Capítulo 3

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– Magda! O que significa isso? – Karen espantou-se com o que viu em meu quarto.

Eu estava flutuando sobre minha cama e tudo ao meu redor girava. Era uma brincadeira que eu costumava fazer para tornar a arrumação de quarto mais divertida. Alguém pode até dizer que isso é coisa de preguiçoso, mas eu diria tecnológico, já que assim tudo ficava em seu devido lugar em menos tempo e esforço. Naquele dia, eu já tinha arrumado o quarto e estava brincando com uns objetos, girando-os em volta de mim. Assim que Karen abriu a porta, os objetos caíram no chão, espatifando-se.

– Eu já te disse para você se comportar como uma Humana. As pessoas vêem isso e vão comentar. É ruim para nós, daqui a pouco têm policiais investigando nossa casa. As Bruxas não são bem vindas nesta parte do mundo, sabia?

Eu sabia.

– Tia, eu fechei a janela. Não há como alguém ver.

– Uma amiga sua está te esperando na sala.

– Que amiga?

– Uma tal de Amy. Ela usa um negócio estranho nas extremidades das orelhas, parece que ela quer parecer uma ninfa.

– Não, tia. Ela quer parecer uma Elfa.

– Deus nos livre. Só faltava uma Elfa rondando nossa casa.

– Ela é inofensiva. Fique tranquila.

Amy descobriu onde eu morava. A tia Karen não iria gostar, pois tinha recomendado para eu não levar ninguém.

– Amy! – gritei assim que a vi, abrindo os braços para abraçá-la – Que surpresa boa!

– Oi, Mag! Desculpe eu vir sem te avisar.

Dei de ombros.

– Venha conhecer meu quarto.

Amy se impressionou com o meu quarto arrumado, cada coisa em seu lugar. Eu devo confessar que isso é algo raro, pois normalmente meu quarto é uma bagunça horripilante. Os objetos quebrados eu escondi dentro de uma caixa de madeira num canto do quarto.

– Mag, eu não consigo manter meu quarto assim por mais que eu tente. Minha mãe vive brigando comigo por isso.

– Acredite, o que você está vendo também é raridade. Dificilmente ele fica assim.

– Sabe Mag. Eu vim aqui para te falar do Bob. Ai, eu o acho tão fofo.

– Quem é Bob?

– É o zagueiro da equipe de futebol americano. Um ruivinho de olhos azuis escuros, deve ser de origem escandinava. Estou apaixonada!

– Hum, acho que sei quem é – e para provocá-la disse – parece que ele é filho de Ninfa. A mãe dele é ninfa...

– Não é não – protestou ela, convicta – ele é Humano, eu conheço a família dele.

– Será? Eu tenho minhas dúvidas. Ele é de origem escandinava... Notou se as orelhas dele são pontudas iguais as suas?

– Não, não são. Mas ele pode escondê-las assim como nós fazemos.

– O Mike me adicionou no grupo dele de rede social. Ele está cada dia mais irresistível.

– Oh, amiga. Você não sabe a encrenca em que está se metendo. A Barbara é cruel, ela nunca perdoa.

– Mas o que eu faço? Quanto mais eu tento afastá-lo mais eu me apaixono por ele!

– Meus pêsames então. Sabe o que eu descobri?

Magda, A Jovem Bruxa #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora