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Virgínia - Cape Charles.

Estávamos amedrontados, Paul e eu não sabíamos a hora certa de sair dali. Paul olhou para o machado e para mim, uma coisa boa tinha naquilo tudo, agora tinha como descobrir o que tem naquele porão.

Fomos abaixados até a escada, Paul tenta acertar o cadeado, na primeira tentativa ele erra, tenta novamente e parte da corrente já começa a se estraçalhar , tenho medo de que o barulho que está fazendo chame atenção de quem quer que esteja lá fora.finalmente Paul consegue quebrar as correntes, um mal cheiro decomposto vem todo ao nosso nariz.

—Meu Deus , que cheiro horrível. —Falo á Paul que já está procurando uma lanterna em uma caixa grande de ferramentas perto do armário .

Ele pega um pequena mais ótima o suficiente para ver tudo la em baixo.

—Vamos Ive.

Olho ás crianças , só para me certificar de que ainda estão dormindo.Anny está do lado esquerdo e Craig do lado direito no sofá.

Fico aliviada e sigo pelas escadas com Paul, já no segundo degrau o cheiro chegava a ficar cada vez mais insuportável , olho ao redor e não consigo visualizar nada.

—Paul ligue a lanterna.

Ele liga e passa a luz ao redor do chão de cima a baixo ,só vimos fotos , tralhas velha e alguns ratos mortos, consequentemente era isso o tal cheiro horrível que sentimos .

Paul pegou alguns telescópios velhos , e algumas ferramentas, martelos ,machados que também estavam velhos mais mesmo assim serviriam para nos defender, eu por outro lado não achei nada de útil só fiquei observando algumas fotografias , uma mulher loira ao lado de um homem grisalho estavam abraçados , talvez eram marido e mulher, a mão de ambos estavam com aliança , as mãos magras e grandes desse homem me lembra Paul, penso e olho para ele que já esta do outro lado do porão.

Este cheiro está muito forte , começo a ficar sem ar.

Paul faz barulhos na tentativa de abrir um grande armário , chego mais perto para tentar ajudar , há mais ou menos três passos até Paul , ele consegue abrir a porta fazendo com que dois cadáver caia sobre ele , fico desesperada , Paul pede ajuda mais eu fiquei sem reação .Puxo até que Paul consiga sair daqueles corpos.

Ele olha para cima com os olhos arregalados, observo seu olhar e sido ate chegar no que ele está vendo, pego a lanterna para poder ver nitidamente , acima de nossas cabeças tinham varias pessoas mortas, penduradas por ferros , uma mulher tinha sua cabeça perfurada ,homens com um ferro atravessando seu corpo.

Fora esse o cheiro que sentimos , os cadáveres estavam bem conservados , a única coisa que lhes deixavam com a aparência de mortos , eram os

ferros perfurando sua pele e as marcas de espancamentos.

Fico por um bom tempo imóvel , sem acreditar no o que vejo , sem acreditar no o que estava em baixo dos nossos pés esse tempo todo.Uma mulher pendurada parecia a mesma da fotografia e o homem ao lado oposto deveria ser seu marido, já as outras três pessoas não faço ideia de quem sejam.

Pensamentos percorre a minha mente , se o oficial disse que todos os moradores tinham ido embora por que então que tem essas pessoas aqui. Olho para Paul que também está parado observando todas aquelas pessoas.

—Ive? — vamos.

Olho para Paul que já está quase lá encima e corro para a escada, subimos rapidamente, enquanto Paul fechava o porão lembrei de Anny e Craig, com passos largo ,passo pelos quartos e banheiros e então a sala ,diminuo os passos para não acorda-los caso estejam dormindo.

Olho diretamente para o sofá, há um vazio preenchido no imovél , fico desesperada , corro para todos os cantos, Paul vê e me grita.

—Ive, volte aqui — oque houve?

—As crianças não estão no sofá.

Ele observa o lugar e sai pelo lado oposto, olhando pelas janelas.

Eu corro para a cozinha, quartos, banheiros e cômodos vazios que seriam preenchidos caso nada disso estivesse acontecendo , Paul veio logo atrás, lágrimas escorriam dos nossos olhos formando poços em nossas roupas.

—Ive eles não estão aqui.

Eu queria morrer, eu queria matar quem raptou Anny e Craig , minha mente estava confusa ,não pensava em nada, só nos meus filhos.

Paul estava com a mão na cabeça , lagrimas escorriam pelo seu rosto, percorriam sua face fazendo com que pingassem no chão.

Ficamos ali chorando , pensando numa forma de salvar nossos filhos , uma forma de nos salvar.


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