Capítulo 2: Névoa

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 O ônibus seguiu caminho, e o motorista resolveu ignorar o ar estranho que a situação deixara, porém não conseguiu deixar de olhar o retrovisor de minuto em minuto para conferir tudo. 

 O Senhor que continuava impaciente, olhando para o relógio decidiu ver do que  se tratava o livro verde pousado no bando do ônibus. Pegou o livro e sentou no banco.      
 Nos primeiros minutos o homem continuava a olhar freneticamente para o relógio, mas depois de um tempo o misterioso livro verde começou a envolvê-lo e o senhor parou de se importar com o relógio, como se não mais existisse.

 O motorista que observava a cena, começou a se assustar e olhava também para a mulher que mexia no celular até um tanto tranquila, talvez pensasse que o rapaz era louco, a situação só chamou a atenção dela quando o homem começou a passar as páginas muito rápido, e o motorista parou o ônibus pra observar a cena que se desenrolava. O homem passava as páginas com uma rapidez quase sobre-humana. Não era possível ninguém ler naquela rapidez. E então parou, assim do nada, fechou o livro verde muito calmamente levantou  pousou o livro em cima do banco, e andou em direção à porta, mas não antes de colocar o relógio exatamente no centro do livro. O motorista e a mulher assustados apenas observavam a cena.

   – O senhor poderia abrir a porta por favor? – Perguntou o homem com uma voz calma.

 O motorista tateou em busca do botão sem olhar, para ver se o homem desaparecia assim como o garoto, como não conseguiu achar o botão, desistiu e resolveu olhar, abriu a porta e bateu a mão no celular que estava no painel e este caiu, enquanto o motorista abaixava para pegar o celular ouviu o homem dizer as mesmas palavras que o garoto e quando se virou naquela direção, o homem simplesmente tinha sumido.

 – Onde a senhora vai ficar? – Perguntou o motorista extremamente assustado – Daqui vou direto para a garagem, já deu de coisas estranhas por hoje. Sem contar que não há ninguém em todos os pontos.

 – Tudo bem, já estou bem assustada, meu destino não está longe me deixe lá e depois pode voltar para a garagem.

 Enquanto andavam, o livro começou a brilhar um pouco fraco, a mulher que pensou que seus olhos à estavam pregando uma peça, mas resolveu se distanciar daquele objeto misterioso, e foi se sentar no banco mais próximo ao motorista. E nesse momento o dia nublado, mas ainda claro se encheu de uma névoa densa, que obstruía a visão de quáquer um. O motorista que já não enxergava nada, resolveu parar o ônibus. No segundo seguinte o brilho que até então era minimo aumentou consideravelmente e quase cegava as duas pessoas extremamente assustadas ali presentes.  

Com olhos fechados não perceberam que absolutamente do nada o livro parou de brilhar. Estranhamente parecia que o livro chamava a atenção das pessoas ao seu redor, e conseguiu, o motorista e a mulher resolveram de uma vez por todas olhar o tão misterioso livro verde. 

 Andaram de vagar pelo corredor, ambos com medo até do ar estranho que o livro exalava. retiraram o relógio de cima e o motorista pegou o livro em suas mãos. Mas um trovão os assustou e o livro caiu , parando no chão com a capa aberta. Parecia um convite para que eles lessem. 

 Ambos abaixaram e pegaram juntos o livro verde do chão, respiraram fundo e começaram à folheá-lo. Página por página, de vagar e constante. E então pararam de repente, e meio que sincronizados pousaram o livro em cima do banco colocaram o relógio no mesmo lugar de antes, e ao lado o celular dela e a chave do ônibus, abriram a porta do meio e desceram um degrau, disseram as mesmas palavra que o garoto e o senhor, de uma forma tão sincronizada que as vozes se misturavam, e um segundo depois desapareceram com a névoa.

                                                                                                                                                                                          Continua...






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