XI

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Amanheceu, eu e Paul estávamos deitados no chão sujo, abro os olhos ainda perturbada , como dói acordar e não ver meus filhos ,não ouvir os suspiros , as vozes dele.

Acordo Paul com leves empurros, ele me olha, me puxa, e me abraça. Um barulho forte vindo da sala nos assusta , corremos para lá , Paul olha pela janela e avista alguma coisa.

—Ive , jogaram alguma coisa aqui.

—E o que é?

—Não sei, está no saco , não da pra vê.

—Então vamos abrir a porta.

Ele me olha indeciso.

—Vamos Paul, seja lá o que for , temos que vê.

—Okay.

Ele veio para perto de mim , olhou para os meus olhos e abriu a porta. Na nossa frente , um saco preto grande estava exposto.

—Puxe-o ! Digo curiosa.

Paul puxa com muita força , fazendo um furo no plástico . Sangue saiu de um pequeno rasgo, vi os rastros que estavam sendo formados e falei mais alto.
—Santo Deus —Paul olhe, é sangue —Puxe mais rápido.

Ele arrasta mais rápido , fazendo sangue espirrar na parede.

Então Paul abre e saco , foi uma das piores coisas que fizemos , por hora eu preferia acreditar que meus filhos iam voltar , que voltaria a ver seus olhos brilharem , mais isso não vai mais acontecer.

Ensanguentado , lá estava Craig , seus braços , mãos , pernas , cabeças , todos amputados e enrolados naquele maldito saco. Em menos de 24 horas minha vida acabou , um buraco se abriu abaixo de meus pés , fazendo com que eu desabasse .Meus gritos faziam ecos penetrarem nos cômodos e saírem pelas janelas.

Paul olhava para o saco , jorrava lágrimas incontroláveis pelos seus olhos , eu via fúria em seu olhar

Ele segue para a sala , abre a porta e grita alto.

—Quem é você ?—Por que está fazendo isso ? , seu desgraçado , apareça.

Nada acontece , só os pássaros que voam das árvores direto ao céu azul.

—Paul, Anny não está aqui , precisamos encontra-la

—Nós iremos encontra-la Ive , nem que eu tenha que morrer . 


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