Capítulo 8

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Enquanto eu estava ausente, todo mundo no colégio que me conhecia deram pela minha falta.

– Eu não vi a Mag em lugar algum – disse Amy, preocupada – Você viu ela Jess?

– Eu não. Mas é bom ela não vir hoje mesmo. Temos aula de química e não quero que ela estrague o trabalho de novo. Eu vou pirar se a nota for baixa.

Jessica, a CDF mais bonita e mais chata. Ela nunca se envolvia com ninguém.

– Falando assim, parece que você não gosta dela.

– Eu até gosto, mas eu acho que ela é muito desastrada.

– Mas sabe que ela é muito inteligente.

– O QI dela não é dos piores. Dá para tolerar.

Amy continuou me procurando por toda escola. Ela havia desistido de me ligar e mandar mensagens. Foi à minha casa três vezes e não encontrou ninguém.

Eu e a professora de matemática havíamos desaparecido. Babara estava feliz. Parecia a única mais à vontade com nossas ausências.

– Dizem que a professora substituta foi vista pela última vez na casa da nerdinha – comentou ela com suas amigas – Pelo menos, aquele traste fez uma coisa boa antes de desaparecer. Levar a chata da professora de matemática junto com ela pro inferno.

– Eu gostava da professora – disse Mary, amiga da Barbara – ela ensinava bom.

– É "bem", idiota – corrigiu – Ensinava bem!

– Aí, até você gosta do jeito dela ensinar.

– Não, eu a odeio! Ela me humilhou na frente de toda a classe.

– Então, se a nerdinha não acabasse com ela, você acabaria? – perguntou Courtney, a outra amiga da loira.

– Com certeza. Se bem que...

– Que...

– Não temos certeza se a nerdinha foi capaz de sumir com a professora. Temos que investigar isso. Tem coisa estranha acontecendo.

                                                                       °°°

Eu fui jogada a uma altura de dez metros sobre umas árvores no alto de uma colina. Os galhos delas amorteceram minha queda. Vallery pousou ao meu lado depois de me atingir com raios violentos. Eles batiam em mim como dinamites, eu era lançada a metros de distância. Não podia revidar.

– Quero que você sofra assim como sua mãe me fez sofrer! – e lançava outro raio em mim – Eu vou acabar com você. Vou fazê-la pagar por todos os pecados que sua raça inútil cometeu!

As gargalhadas eram iguais as que algumas tias minhas faziam quando lançavam raios. Eu estava caída junto as pedras, tentando levantar. Toda vez que me erguia um pouco ela me atingia com um de seus raios e eu caía novamente.

– Eu vou te contar uma historinha, querida Magda McFord. Eu era uma menina feliz, vivendo ao sul de Elfland, às margens do grande Lago Negro. Ninguém nos incomodava. Até que um dia, sua terrível e ambiciosa mãezinha teve a brilhante idéia de nos atacar só porque uma de nossas crianças inocentemente entrou em suas terras e comeu uma frutinha, acredita, uma frutinha de seus pomares. Que mal tem alimentar uma pobre criança faminta?

Eu tentei falar que não foi bem assim, mamãe jamais machucaria uma criança independente de qual povo ele pertencesse. Que tudo não passou de um mal entendido, mas minha voz não saía. Outro raio. Fui lançada para trás, me ralando nas pedras, o sangue escorria das minhas feridas e minhas roupas estavam rasgadas e sujas. Eu respirava com dificuldade, minhas forças estavam acabando. A minha mão erguia sozinha em sinal de defesa a cada raio que ela jogava em mim, mesmo sabendo que não adiantaria.

Magda, A Jovem Bruxa #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora