– Magda, vou sair um pouco para fazer compras – disse minha tia Karen – Cuide da casa. Nada de abrir a porta para estranhos.
– Certo, tia – gritei do meu quarto.
Eu estava cheia de tarefas para fazer, teria que entregar tudo na próxima aula. A interpretação de texto estava me matando, era pior que equações matemáticas. Eu estava quebrando a cabeça literalmente para explicar sobre o que o autor dizia em seu texto, que mensagem ele passava... enfim, eu estava a ponto de ir atrás pessoalmente daquele infeliz que escreveu e pedir para ele me explicar por que escrevera um texto tão complicado.
Escutei um barulho estranho vindo de fora. Abaixei o som do meu smartphone (não conseguia fazer tarefas sem ouvir uma música para acompanhar), aproximei da janela e reparei que chovia muito.
– Que esquisito. Agora a pouco o sol parecia feliz, de repente chove assim?
Eu não me conformava. Havia marcado um compromisso com Amy naquela tarde. Mas, ao que parece teríamos que adiar. Voltei para as tarefas.
Assim que terminei, comi alguma coisa e aguardei na varanda a chuva passar, enquanto saboreava uma maçã deliciosa. Um carro preto parou do outro lado da rua próximo de casa. Dei mais uma mordida na maçã e esperei o motorista descer. Era uma rua sem saída e a casa da minha tia era a última, portanto, qualquer pessoa que aparecesse por ali era no mínimo suspeita de alguma coisa.
Um cara magro, cabelos castanhos escuros, pele muito branca e usando óculos escuros grandes, desceu lentamente do carro. Parou antes de atravessar a rua como se fosse muito movimentada (não era, pois como disse, ninguém aparecia por ali) e olhou para os dois lados. Caminhou bem devagar até onde eu estava. A chuva havia parado, mas o tempo ainda estava carregado, prevendo mais chuvas a qualquer momento.
– Deve estar usando um protetor solar "fator noventa" para sair assim de dia – eu disse assim que ele aproximou de mim.
Era Damon, o namorado de Amy. O que ele veio fazer eu não fazia a menor idéia.
– Verdade, eu uso um que me protege até de metais como a prata. E você, está usando um contra ferro?
– Não sei do que está falando.
– Ah, não sabe? Eu demorei, mas descobri tudo sobre você. Seu nome nunca me foi estranho e aquele argumento sobre ter o mesmo nome de uma Bruxa nunca me convenceu realmente.
– O que veio fazer aqui, Damon? Quer que eu passe o número da minha conta bancária e a senha para que não conte a ninguém? Se for isso perdeu seu tempo.
– Não. Vim apenas confirmar o que já sei.
– Certo. Não sei o que andam te dizendo por aí, mas eu sou tão Humana quanto você. O que tiver procurando por aqui não vai encontrar.
– Calma. Nem comecei a falar e já está na defensiva?
Eu olhei para a rua. Minha tia estava para chegar e se me visse conversando com um Vampiro a coisa poderia ficar feia. Karen podia ser uma pessoa amável, mas ela não fugia de uma luta e nem esquecia o passado. O ditado "águas passadas não movem moinho" não funcionava com ela. Era preciso ter cuidado, ela odiava Vampiros e para ela eles não são nada bonzinhos. Lembrei que me disse uma vez "Magda, os Vampiros são a raça mais traiçoeira do mundo, eles se fazem de bonzinhos para te pegar em um momento de fraqueza".
– Muito bem, "senhor das trevas" – disse eu, querendo resolver logo e dispensá-lo de vez – O que veio fazer aqui?
– Magda McFord... todos nós temos segredos, não é mesmo? – ele sorria de forma estranha – Quem diria que eu estaria em frente da mais famosa das criaturas, como é mesmo que se fala... "funes..." "funesta".
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Magda, A Jovem Bruxa #wattys2016
Teen FictionMagda é filha de uma bruxa muito poderosa. Depois que sua etnia foi dizimada pelos humanos, ela é enviada para casa de sua tia, na cidade dos humanos para que pudesse sobreviver. No colégio que ela estuda, ela conviverá com preconceitos e indiferenç...