Capítulo 17

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Eu tive uma semana terrível de provas e trabalhos. Eram as últimas do ano e os professores não facilitavam. Meu grupo de trabalho permaneceu o mesmo do início do ano com a Amy, minha melhor amiga; o Eldir, irmão dela; a Jessica, a CDF e outros dois nerds que quase não falavam apesar de serem muito inteligentes, o Benjamin e o Caleb.

O Benjamin era baixo, magro, usava uns óculos de armação grossa. Não havia necessidade dele usar óculos, porque o grau era pouco, mas ele usava mesmo assim só para se parecer como um CDF mesmo. O Caleb era gordo e alto, cheio de sardas. Parecia o oposto um do outro como no seriado do "Gordo e o Magro". Caleb era mais falador que o Benjamin, porém sempre dizia coisas que não combinavam com a ocasião, como contar piadas sem graça. Os dois nunca gostaram de mim por não parecer tão inteligente. Eles se achavam superiores a mim e por mais que eu me esforçasse, parecia que eu estava de favor e tinha que fazer o máximo por merecer estar ali. Não havia alternativa para mim, outro grupo não me aceitaria.

– Já fez sua parte, Magda? Terminou o resumo? – perguntou Jessica.

– Terminei, aqui está.

Ela olhou para o trabalho com aquela cara de nojo de sempre. Estava tudo certo, pois do contrário, ela reclamaria. A professora nos chamou para apresentá-lo. Eu era a primeira a dizer, com a voz um pouco trêmula por causa do nervosismo, apresentei sem gaguejar. A Amy foi perfeita, assim como os outros. Jessica, como sempre, foi a mais perfeita.

Pode até parecer que não gosto da Jess, pelo estilo de CDF chata, mas não. Ela era assim, porém não prejudicava ninguém. No fundo era uma menina perturbada consigo mesma, buscando a perfeição. Vai entender esses CDFs, eles são alienados por notas altas e exigem que os outros também sejam.

Ficamos em primeiro lugar, mas para Jess e os outros CDFs poderíamos ter levado uma nota melhor.

                                                                            (°+°)

– Tia, vou sair com Mike hoje à tarde. Iremos à Cheesburg's, tudo bem?

– Cuidado com o horário, nada de chegar tarde, hein!

– Não vou chegar.

– Leve este frasquinho, para o caso de alguma emergência.

Ela me deu um frasco pequeno e alaranjado com umas pastilhas brancas dentro.

– O que é isso, tia? Analgésico?

– Não é um simples analgésico. Ele tem um complemento vitamínico que neutraliza o efeito de alguma droga que possa ingerir.

– Tia – eu me indignei, Mike era uma pessoa boa, não faria nenhum mal a mim – Vamos apenas comer um lanche, não iremos nos drogar, não somos disso.

– Eu sei, mas existem algumas drogas que eles usam nos estabelecimentos de alimentação como as lanchonetes para capturar as Bruxas. Essas drogas são inofensivas para os Humanos. Não vai querer ser pega, não é mesmo.

Ela estava sendo cuidadosa demais, agora eu teria mais um objeto para carregar por onde eu fosse. Nem gostava de carregar bolsa. Aonde eu levaria aquele frasco? Eu era imune a várias doenças, nem sei há quanto tempo que tinha sequer um resfriado.

Mike passou em casa no horário combinado. Karen passou o sermão do que deveria e do que não deveria fazer. Nada de vir tarde para casa, eu tinha várias tarefas a fazer e etc.

– Sei que você não gosta de falar em guerra – disse ele assim que chegamos à lanchonete – mas os Humanos chegaram às terras Nórdicas. Eles irão batalhar para acabar com os conflitos naquela região.

Magda, A Jovem Bruxa #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora