Samid***Por coincidência encontrei o Zé Mentirinha, estava passeando pela praça central, onde está tendo as apresentações musicais e que logo haverá a distribuição gratuita da Pinga daqui de Paraisópolis, ele estava do meu lado e nem me viu e eu disse, batendo em seu ombro:
- Oi Zé!!
Falei isso gritando, pois, o som da festa estava bem alto e não dava para conversarmos normalmente.
Ele se virou e ao ver me disse:
- Oi meu amigo...!
Eu completei a frase...
- ...Samid!
O Zé disse, como se estivesse lembrado:
- Isso mesmo, Samid. Tudo bem? Deu certo o hotel?
- Sim, deu sim! Obrigado. Se não fossem as suas dicas, eu não saberia o que fazer no meio deste grande multidão enlouquecida.
- Você vai gostar daqui, é um lugar bem tranquilo e um povo bem hospitaleiro, sem querer puxar a sardinha para o meu lado, mas, o povo daqui é trabalhador, não mede esforços para ganhar o seu sustento.
Comentou o Zé Mentirinha.
Depois de tomarmos mais algumas cervejas, a música foi cortada e o apresentador começa a falar.- Boa noite meu povo, é com imenso prazer que hoje recebemos todos vocês para mais esta maravilhosa Festa da Pinga de Paraisópolis, lembrando que a Festa jamais teria este sucesso se não fosse simplesmente a participação direta de cada munícipe, com a doação do que vocês têm de melhor, e olha que ninguém faz igual ou melhor, o único produto no mundo, que é esperado com reservas de meses até mesmo anos na fila de espera, a pinga de Paraisópolis Minas Gerais!
Ele tomou um copo de água e continua:
- Paraisópolis é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, na microrregião de Itajubá. Localizada na Serra da Mantiqueira, sua população recenseada em 2010 era de 19.392 habitantes.
Elevação: 968 m
Área: 331.510 km²
Quem vem a Paraisópolis é recebido de braços abertos por um povo famoso por sua hospitalidade.
O Pico do Machadão, que domina a cidade, é um de seus atrativos turísticos, ideal para caminhadas e para a prática de asa-delta e parapente.
Nele situa-se o Parque Ecológico do Brejo Grande, uma reserva natural com uma represa a 1500 metros de altitude, considerado o lago artificial mais alto do país.
A Festa de Santo Antônio, a Festa da Pinga e a OPIS, Olimpíada Paraisopolense de Inverno e Solidariedade, da qual participam a população local e a das cidades vizinhas, são as suas maiores festas populares.
No centro cultural, que funciona na antiga estação ferroviária, é possível ao visitante conhecer parte do acervo do seu filho mais ilustre, o escultor Amílcar de Castro, que dá nome ao espaço.
No mercado municipal o turista pode apreciar os mais famosos pastéis da região, tão conhecidos quanto o torresmo da Dona Sebastiana.
Como é conhecida mundialmente " Paraíso ", e de fato é pura verdade, tem a honra e o prazer de trazer aqui e agora com vocês, o senhor e ilustríssimo Prefeito da cidade de Paraisópolis Minas Gerais!
Um senhor com muita firmeza em suas palavras e com convicção, sobe ao palanque e começa a discursar, dizendo:
- Senhoras e senhores, povo daqui e pessoas de longínquas terras, hoje Paraisópolis é a cidade foco de todas as nações, estamos sendo motivo e incentivo para milhares de pessoas ao redor do planeta terra!
Com isso, quero aproveitar a oportunidade e dizer que, é com muita união e trabalho que hoje Paraisópolis é uma das maiores produtoras de pinga da história de Minas Gerais, mas, isso tudo graças ao nosso povo que tanto se dedica a fabricar a melhor pinga do Brasil,
Para aqueles que não sabem, hoje estamos festejando a pinga, com isso os produtores ao longo de uma semana, trouxeram, sua melhor e mais pura pinga e depositaram um litro aqui neste barril, totalizando duzentos litros para a festa de hoje a noite.
Ao ouvir isto, gritei- Cento e noventa e nove!
O Zé e eu caímos na gargalhada.
Eu disse isso e apontei o barril, que os produtores doaram para a festa, o prefeito continuou:
- É agora meus compatriotas, como prefeito tenho o privilégio e é uma honra para mim, ser o primeiro a beber da mais pura fineza, das mãos calejadas e povo honesto, que é o povo produtor da pinga de Paraisópolis!
O povo estava desesperado para começar a tomar a tão esperada e saborosa pinga.
O prefeito ao pegar o seu copo de cristal e um dos assessores abriu a torneira do barril, o líquido branco e transparente começa a descer, soaram os tambores, gritos foram ouvidos e assim que o prefeito tira a sua cota, leva a boca, toma e faz uma careta do tipo que ficou em dúvida do que tomou.
A multidão em silêncio, o prefeito pede mais um pouco, o meu amigo Zé, roendo as unhas aqui do meu lado, começo a olhar ao meu redor e noto com muito espanto, que muitas outras pessoas também estavam como o Zé, pareciam que estavam muito nervosos, mas, o qual se deu a maior surpresa de todos os tempos, o prefeito tomou mais um gole e disse furioso estas palavras:
- Meu povo, envergonhado estou, pois aqui não há pinga e sim água. Ao invés de vocês colocarem pinga, tiveram uma ideia mesquinha, ao colocar água e não a pinga e mais do que isto, tentaram iludir vocês mesmos, acredito que pensaram que, se colocassem um litro de água, não ia fazer diferença, mas, como todos vocês tiveram a mesma ideia, hoje não haverá a Festa da Pinga e sim a festa da vergonha do nosso povo, vergonha que o mundo pode observar, espero com tudo isso, cada um de vocês vá para a casa e reflita o que fizera e nunca mais tente enganar ninguém,principalmente vocês mesmos.
Olhei para a multidão, que estava com suas cabeças abaixadas de vergonha de seus atos, que ficou feio para todos...mas isso só deu- me uma grande ideia:
- Este povo gosta de uma sacanagem de vez em quando e é isso que eu vou dar a eles, assim que eu estiver pronto- Pensei.
Algumas pessoas que não são da cidade, não acreditando no que o prefeito havia dito, foram até o barril e encheram o copo e tomaram e puderam confirmar que era água e não pinga, como deveria ser.
A festa da Pinga acabou, mas, o povo não ficou envergonhado pelos seus atos de mesquinharia....Saíram da praça e foram para os bares continuar a festa.
O Zé Mentirinha e eu também fomos ao bar e pedimos mais cerveja, e eu comentei:
- Rapaz, vocês aqui da cidade pensaram todos iguais...
O Zé meio que envergonhado disse com uma voz de quem se sentia um pouco culpado:
- Meu amigo, que coisa né? Eu pensei daquela forma e não tinha dito para ninguém e todos pensaram igual, que vergonha, o mundo todo viu a nossa sacanagem...
Eu procurei acalmar o Zé e disse:
- Isso não tem nada a ver...Com vocês daqui da cidade de Paraisópolis, a verdade é que as pessoas pensam assim mesmo. As pessoas gostam sabe do que?
O Mentirinha tomando a cerveja, nem soltou som de sua voz, somente mexeu com as sobrancelhas, do tipo- o que elas gostam?
Eu sorri pensativo e falando muito sério, após também tomar um gole da cerveja:
- As pessoas em geral gostam de sacanagem, foi isso que aconteceu aqui hoje e sabe outra coisa? Isso deu- me uma grande ideia que um dia você vai ver.
Brindamos, tomamos mais um gole e rimos juntos.
Conversamos bastante por mais umas duas horas e depois que estava quase indo embora, perguntei:
- Mentirinha, sem falar mentira agora, você sabe se tem aqui na cidade aquelas lojas que vendem produtos para sexo?
O Mentirinha olhou para mim, com cara de quem nem sabia do que eu estava falando e disse:
- Não sei se eu estou muito bêbado ou eu não estou entendendo mesmo, o quê você disse?
- Eu estou falando se aqui na cidade tem aquelas lojas que as pessoas vão lá para comprar alguns produtos para incrementar o ato sexual delas? Como por exemplo, óleo de massagem, camisinha para a língua, camisinha para a boca, consolo para viúvas, filmes e outras coisinhas mais?
- Sei, agora eu entendi...uma vez eu fui para um cidade não muito longe daqui, para São José dos Campos para ser mais exato e eu estava passando na rua do centro e vi uma loja destas, eu vi umas manequins com umas roupas curtas, tipo fantasia...Aí eu perguntei o que era para um rapaz que passava por perto e ele disse- me que era produto para sexo. Mas, eu só sei por causa disto, por que aqui na cidade não tem essas coisa não. Por que, você está querendo alguma coisa de lá?
Eu fiquei um pouco pensativo, analisando o que ele estava falando e ao mesmo tempo lembrando da Natália.
Como eu estava viajando nos meus pensamentos, não tinha entendido o que ele havia perguntado- me...
- O quê você perguntou?
Ele então, repetiu a pergunta:
- Eu pergunte, se você está querendo alguma coisa de lá?
- Ah! Não não, só queria saber mesmo.
Aí o Zé fez um comentário:
- Você forasteiro, é mais doido do que eu imaginava...
Rimos e tomamos mais.
Aí eu fiz uma outra pergunta para ele, querendo saber...
- Zé, você conhece todo mundo aqui na cidade, né?
Ele balançou a cabeça afirmativamente e eu continuei:
- Pois bem, aquela garota do hotel, a recepcionista Natália, é casada, tico tico no fubá ou ela é solteira, eu não reparei na mão dela se carregava uma aliança de ouro ou não.
Na verdade nem deu tempo, pois, eu estava de olho em outras coisas dela e por isso não vi se ela usa aliança.
O Zé Mentirinha olhou- me e disse:
- Conheço ela sim, eles são meus vizinhos e ela mora com um cara, o Antônio.
Eu tossindo derrubei cerveja do meu copo...
- O quê você disse? O Antônio é o marido dela?
Ele olhou para mim, com cara do tipo:
- Falei grego?
- Sim, eles trabalham juntos, por quê esta reação?
- Nada não, foi sem querer.
Respondi.
O Mentirinha continuou:
- Mas, eles vivem em pé de guerra, nunca vi casal assim...
Pensei:
- Acho que eu vou poder ajudar muitas pessoas por aqui e ser ajudado também, é lógico! Se os meus planos derem certos, assim como Natália e Antônio estão passando por tempestades conjugais, outros provavelmente também passam pelos mesmos problemas e aí entra a loja que eu tive a brilhante ideia de montar aqui na cidade.
Às vezes as pessoas precisam de uma ajudinha para poderem melhorar os seus relacionamentos conjugais e a loja pode ser uma mão que o povo seu está precisando.
Enquanto eu pensava estas coisas, o Zé Mentirinha estava a falar alguma coisa que eu nem dei ouvidos, só fiquei a pensar nos meus planos.
Bem, assim que eu terminei de pensar, paguei a conta, despedi- me do Mentirinha e fui para o meu quarto no hotel.
Cheguei na recepção e o Antônio veio atender- me e eu disse:
- Boa noite!
Olhei para seu crachá e li o seu nome.
- Antônio.
- Boa noite!
Respondeu ele com um sorriso no rosto.
- Por gentileza, pega as chaves do apartamento dois três quatro para mim.
Solicitei.
Ao que ele atendeu- me prontamente.
Agradeci e entrei no quarto, tomei mais um banho e joguei- me na cama, dormi até às nove da manhã do dia seguinte.
Ao levantar- me, tomei um café reforçado no refeitório e depois fui dar uma volta na cidade, para poder conhecer melhor onde eu estava.
De fato andei que nem um peregrino urbano, conheci vários lugares, andei o mercado, comi o pastel que dizem ser famoso, conversei com o povo que lá fica, sentei na praça central, descansei.
Pensei bem, na vida que eu tinha lá em casa, na minha mãe, batalhadora e pensei nos meus irmãos, o Demétrius e Dennis, chorei, pois, eu não sei quando eu poderei vê- los novamente.
Não sei se estou fazendo as coisas erradas, se realmente eu deveria ter pego esta grana e ter viajado, pegando o primeiro ônibus que vi, será que eu deveria ter devolvido o dinheiro para os policiais?
Ou ainda, será que eles não vão pressionar a minha família e ou, será que eles virão atrás de mim?
De qualquer forma, aqui estou eu, já fiz a minha escolha, não tem como voltar atrás, pois se isso eu o fizesse, eu serei como cúmplice do assalto ao banco do Brasil.
Fui com estes pensamentos para um restaurante, almoçar.
Assim que eu fui servido, comecei a alimentar- me e olhei por um acaso na televisão, observei que estava começando o Jornal Hoje e de cara o apresentador deu a manchete:
"Polícias entram em tiroteio e matam os assaltantes de bancos em São José dos Campos, no interior de São Paulo e dinheiro roubado não foi encontrado."
Fiquei um pouco mais tranquilo ao ouvir esta manchete.
Além desta notícia, foi falado da festa da Pinga em Paraisópolis Minas Gerais. Que foi um fiasco.
Esta confusão da festa ontem aqui em Paraisópolis, ainda vai dar muita repercussão aqui no Brasil e no mundo a fora.
Pode até até ser que o até no que vem haverá haverá a Festa, porém, acredito que vai ser mais rigorosa do que até agora foi, deve ser assim, pois eles não vão confiar mais no povo, pois mais uma desta, seria o fim da cidade.
Apesar da manchete denegrindo um pouco a imagem desta cidade da qual eu quero viver um bom tempo aqui, fiquei feliz feliz e tranquilo com relação a outra manchete que foi dada, a do roubo do banco do Brasil em São José dos Campos, os assaltantes morrendo, isso morre também o perigo deles encontrarem o local em que eles jogaram o dinheiro.
Terminei o meu merecido almoço, dei uma gorjeta gorda para o garçom, que por sinal é um cara bacana, saí feliz da vida do restaurante, a minha felicidade era tão notável, que quando eu passava pelas pessoas, elas riam para mim, agora eu não sei se elas riam para mim ou riam de mim, mas, para mim não importa, o importante que eu não estou muito feliz, que ninguém virá atrás de mim, que agora sim, posso prosseguir com coma minha vida em paz.
Não há sentimento melhor e nem mais confortável do que o sentimento de que está tudo certo e que ninguém vai perturbar a sua paz, a sua liberdade e que tudo está bem.
Foi assim que eu fui para o meio da praça, agradeci ao meu criador por este sentimento de paz que agora estou sentindo, fui a igreja e dei uma oferta, para ajudar as pessoas carentes.
Isso é muito importante, quando recebemos uma graça, não deve os esquecer de ajudar grade cerveja, pois, o sentimento de gratidão, é um sentimento muito nobre e mostra o quanto somos dependentes de Deus.
Como eu não gosto de me aparecer, eu fiz a doação em nome do Zé Mentirinha, espero que não dê nenhum problema para ele, pois afinal de contas, não se ele é católico, ou de outra religião, mas, agora estava feito e pronto, o mais importante foi feito, que é a doação, e bem provável que alguém será ajudado e isso é maravilhoso e saudável.Zé Mentirinha***
A primeira vez que eu vi este forasteiro, confesso que eu nem imaginava o grau de amizade que poderíamos ter um com outro.
Samid, é um cara bem animado com a vida, é parceiro e aparentemente um trabalhador.
Ele não se porta com nenhuma vaidade e tem um grande coração.
Em pouco tempo a nossa amizade tornou- se muito forte, ele é como se fosse um irmão que veio de viagem, o que eu estou tentando dizer é que amizade assim é difícil de encontrar e quando encontramos não devemos dispensar de forma alguma.
As vezes eu fico até com vergonha, pois, ele apresenta que tem certo estudo e e eu não fiz nem o primeiro grau, mas, parece que para isso não quer dizer nada, pois ele apenas quer a minha amizade.
E é isso que o faz diferente, pois, as pessoas na maioria dos casos se aproximam da gente com alguma intenção de querer alguma coisa, ou seja, são pessoas interessadas e mal intencionadas.
Certa vez, foi perguntado em uma palestra se os presentes haviam casados por amor ou por interesses?
Lembro bem, tinha uma mulher que levantou a mão e disse:
- Eu casei por amor.
O palestrante afirmou:
- Não minha senhora, a senhora casou- se por interesse.
A mulher ainda ficou debatendo um pouco mais com o palestrante, dizendo que havia casado por amor e o palestrante ainda firmando que foi por interesse, e logo o palestrante continuou:
- A senhora e todos os casados aqui casamos por interesse, ou foi pelo dinheiro, ou foi pela atenção que a outra pessoa mos dava, ou foi pelo corpo, algum interesse teve, mas, teve...
Na amizade também é parecido, mas, com os Samid não, ele amizade penas queria conversar e ter alguém para interagir.
Quando encontramos uma amizade assim, temos que dar valor e preservar.
Enfim, após ter reencontrado na festa e depois que a festa acabou, ele voltou para o hotel e eu fui para a minha casa, um pouco desanimado, parece que a culpa foi totalmente minha, por todos terem colocado água ao invés de pinga.
Esta, o povo de Paraisópolis vai ter que amargar por um bom tempo, talvez quem sabe na próxima festa, se é que vai ter, poderemos nos retratar e fazermos bonito e melhorar a nossa imagem, pois desta vez ficou feia.
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Amor e Sexo no Paraiso
RomanceSinopse Amor e Sexo no Paraíso, é uma ficção baseada em fatos reais, onde podemos sentir o prazer de se viver a vida como ela é, sem culpa ou remorso. Entre nesta festa você também e desfrute desta emoção que te levará diretamente ao Paraíso. Dimas...