carro.
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POV Liesel Collins
15 minutos atrás...
— O Stiles não tem nada a ver com você e sua mãe. E, além disso, ele é seu namorado! Não era para você querer ele morto!
— Duas coisas: a) depois de saber o que eu fiz, ele já não deve ser mais meu namorado e b) eu não quero ele morto, quero minha mãe presa, ou seja, ele pode não estar realmente morto.
— Cada vez que você abre a boca eu fico ainda mais confusa. Como assim "pode não estar realmente morto"? Se ele não estiver morto, como ele vai mostrar para o pai que está morto? Como sua mãe vai matar alguém, sem ter matado? Sem sentido.
— Ia ajudar muito se você parasse de ficar especulando e me deixar falar.
— Ah, claro.
— Stiles não precisa estar morto para o pai acreditar que ele morreu. Só precisa parecer morto.
— Mas, se ele acreditar que o filho está morto e prender Elena, em algum momento, que ele descobrir que é mentira, sua mãe vai ser solta.
— Não preciso de minha mãe presa para sempre, só o tempo necessário.
— Tempo necessário para que?
— Para terminar o que EU comecei.
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Oioi gente,
Taí o cap novo, desculpem a demora, mas espero que gostem...
Xoxo

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⏰ Última atualização: Dec 08, 2016 ⏰

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