Capítulo 8

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Logo atrás de mim estava a Natacha e as meninas com a maior cara de preocupadas do mundo.

Entramos no carro e fomos pro apartamento da Natacha.

Quando chegamos la o clima estava tenso.

Pelo jeito das meninas a Natacha já tinha contado tudo que estava acontecendo.

- Ai gente, não precisa ficar me olhando assim. – eu

- Você ta bem? – Natacha

- To ótima.

- Não ta parecendo. – Luisa disse sentando-se ao meu lado

- Quer conversar? – Thais

- Não tenho o que falar. Vocês já devem saber das coincidências da noite. – eu

- É a Natacha falou pra gente. Deve estar sendo difícil pra você. – Luisa

- Err.. Se vocês não se importarem eu vou pro quarto. Preciso ficar um pouco sozinha.

- Claro, vai la. Se precisar estaremos aqui. – Thais

Fui em direção ao quarto e antes de entrar a Natacha me segurou.

- Cah, nunca te vi desse jeito. E não to suportando te ver assim triste. Se você quiser ficar sozinha eu vou respeitar o seu espaço, mas se precisar de qualquer coisa, não importa a hora, eu vou estar no quarto ao lado. Fica bem ta?

Ela veio em minha direção e me abraçou.

Senti uma lágrima pingar no meu ombro

- Eu te amo. - ela falou bem baixinho, quase não dava pra ouvir. Na verdade acho que não era pra eu ouvir.

Ficamos no abraço ainda algum tempo, depois ela me deu um beijo no rosto e foi para o quarto dela.

Entrei no quarto e fui logo para o banheiro, la foi inevitável chorar. A água que caia do chuveiro se misturava as minhas lagrimas e o barulho da água caindo abafava o som dos meus soluços de tristeza.

Eu precisava superar a Bia. Ela estava seguindo a vida dela e estava feliz com isso, eu não posso ficar sofrendo por ela pro resto da vida.

Mas é tão difícil vê-la e não querer toca-la, beijá-la, o cheiro dela me fascina. Mas nada disso é mais meu.

Aceite Camila, você teve a sua chance. Eu não sei o que fiz de errado, o que a Natália tem que eu não tenho, eu queria dedicar a minha vida pra fazer a Bia feliz, mas nem isso foi o suficiente.

Depois de muito tempo chorando e refletindo no chuveiro me sequei e coloquei um pijama, mas se minha intenção era sair do chuveiro um pouco melhor, não deu certo.

Deitei na cama e fiquei a noite inteira rolando de um lado pro outro, a Bia não saia do meu pensamento, nossos momentos juntas, as rizadas, as brincadeiras, tudo isso me torturava por dentro. E nessa tortura de emoções o dia amanheceu. Antes que alguém acordasse me levantei e decidi fazer o café.

Fui em direção a cozinha e quando passei pela sala, a Natacha estava dormindo sentada no sofá, ainda com a roupa de ontem.

Pelo jeito ela dormiu aqui, melhor acorda-la pra ela ir pra cama, essa posição vai lhe dar grandes dores na coluna.

Me aproximei e sentei ao seu lado. Ela dormia com um sorriso lindo nos lábios, eu nunca tinha olhado pra Natacha com outros olhos, só no dia em que eu a conheci e vi o mulherão que ela era, chamava a atenção de todos no hospital, mas ela nunca deu corda pra ninguém. Sempre suspeitei que ela pudesse gostar de mim, mas ela sempre me incentivava a ficar com a Julia, o que ia me deixando confusa em relação aos seus sentimentos.

Pra todo fim, um recomeço.Onde histórias criam vida. Descubra agora