Capítulo dez

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Li

Meu corpo se mexia no ritmo da música, não que eu estivesse prestando atenção no que dizia a letra, isso pouco me importava. Eu tentava esquecer a cena do anjo sendo arrastado para o andar inferior, mas ela simplesmente ficava se repetindo em minha mente. Em pensar que há alguns dias eu nem desconfiava que esse mundo sobrenatural existia, sempre acreditei em Deus, mas a imagem que eu tinha em mente era algo totalmente diferente disso aqui, e ainda agora tem momentos em que tudo parece tão surreal.

Olhei casal que estava dançando em minha frente, era lindo de ver a dança sensual deles, absortos em seus desejos nem percebiam a minha presença ali. Sussurrei no ouvido dele:

— Desce a sua mão lentamente, tente seduzi-la, com calma para não assustá-la.— Percebi que por trás daquela suposta resistência dela, existia desejo, eu sorri, seria tão fácil conduzi-los ao pecado, alias os pensamentos deles já me servia de alimento, mas eu precisava de mais, muito mais. Cheguei perto dela e sussurrei:— Por que resistir? Se você está gostando das investidas dele.

Pude perceber dilema interno dela, estava tentada a aceitar, porém alguns valores a fazia questionar se aquilo que ela ia fazer era certo ou não. Nesse momento desejei muito ter o poder de ler seus pensamentos, mas a lembrança da primeira conversa que tive com minha avó Alessa pareceu ecoar em meus ouvidos:

Querida, aqui você terá muitos poderes.

Podemos ler pensamento?—questionei

Infelizmente não. O único que tem esse poder é o Cara lá de cima, mas mesmo sem ler a mente do ser humanos, somos muito sensíveis a seus atos e sentimentos, conseguimos identificar suas vontades mais secretas através da sua comunicação corporal podemos reconhecer detalhes íntimos de cada pessoa, assim como podemos lançar pensamentos, para que eles façam exatamente o que queremos, é muito fácil. Os humanos são muito transparente em suas vontades e muito maleáveis, se deixam levar por seus instintos e desejos muito facilmente. Mas logo, logo verá por si mesmo.

Sim, era verdade tudo o que ela me falou, naquele dia foi difícil para mim acreditar. Mas não demorou muito para eu mesma poder pôr em prova as palavras dela, e o mais interessante é que foi tão natural, que parece que nasci para ser um demônio. Sorri com essa possibilidade, quem sabe? Bom eu ainda tenho um tempo para me decidir com relação a isso, o que posso fazer agora é aproveitar meus momentos de liberdade.

Voltei a prestar atenção no casal, agora ela estava aceitando as carícias dele, que já estava colocando a mão dentro da calça dela. É muito interessante, basta apenas lançar alguns pensamentos que tudo acontece sem precisar de muito esforço.

—Chama ela para dar uma volta, para um lugar mais reservado. Leve-a para parte de trás, procure um lugar mais sossegado.

Não havia como eu saber se ele conhecia a balada, mas lá atrás tem existe um local que era usado como fumódromo, é muito fácil de entrar lá, mesmo porque foi deixado para situações como essa, pelo menos é o que me foi dito.

Ela aceitou o convite dele, e os conduzi para aquele lugar reservado, para que pudessem terminar aquilo que tinham começado. Não precisei falar mais nada, apenas contemplei tudo o que aconteceu, como alguém que assiste a um filme erótico, sentindo cada uma das suas sensações. Bastou ele perceber que estavam sozinhos ali, para ir até ela e levantar sua saia e abaixar sua calcinha, enquanto sua boca explorava a dela, a moça soltava leves gemidos, sentindo a mão dele explorá-la sem nenhum pudor, toda resistência que outrora ela sentia estava dissipada e o que tomava o lugar era o desejo, era possível perceber isso em seu olhar e em cada gesto dela, sua entrega ao momento era genuína. Eu sorri com isso, pois a cada gesto deles eu era repleta de uma energia diferente de tudo o que já tivera experimentado antes, era extremamente prazeroso, mas não como o prazer deles, é um prazer muito mais profundo e não tão erótico quando o que eles estavam fazendo, é algo mexe e marca você.

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