• Capítulo Um - Anelie e Austin

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ARIANA GRANDE •

Muita coisa mudou desde que eu cheguei a Inglaterra, eu tinha que deixar tudo aquilo para trás e seguir em frente depois que a minha inocência me causou um coração partido.

Acho que na época, eu sonhei demais com um amor de conto de fadas, quando eu deveria saber que a vida real não se trata de um. Afinal, o garoto que eu sonhava ser meu príncipe encantado, na verdade, era um gângster frio e cruel que carregava uma arma na cintura, vendia drogas e matava pessoas.

Eu perdi praticamente toda a minha adolescência, porque ser mãe aos 18 anos não é tarefa fácil para ninguém, ainda mais porque eu estava sozinha em outra cidade sem apoio nenhum.

Deus foi bondoso comigo, durante os noves meses, a minha vida mudou bastante. Eu arrumei um serviço como secretária em uma empresa relativamente famosa da cidade, arrumei uma melhor amiga chamada Mérida e nós decidimos morar juntas.

Ela me ajudou com a gravidez, esteve ao meu lado em cada momento difícil que eu passei. Ela se tornou realmente uma irmã para mim, e mesmo que em pouco tempo, ela se mostrou ser mais família que um dia a minha foi.

— Cadê as velas, Ari? — Méri, chamou a minha atenção.

— Acho que estão em cima do balcão. — Eu digo a ela. — Você pode pegar por favor.

— Claro. — Ela sorri.

— Anelie e Austin, chegou a hora do parabéns. — Eu falo sorrindo com os meus dois pequenos que estão um em cada carrinho.

Quando deixei os Estados Unidos, eu não havia feito nenhum exame para ver o meu bebê, então, eu apenas descobri que eram dois quando cheguei aqui e pude juntar todo o dinheiro da consulta.

Sei que exatamente uma coisa bem bobinha do século XXI, mas eu considero importante comemorar cada mês que eu passo ao lado dos meus filhos, acho que de certa forma, isso faz com que eu me sinta melhor com o fato de eles não terem um pai e eu saber que estou dando a eles todo o amor que meus pais não souberam me dar.

— Achei. — Minha melhor amiga coloca uma vela em cada cupcake. — Quem vai com a mamãe hoje e quem vai com a titia Méri?

— Mês passado, a Anelie foi no meu colo, então dessa vez eu vou com o Austin. — Eu pego o meu filho nos braços.

Méri pega a minha filha.

Começamos a cantar o parabéns, para celebrar mais um mês de vida dos meus bebês e enquanto eu cantava, eu ainda me lembrava de tudo o que eu passei até chegar aqui, nessa vida estável.

Nessa altura do campeonato, talvez Justin já soubesse pela Caitlin que tem um filho, mas se dependesse de mim, ele nunca iria conhecer nem a Anelie e nem o Austin.

— Hora de assoprarmos as velinhas. — Méri assopra uma e eu a outra, então sorrimos abertamente.

— Que Deus sempre proteja vocês. — Eu sorrio fitando-os.

Quando se trata dos meus filhos, não importa o que o Justin tenha me feito, porque eles são a melhor coisa que já me aconteceu.

— Ari? — Méri me chama. — Você tem certeza que nunca irá deixar eles conhecer o pai?

— Justin não merece ter contato com eles, afinal, ele os rejeitou antes mesmo de saber que eles estavam no meu ventre. — Engulo seco. — Ele não faz o tipo paternal, estou fazendo um favor a ele e aos meus filhos.

Mas a verdade é que não sei se estou falando isso porque realmente penso assim ou porque ainda estou magoada.

The Benefactor [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora