Doze Corpos

6 - Augusto Breze

                                                                     

Augusto Breze o prefeito, um homem de negócios dono de uma construtora e de muitas outras coisas, e pai de Charles Breze o seu maior problema.

Augusto tentou de tudo para tirar o filho da prisão um escândalo desses seria horrível para sua imagem, um filho assassino? Ele já estava ciente que esse seria seu último mandato, mal dormiu na noite da prisão de Charles, na manhã seguinte Carla Gomes a médica legista e sua equipe foram até a sua casa.

- Desculpe Sr. Prefeito incomoda-lo assim tão cedo - disse Carla - Mas preciso verificar o carro do seu filho, ele alegou que foi com o carro para escola, porém na hora que chegamos o carro não estava lá ele disse que o suposto assassino fugiu com o carro, gostaria de ver onde seu filho guarda o carro.

- Ele costuma deixar na lateral esquerda da casa - respondeu Augusto - quase nunca coloca na garagem.

Augusto acompanhou Carla até o local mencionado, e o carro estava lá, um conversível preto reluzente.

- Olhe o carro está ali - disse Augusto

- O assassino poderia ser calculista - disse Carla - se a versão do seu filho for verdade, o assassino cortou o pescoço da vítima muito próximo da porta - Carla simulou estar cortando o pescoço de um homem da sua equipe. - e a largou muito rápido para poder ligar o carro e fugir, era pro sangue respingar na porta, claro o assassino poderia ter limpado, mas esqueceu de um detalhe, quando a vítima caiu no chão o sangue poderia ter respingado embaixo do carro - Carla se abaixou e verificou o carro.- Como eu suspeitava, podem levar o carro.

- O que aconteceu? - Augusto perguntou.

- Ainda é cedo para dizer Sr. Prefeito, mas acredito que depois do funeral de hoje terei a resposta. - Dito isso Carla se despediu do prefeito e foi embora, um homem da equipe levou o carro de Charles.

Augusto lembrou do funeral e seu celular começou a tocar era um número desconhecido:

- Alô

- Alô Sr. Prefeito parece que seu filho matou a sua vagabunda preferida. - disse uma voz distorcida por algum aplicativo.

- Alô quem é você? Quem está falando?

- Você não precisa saber, Emili e o seu filho adoravam filmar os outros em momentos íntimos - disse a voz - e eu adorava filmar você e a vadia da Emili transando na sua garagem. - Então a voz misteriosa desligou

- Alô - Mas a voz já não estava mais na linha, o dia do prefeito não podia ficar pior, alguém sabia que ele tinha relações com Emili Albuquerque a namorada do seu filho e menor de idade.

O seu celular apitou anunciando que havia chegado um vídeo, Augusto abriu o vídeo que mostrava ele e Emili transando em cima do capo do seu Porsche Cayenne vermelho, seguido de uma mensagem.

" Eu quero 200 mil dólares, traga o dinheiro hoje ao meio dia na fábrica de gelo klain que está  abandonada "

Em seguida dessa chegou outra:

" De onde saiu esse vídeo, tem muito mais.
E nada de polícia."

Augusto não sabia o que fazer, subiu até o seu quarto, abriu o cofre e tirou 200 mil dólares da fortuna que guardava na sua própria casa botou em uma bolsa e sentou na cama.

Augusto olhou no relógio era meio dia, e ele ainda estava em casa, decidiu não levar o dinheiro, e foi para prefeitura, chegando no seu escritório o celular apitou de novo, era mais um vídeo, dessa vez o rosto dos dois estavam nítidos e no vídeo ele falava o nome dela.

Mais uma mensagem tinha chegado:

" Estou decepcionado com você, vou lhe dar mais uma chance, assim que o funeral acabar eu vou esperar você na fábrica, não me desaponte de novo "

Agusto foi para o cemitério tentar esquecer, mas cada passo que dava mais aquela voz estranha penetrava na sua cabeça, ele sentia que estava a ponto de enlouquecer.

Logo as pessoas começaram a chegar, as emissoras de TV, algumas autoridades. As pessoas olhavam o prefeito com indignação, ele tentou se afastar ficar o mais invisível possível, sabia que as pessoas ali estavam com raiva do filho dele ter feito tamanha atrocidade com as jovens, ninguém parecia relevar que Charles era inocente as pessoas queriam um culpado para extravasar o ódio.

Os corpos foram enterrados e as últimas homenagens foram feitas, aos poucos as pessoas foram indo embora. Augusto entrou no seu carro olhou para a bolsa do dinheiro, e pegou o caminho para a fábrica de gelo abandonada. Seu celular tocou:

" Alô quem é? "

" Sou eu a Carla Sr Prefeito"

Augusto ficou mais aliviado.

" O seu filho foi absolvido de todas as acusações, tinha vestígios do sangue de Pamela Stacy, embaixo do carro do seu filho "

Augusto deu um suspiro aliviado.

" A versão dele estava certa o tempo todo, ele já foi liberado há alguns minutos, o senhor não precisa se preocupar mais com nada"

" Que ótima notícia "

Augusto desligou o telefone, já estava na frente da fábrica, a fábrica estava toda descuidada uma placa grande descascada mostrava o nome klain. A noite começava a cair, ele desligou o carro pegou a bolsa e o celular e desceu do carro. Havia uma porta na lateral e estava arrombada, assim que Augusto botou o pé dentro da fábrica seu telefone tocou.

" Muito bem prefeito - disse a voz misteriosa - siga reto nessa direção você vai ver uma câmera fria onde antigamente guardavam gelo, eu quero que você coloque a bolsa lá e vá embora"

Antes que Augusto pudesse falar alguma coisa a voz desligou. Ele seguiu as instruções e foi caminhando até o final da fábrica, como já estava anoitecendo pouca luz entrava na fábrica, Augusto ligou o flash do celular para poder ver melhor o caminho. No fim do corredor uma câmera de vidro como um freezer gigante estava ligada e fazia um barulho muito alto e em volta da porta um neon azul acesso dava um tom assustador no corredor.

Augusto colocou a mão na maçaneta da porta de vidro da câmera fria e abriu a porta. Augusto foi surpreendido por um golpe por trás, um golpe na mão fez com que ele a abrisse e deixasse cair a bolsa e o celular, logo em seguida um outro golpe nas costas fez com que ele caísse dentro da câmera fria. Augusto viu então alguém encapuzado da cabeça aos pés, esse alguém trancou a porta da câmera fria e elevou a temperatura para o máximo. Augusto tentou quebrar o vidro da porta, mas não era um vidro comum era muito forte, ele gritou com todas as suas forças mas era impossível alguém ouvir.

A pessoa encapuzada pegou o celular do prefeito, e mandou a seguinte mensagem para o assessor de Augusto:

" Desmarque todos os meus compromissos, surgiu um imprevisto estarei fora da cidade até segunda-feira "

O vulto encapuzado, desligou o telefone do prefeito. Foi até a porta da câmera fria e tirou o capuz.

- Você?

Disse Augusto lutando por sua vida.