Capítulo 11: O Mistério do Livro Verde

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Eu observo Yasmim se distanciar, enquanto vejo alguns dos nossos seguirem ela na multidão. Alguns minutos depois de perdê-la de vista olho no monitor do rastreador e percebo que parou de se movimentar. 

   Abro caminho pela multidão procurando o Alex.

 – Haward. – Ele me encontra. – Ele descobriu, e provavelmente pediu para ela tirar o rastreador.

 – Ta, vem comigo.

 Corremos até o carro e peço para ele dirigir. Pego meu celular e começo a procurar uma coisa.

 – Haward o que vamos fazer? O que é isso?

 – Eu não sou tão burro! Imaginei que ele descobriria que colocaríamos um rastreador nela, por isso hoje sem ninguém perceber nem mesmo a Yasmim, eu coloquei um mini-rastreador nela que é monitorado pelo meu celular agora vai em frente e na segunda vira a direita.

 Dou as instruções para Alex, e seguimos eles por um longo caminho. Estávamos longe quando eles pararam. Eu peço para Alex esperar alguns segundos e depois vamos a pé até encontrar um enorme galpão, ao dar uma olhada percebo que há duas portas, uma grande na frente e uma pequena na parte de trás. Só posso torcer para que eles estejam na parte da frente. Eu e Alex chegamos perto para analisar como abrir a porta sem nenhum barulho, a prioridade é salvar os reféns primeiro.

 Estávamos quase na porta quando alguém a abriu e saiu com alguns sacos pretos na mão, é o garoto que foi sequestrado. Isso é ótimo. Colocou os sacos no chão e olhou na nossa direção, me escondi atrás da parede e ele entrou de novo, eu torci para que ele tenha esquecido a porta aberta. 

  Espero o Alex terminar a ligação que estava recebendo. Cochicho:

  – O que houve?

 – Encontraram um corpo, em uma mala, perto de onde deixaram a Yasmim. É a Estela.

 – Droga, fizemos o que ele pediu. Tudo bem ainda podemos salvar os outros, vamos ver como entramos.

 Caminhamos em direção à porta e é então que eu vejo um frestinha quase imperceptível.

 Não sei se foi sorte, ou se por algum motivo ele não estava sendo controlado, mas funcionou. Quando chegamos perto percebo um musica vindo do lado de dentro, parece violino, é um som muito bonito para alguém tão cruel. 

 Do outro lado da porta há um corredor enorme, com caixas e papeis espalhados pelo chão, caminho devagar para não fazer barulho. Conforme andamos a musica vai ficando mais alta, e depois de virar umas duas vezes a musica está muito nítida, vejo uma claridade saindo de uma porta e deduzo que é ali que ele os mantem. Procuro um buraco na parede para que eu possa olhar, mas não encontro nada. O jeito será arriscar e colocar a cara. Torcendo para que ele  não me veja coloco a cabeça para fora da porta por um segundo, ele estava de costas mas se movimentando, por sorte não me viu. Mas foi tempo suficiente para Yasmim me ver, e entender que precisava ajudar. Antes que eu possa pensar em algo ouço uma voz em meio a musica:

 – Hum... Regle?

 – Quem está me interrompendo?!

  –  Sou eu. –  Yasmim fala meio tímida.

 –  Ah me desculpe, desculpe por gritar, não sabia que era você. O que deseja?

 –  É que estou com sede, não bebi nada desde que cheguei.

  –  Nossa como pude me esquecer? Trarei agora mesmo querida, e farei um lanche também, deve estar com fome, espera qui. 

 Ouço barulho de pés batendo em algo de metal, e depois um cochicho. Yasmim fala meu nome. 
Coloco a cabeça de novo e vejo ela apontando para à mesa na minha direita. Um molho de chaves está em cima de alguns papeis. Alex pega a chave começa a destrancar os três reféns restantes.

– Yasmim ele disse mais alguma coisa importante? 

– Não, nada.

 Afirmo com a cabeça, e enquanto Alex solta as pessoas eu aponto a arma para a escada e subo de vagar. Ele está de costas para mim mexendo em uma mesa. 

  –  Fica parado ai Regle.

  Ele vira para olhar pra mim com as mão levantadas.

 –  Haward! Acertei? É a primeira vez que conversamos pessoalmente. Hahaha.

Ele anda para trás enquanto fala, e ainda acha que eu não percebo.

 – Regle eu disse para ficar parado!

 – Calma Haward, pra que essa violência? Sabia que fiquei chateado quando não recebi sua carta de resposta. Eu realmente estava solitário aqui, sem a minha querida Yasmim, que deve estar longe daqui a essa hora não? Hahahaha.

 Ele continua andando bem devagar, como se eu não estivesse percebendo.

 – Como chegou aqui? Colocou outro rastreador?

 – Bem, eu... – Ele me interrompe.

 – Acho que essa resposta vai ficar pra outra hora.

 Ele pula por um janela, agarrando uma corda que o transporta para baixo. Pego o celular e ligo para o Alex com certa dificuldade por estar descendo pelo mesmo lugar e peço para ele levar as pessoas para o mais longe possível, e chamar reforços.

 Sigo Regle para um prédio abandonado e subimos as escadas até o terraço. Ele está ofegante olhando para baixo imóvel.

  – Regle, não tem mais jeito, se entregue. Você estará cercado em minutos. Se entregue. Talvez até diminua a pena.

 – Me entregar? A morte parece mais atraente.

 Ainda sem olhar pra mim ele dá mais um passo pra frente, bem perto da beirada.

 – Pena que eu não consigo. Não tenho forças para me jogar, não tenho coragem.

 – E nem precisa, não é a melhor opção. Se entregue. 

 – Sim, me entregarei. Tenho coragem para matar, mas não para morrer. Estou triste, não costumo ficar triste, sempre fui risonho e agora você esta roubando minha alegria. Haha.

 A risada é forçada, como se quisesse sorrir mas não conseguisse. 

 Ele começa a andar na minha direção, mas a beirada onde ele está com um dos pés quebra um pouco, o suficiente, para que ele se desequilibre e caia. Corro na direção dele para tentar ajudar, mas não dá tempo, só vejo o corpo dele estirado, o rosto sem a mascara,mas  não consigo ver direito. Ele tem o cabelo preto e a pele clara, a baraba fina se estende para fora do queixo. Minutos depois vários carros de policia param ali perto e analisam o corpo sem vida.

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  Não encontramos muita coisa sobre o passado de Regle. O que descobrimos é que o nome dele é Haword Hertal, muito parecido com o meu, e só. Descobrimos que o motorista só se libertou do efeito do aparelho sonoro, porque um carro passou na hora e buzinou, cortando o efeito. As pessoas achavam que as outras tinha sumido do nada porque por um curto período de tempo ele podia controlar pessoas com mentes fracas, assim quando as pessoas pensaram que o garoto sumiu do nada, elas estavam sendo controladas e ele saiu do ônibus normal, tipo uma ilusão de ótica. Assim como o morador de rua e a Yasmim. Foi o garoto Raul Alves que descobriu que com o tempo as toxinas sumiam do cérebro e eles eram liberados do transe por isso deixou a porta aberta pra nós. Já as palavras estranhas, bem acho que não significam nada, como ele era meio louco acredito que era só pra dar um ar de mistério.

No fim, o caso foi resolvido, perdemos algumas pessoas, como o Raul Amaral, o motorista e a Estela mas o mistério do livro verde foi solucionado!

                                                                                         The end?

 Meses depois...

 Eu continuava intrigado pra saber qual o significado daquelas palavras, e descobrir quais eram na verdade: 

Ich bin nicht allein , es gibt andere.


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