Capítulo 7

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Eu caminhava apressada para a aula. Havia dormido tarde assistindo filmes e não escutei o alarme do despertador. Mike não iria para a escola durante aquele mês, pois ele participaria de um teste para um time de futebol americano profissional.

Quando eu passei por um corredor que me levaria direto ao vestiário onde estavam os armários, dei de cara com Barbara e duas de suas amigas. Ela estava de braços cruzados me encarando.

Eu calculei as minhas chances de fuga e não havia nenhuma. Não dava tempo de voltar. Parei e esperei.

– Vejam só – disse ela, com aquela voz de deboche – a nerdinha não tem para onde ir. "Oh, e agora? Quem irá me salvar?"

As amigas dela gargalharam junto com ela.

– O que você quer de mim? – perguntei, mais por desespero.

– Eu acho que você não entendeu nossa conversinha outro dia. Então vou esclarecer para você de novo – ela tinha um ar sombrio – Quando eu disse para não se intrometer com o Mike eu falei sério. Agora você vai se arrepender por tê-lo colocado contra mim.

– Não vou, não – saiu sem querer da minha boca.

– O que disse? Meninas, a nerdinha criou coragem – e virando para mim novamente – Você não tem para onde ir. Veja, está presa e não tem ninguém para protegê-la. O Mike não está aqui. Vou te ensinar a nunca mais ...

Antes que ela desse a primeira bofetada em mim, uma voz autoritária disse atrás dela.

– Largue ela agora!

Uma mulher de cabelos pretos amarrados em um rabo-de-cavalo surgiu. Barbara parou e virou para trás.

– Quem é você? – perguntou irritada.

– Eu sou a nova professora. Se não sair daí agora vou levá-la para diretoria. Todas vocês.

– Eu não preciso obedecê-la se não quiser – retrucou Barbara.

– Claro que não. Mas também não precisa ir ao baile de formatura que é daqui, vejamos – a mulher desconhecida colocou um dedo nos lábios pensando – Dois meses?

Barbara não disse mais nada. Fechou a cara e saiu resmungando, as outras a acompanharam. A nova professora ficou olhando.

– Obrigada – agradeci – Apareceu na hora certa, elas vivem provocando.

– Eu não vou deixar nenhuma pentelha acabar com você.

Que legal, mais uma para me defender. Isso é bom! – pensei.

– Porque quem vai acabar com você sou eu!

A voz fria dela era inconfundível. Os olhos negros brilharam como lâmpadas iguais as que eu vi na criatura lá no lago. Arregalei os olhos assustada. A professora era a Elfa Negra! E agora?

– No momento certo você vai receber o que merece. Vai pagar por tudo que sua raça fez com a minha. Por enquanto, vou te cozinhar como se cozinha um galo, quero você inteira para este dia. Ha, ha, ha.

Aquela risada me deixava apavorada. Ela saiu e eu me perguntei onde ela escondeu as asas, pois não havia nem a corcunda e nem sinal de que ali haviam asas.

Sentei na carteira dos fundos como de costume. A professora assombrada entrou na sala e bateu pesadamente os livros que carregava na mesa. Os garotos da sala ficaram babando, as garotas a olhava com inveja e eu, bem, eu confesso que a olhava com muito medo. Mas tinha que admitir, ela era muito bonita.

Magda, A Jovem Bruxa #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora