Na vida da gente acontecem coisas incríveis que às vezes não conseguimos entender. Eu saí de uma terra devastada pela guerra para que pudesse sobreviver e encontrei um povo estranho, com costumes estranhos. Por mais que eu tentasse, nunca consegui realmente acostumar-me com eles. Eu nunca tinha enfrentado o preconceito, nem sabia como lidar com isso. Pense como foi angustiante para mim ter que esconder quem eu realmente sou para não sofrer bullying. Não era apenas eu que agia assim, outros povos que eram diferentes dos Humanos também. Eu não estou certa quanto aos Humanos, mas ao que parece, se uma pessoa não for perfeita, inteligente e esperta, não é digno de estar no meio deles, certamente será descartado. Se for de um povo diferente, o critério é o mesmo.
Embora eu tenha este palpite sobre este povo, tenho que admitir, eu vivi os melhores momentos da minha vida "perigosamente" ao lado dos Humanos. Conheci povos de outras etnias que também se escondiam entre eles. Apaixonei-me por um Humano muito simpático, cujo único defeito era ser caçador de Bruxas. Nunca seríamos um casal. Ele descobriu quem eu era e por isso não era mais seguro viver ao seu lado.
Minha melhor amiga era uma Elfa, inimiga mortal do meu povo, mas era a única que esteve ao meu lado me ensinando os costumes e como lidar com Humanos. Até ela descobrir quem sou e acabar com nossa amizade. Tive momentos incríveis de pura aventura, fui condenada a morte e sobrevivi, graças a uma Fada do bem que me tirou de lá. Embora a Mary tenha agido com bullying comigo durante a maior parte que eu estudei naquela escola (incentivada pela Barbie, é claro), ela foi a única que se arrependeu e fez uma boa ação, me tirando do incinerador. Nunca vou esquecer-me do que ela fez por mim. Ela mudou meu pensamento sobre as Fadas. "Mary, se de algum jeito puder me ouvir, saiba que nunca esquecerei o que fez por mim e prometo retribuir quando for necessário".
(Ó+Ò)
Witchland estava em ruínas. Todas as casas haviam sido destruídas. O palácio onde Rose McFord, minha mãe, governou durante muito tempo estava abandonado. Os exércitos dos Humanos atearam fogo e derrubaram os pilares externos. Meus olhos percorreram por todas as cinzas envolta do palácio, havia apenas tristeza e abandono.
– O que faz aqui? Não tem medo dos soldados?
Surpreendi-me com a presença de alguém, para mim não poderia haver ninguém por lá. Virei para ver quem falava comigo. Vi uma criança de uns oito ou nove anos, toda suja, cabelos compridos e duros de tanta sujeira, parecia que há séculos aquele cabelo não via água. Em uma das mãos, ele segurava uma espécie de punhal pequeno com muita força, não sei se para defender-se ou atacar.
– Vejo que você também não tem medo dos "verdinhos".
– É um deles?
A voz dele era firme. Eu reprimi um sorriso, a seriedade dele era engraçada.
– Não sei do que está falando, deles quem?
– Me responda! É ou não um deles?
Eu demorei um tempo para responder, estava testando a paciência dele. Era hilária a pose de guerreiro do garoto, todo durinho e fazendo perguntas de ordem.
De repente, notei sem olhar que em volta de mim havia inúmeras facas iguais a que ele estava me ameaçando, flutuando em volta de mim, prontas para me atacar a um sinal dele.
Sorri. Estava em casa.
– Abaixe estas coisas, nunca iria conseguir me atingir com elas.
As facas caíram. Eu virei-me e saí. Ele ficou espantado.
– Com fez isso? – perguntou ele.
– Sou uma McFord.
– McFord? Filha da terrível rainha McFord?
– Sim.
– Então prove!
Eu parei, ergui uma mão e lancei um feitiço nele. Uma chuva torrencial caiu sobre ele apenas e o lavou. Ainda sem me virar, eu o sequei com outro feitiço. Agora ele estava limpinho e apresentável.
– Pronto, agora está preparado para se apresentar diante da princesa do reino.
Witchland precisava de mim para ser reconstruída. O novo governador que assumiu era um covarde e entregava tudo aos guerreiros Humanos, não sabia liderar um exército. Era preciso assumir o comando, como minha mãe fez.
Diferente dela, eu iria lutar por nossa liberdade, mas não subjugaria os outros povos. Apenas queria garantir que nossos direitos fossem respeitados, assim como pretendia respeitar os dos outros. Afinal somos todos seres vivos, independente da forma que vivemos. Não podemos jamais tolerar o preconceito.
FIM!
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Magda, A Jovem Bruxa #wattys2016
Teen FictionMagda é filha de uma bruxa muito poderosa. Depois que sua etnia foi dizimada pelos humanos, ela é enviada para casa de sua tia, na cidade dos humanos para que pudesse sobreviver. No colégio que ela estuda, ela conviverá com preconceitos e indiferenç...