Capitulo 35

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Liz Group

Eu me sentei no sofá macio feito de material caro ao lado da Live, seus olhos estavam fixos em mim, ela parecia querer identificar cada emoção minha, ela também estava tensa e bastante emocionada. Havia uma tristezas em seus olhos, uma tristeza tão grande. Eu nunca havia visto nada parecido nos olhos de ninguém, isso me incomodou um pouco, eu não queria sentir vontade de abraça-la, não antes de conhecer a verdade, mas eu estava sentindo isso agora. " Você pode começar, eu tenho todo tempo que você precisar para contar-me como realmente as coisas aconteceram. " eu disse e ela assentiu.
"Eu não tive uma vida normal, uma familia normal. Eu nasci no Alabama, minha mãe ja havia tido um outro filho antes de mim, com um homem com quem se casou e permaneceu por pouco tempo, ele ficou com a guarda do menino a qual minha mãe não havia feito nenhuma questão de ficar, Ela não parecia ter nascido para ter filhos. Eu vim depois, minha mãe havia conhecido Philip Aymon em um restaurante do qual trabalhou, ela se apaixonou por ele e eles ficaram juntos por um longo tempo mas ai ela engravidou e quando ele descobriu a abandonou alegando que não podia ter filhos porque ja tinha uma familia. Eu não soube mas nada dele, eu apenas sabia dessa parte da historia porque a minha descontou toda a sua frustação em mim, ela dizia que eu era a culpada do meu pai te-la abandonado, ela nunca me amou e nunca expressou um só gesto de carinho em mim. Para ela eu fazia tudo errado, eu tentava agrada-la mas era inútil, eu sempre acabava de castigo ou apanhando. " ela fez uma pausa e abaixou a cabeça, eu não conseguia dizer-lhe qualquer coisa. Só essa parte da história ja me assombrava, imagina o estrago que deve ter feito em uma criança.
" Nós moravamos sozinhas, eu não tinha ninguém, eu só tinha ela. Eu pensava que ela deveria me amar, que só estava zangada comigo por ter estragado tudo, eu esperava que ela mudasse de ideia mas os anos foram passando e ela não mudou, suas frustações pioraram e eu sempre saia perdendo com isso, ou eu levava alguns ematomas de presente ou tinha que passar o dia na rua até sua raiva passar. " ela disse, quando uma lágrima caiu do meu rosto, tudo isso era tão doloroso de se ouvir e ela mantinha sua cabeça abaixada, suas mãos estavam fechadas em um punho sobre suas pernas e eu levei minha mão até que pudesse cubrir a dela. " você não precisa continuar se não quiser. " eu disse. " Eu quero que você saiba Liz, eu não fui capaz de falar isso muitas vezes, mas eu realmente quero que você saiba. " ela disse antes de continuar. " Um dia ela decidiu que nao podia ficar convivendo com uma pessoa que lembrava tudo que ela perdeu, segundo ela eu era cara do homem que tinha estragado a sua vida e foi assim que ela me mandou ir embora de casa no dia do meu aniversário de onze anos, esse foi o meu presente, o unico que ela me deu em toda a minha vida... "
" Eu depois de pegar apenas algumas mudas de roupa e uma mochila, eu não conseguiria levar muita coisa. Eu era muito pequena e não tinha mas ninguem, eu caminhei durante dias, até que encontrei o Luy. Nós crescemos juntos na rua, cantando e tocando para ganhar dinheiro e sobreviver, quando eu conheci seu pai nós ja tinhamos um trailer do qual dividiamos as dispesas. Luy foi como meu irmão mas velho, ele foi o mas próximo de uma familia que eu tive por um par de anos. " ela disse, eu puxei na minha memória onde eu tinha ouvido esse nome. " Luy Diestro? Eu ja peguei meu pai falando alguma coisa dele. " eu expliquei. " Eu fugi com ele, mas nós nunca tivemos nada. Ele cuidou de mim desde que eu tinha onze anos e estava perdida, ele foi o meu anjo protetor toda a vida, eu o amo apenas como um irmão. " ela disse e continuou de onde parou. " Eu apaixonei pelo seu pai assim que o vi, eu pensei que fosse capaz de viver um amor mas eu estava errada, eu não era boa o soficiente para vocês, seu pai nunca fez nada errado, eu sou a unica errada dessa história. Como você deve saber eu e seu nos casamos muito rápido e ele não sabia muita coisa a meu respeito, ele não sabia que eu havia me viciado em drogas um pouco antes dele chegar na minha vida, um amigo do Luy nos ofereceu segundo ele isso era capaz de nós livrar de todos problemas, era capaz de amenizar toda a nossa dor. Ele tinha razão isso amenizava mas quando o efeito passava tudo voltava outra vez. Eu tinha dezesseis anos quando experimentei a droga pela primeira vez e antes mesmo que eu pudesse perceber, eu ja estava viciada, eu não conseguia mas parar. Quando eu fui morar com o seu pai, eu queria mudar e apagar toda a minha vida para dar o melhor para ele, para vocês. Mas eu não fui capaz, eu me sentia um pássaro enjaulado no meio daquela cazinha de cristal que seu pai me ofereceu, eu não havia nascido para isso, eu não havia nascido para ser feliz, seu pai não seria feliz comigo, eu o amava mas eu tinha demônios muito grandes que eu não conseguia lidar. Quando eu descobri a gravidez, eu senti medo no começo. Eu não sabia ser mãe, eu havia tido uma infância de merda mas logo você preencheu esse medo com amor, eu a amei desde o primeiro instante e quando eu a vi pela primeira vez, linda com as bochechas rosadinhas, eu senti algo tão forte, tão grande, eu sempre a amei mas do que a mim, Liz. Te deixar fez eu deixar a minha alma, mas você não merecia uma mãe que era dependente química e com um passado como o meu, você merecia mas do que isso, meu maior medo era de você não me aceitar, era de não conseguir ser boa para vocês, então eu fugi achando que estava tomando a melhor decisão e deixa-la me trouxe uma dor maior do que todas que eu ja senti, eu não espero que você me perdoe porque eu não sou capaz de me perdoa, mas eu queria dizer-lhe que eu te amo, eu te amei por dezoito anos e eu te amarei até que eu não tenha mas o meu folego de vida. " ela terminou e quando seus olhos finalmente encontraram os meus, eu vi aquelas grandes bolas azuis cheias de lagrimas que desciam por todo seu rosto, eu não estava diferente lagrimas desciam do meu rosto também, eu não sabia oque dizer-lhe talvez dizer que não havia nada oque perdoa, dizer que ela deveria me perdoa por sentir raiva dela, ela não tinha culpa por sentir medo, eu queria abraça-la e dizer que eu a amava também, eu sempre a amei mesmo não sabendo quem ela era, todas as vezes que subi naquele telhado meu coração estava cheio de amor para ela, eu o guardei todos esses anos e talvez essa fosse a hora dela receber mas eu não conseguia falar absolutamente nada, eu conseguia apenas derramar lágrimas.

O destino te escolheu por mimOnde histórias criam vida. Descubra agora