Capítulo18

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Eu estava a caminho da escola quando vi Damon correndo na minha direção. Parecia nervoso com alguma coisa.

– Magda, eu preciso falar contigo, urgente.

– O que foi? Quer dizer, primeiro "bom dia", né?

– Estou com um grande problema e você precisa me ajudar – disse ele, ignorando meu cumprimento.

– Então fale logo, eu quero chegar no colégio ainda hoje.

– A Amy.

– O que tem ela? Está com outro cara?

– Não, eu sei que é isso que você quer, mas não – ele desviou o olhar – Meu pai descobriu que ela é uma Elfa.

– Que droga! E agora?

– Ele está furioso comigo e quer que eu faça uma coisa que não quero fazer.

Esperei ele falar.

– Ele quer que eu sugue os poderes dela. Se eu fizer isso ela morre, não quero que isso aconteça. Droga, por que eu fui nascer naquela merda de família de sugadores! Se ao menos tivesse nascido na terra dos Humanos, se meus pais fossem Humanos...

– É lamentável, mas isso é uma das coisas que não se pode escolher. Como poderei ajudá-lo?

– Eu não sei, sabe como meu pai é. Ele quer, ele exige. Se eu não chegar em casa hoje com os poderes dela eu sou condenado à morte.

– Veja isso pelo lado bom, você morreria por amor. Seria uma bela história para ser contada para as crianças na sala de aula: "Um Vampiro apaixonado por uma Elfa que preferiu morrer a ver sua amada sofrer". Um conto romântico, adoro contos românticos e sombrios.

– Não brinque com uma coisa dessas, Magda. Ela também pode morrer, meu pai é implacável, não é possível enganá-lo. Diga-me o que eu faço?

E agora? Eu que teria que resolver a situação. E como faria isso? Como ele levaria os poderes de Amy, que era o de curar as pessoas, sem matá-la?

– Eu sei como fazer isso – disse eu com uma idéia formando em minha cabeça – Vem comigo. Confie em mim, vai dar tudo certo.

Amy nos viu e aproximou. Eu aproveitei para empurrar Damon em cima de uma cerca de espinheiro, Ele se ralou todo, sangrando muito.

– Oh, Damon, foi sem querer – pedi desculpas a ele, com uma falsidade disfarçada – Você está muito machucado. Amy ajude aqui. Ele está tendo uma hemorragia.

– Damon, querido! – ela estava desesperada, isso era bom, sinal que o plano estava dando certo – Está sangrando muito! O que faremos, Mag?

– Eu não sei, o hospital é longe, a ambulância demoraria uma eternidade.

– E agora?

– Ele vai morrer – disse eu, tentando ser dramática – está perdendo muito sangue. Amy, é seu namorado, só você pode fazer alguma coisa.

– Não Mag, eu não posso, sabe muito bem.

– Por que não? Não o ama suficiente? Prefere deixá-lo morrer aos poucos?

Ela mordeu os lábios.

– Damon, feche os olhos e não olhe, entendeu? – ordenou Amy.

Eu pisquei para ele como um sinal.

– Tá bom – respondeu Damon.

Amy fechou as feridas dele. Depois se sentiu tonta e quase caiu de costas. Eu segurei-a. Estava feito. Damon tinha sugado uma parte do poder de cura da Amy enquanto ela o curava. Assim ninguém sairia perdendo. Amy estaria viva com metade de seus poderes e Damon levaria para o pai o que ele pediu. Logo minha amiga estaria recuperada, apenas um dia para tudo voltar ao normal.

Magda, A Jovem Bruxa #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora