Capítulo 22

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Cheguei e a Natacha estava na cozinha, sentada com uma xicara de chá esfriando em sua frente. Nem notou minha presença. Estava longe...

Cheguei perto dela e a toquei no ombro. Ela me olhou espantada, parecia que tinha acordado do seu transe.

- Oi... – eu

- Oi. - Ela disse baixinho voltando a olhar para sua xicara de chá.

- Não conseguiu dormir? – eu

- Não. Você demorou, fiquei preocupada. – Natacha

- Desculpa, eu estava...

- Não precisa se explica Camina, você não me deve satisfações.

- A gente tem que conversar, não quero que as coisas fiquem assim entre a gente.

Ela ficou calada. Procurava as respostas para as suas perguntas dentro da xicara, mas não encontrava, então resolveu perguntar.

- Por que você fez isso comigo Camila? Se não queria nada sério podia ter me dito, eu suportaria ficar só com o meu sentimento guardado, seria melhor esse do que o que eu estou sentindo. Não queria sentir raiva, magoa de você.

- Eu sei que agora tudo que eu diga não vai adiantar muito, mas se você gosta de mim do jeito que diz e do jeito que eu gosto eu espero que você pelo menos tente entender e confie em mim. Natacha, eu nunca quis aquele beijo, não te dizer que ele não aconteceu, por que a ultima coisa que eu vou fazer na vida é mentir pra você, por isso eu estou te dizendo, eu não quis, aconteceu. Eu não correspondi, não gostei e só consegui sentir uma coisa. Nojo. De mim, por estar ali. Foi quanto eu a empurrei. Foi isso que aconteceu, eu preciso que você confie em mim.

- Eu não sei mais o que pensar. Eu nunca esperei isso de você...

Meu celular começou a tocar, mas eu o ignorei.

- Não vai atender? – Natacha

- Não. Me perdoa? Eu nunca quis te magoar, me sinto a pior das criaturas por te ver assim e saber que eu fui a culpada. Eu só quero te fazer feliz, só quero ver o seu sorriso ao meu lado todos os dias.

Meu celular tocou novamente...

- Pode ser importante... – Natacha

- Você é importante.

Ela não disse nada, ficou calada olhando para a mesa, pensava, pensava e meu celular continuava a tocar e eu ignorava.

Ficamos nesse silencio por um tempo, eu queria falar mais coisas, mas sabia que ela precisava do seu tempo, pra associar, pensar...

Meu celular que eu usava só para urgências do hospital começou a tocar, os telefonemas realmente deveriam ser urgentes.

- Atende. – ela disse já sabendo que deveria ser algo grave.

- Alô. – eu

- Cah? Eu sei que você deve estar conversando com a Natacha e eu estou te incomodando, mas eu preciso de você.

- Bia? O que houve, sai dai agora pouco e estava tudo bem.

- Me ligaram da Itália agora a pouco e me falaram que a Natália passou mal no palco e desmaiou. Esta no hospital precisando de cirurgia, ela esta com um coagulam no cérebro. Cah, eu sei que não tenho direito de te interromper em um momento como este, mas eu só confio em você pra fazer essa cirurgia.

- Não se preocupe, estou indo pro hospital agora, me encontre la em 15 minutos e la conversamos. Mas fique tranquila.

Desliguei, levei as mãos aos cabelos tentando achar uma solução para todos os meus problemas, mas não tinha como, eu tinha que escolher um e resolver um de cada vez.

Pra todo fim, um recomeço.Onde histórias criam vida. Descubra agora