Capítulo 44

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- Tanta mulher nesse bar e eu passei a noite toda de olho em um sapatão, não acredito. – o cara soltou a Natacha e foi xingando ela até entrar no seu carro e sair cantando pneu.

Quando ele já estava longe ela gritou.

- Isso, foge sua bicha irrustida, ta com medinho agora é? – disse levantando a garrafa de tequila já no final que ela tinha em mãos

- HAHAHAHA, agora que ele já esta longe você fala isso. Quem estava com medinho era você. Se eu não apareço aqui nem sei o que seria de você.

- Eu sei muito bem me defender.

- Eu percebi.

Ela me olhou de canto de olho e bufou.

Ficamos em silencio, eu não sabia o que falar e nem ela.

Ela saiu andando tropeçando nos próprios pés.

- Hei, onde você vai? – eu sai correndo atrás dela

- Vou pra casa.

- Desse jeito? Não vou deixar você ir embora assim.

- Da pra deixar de ser médica pelo menos uma vez na sua vida Drª?

- Não é a Drª que esta falando e sim a Camila que esta muito preocupada com você. O que houve com aquela mulher bem resolvida que bebia socialmente que odiava mulheres que bebiam de mais que saiam dando barraco na porta do bar? – eu

- Não sei, acho que ela ficou no passado. – Natacha

- Não ficou não. Eu sei que ela ainda esta ai. Vem, vamos sair da rua, já esta tarde.

Fomos andando em direção ao meu apartamento, mas não dizíamos nem uma palavra o caminho inteiro.

Já no meu apartamento ela foi direto perguntando:

- Eu vou ligar pra um taxi e ele me leva pra casa.

- Nem pensar. A Luisa sabe onde você esta?

- Era só o que me faltava eu ter que dar satisfação da minha vida pra minha prima.

- Natacha, deixa de ser babaca. Ela pode estar preocupada, não estou te reconhecendo.

Ela abaixou a cabeça visivelmente sem jeito e respondeu.

- Elas foram viajar, por isso sai sozinha, se ela estivesse em casa não deixaria eu sair. Quem vê parece que sou uma adolescente de 13 anos querendo fugir de casa pra beber escondida.

- A diferença é que você não tem 13 anos. – eu

- HAHA, muito engraçada. Deixa eu ligar pro taxi.

- Já falei que não. – falei pegando o telefone das mãos dela.

- Vou dormir na rua então.

- Não, você vai ficar aqui.

- Não. Aqui eu não fico.

- Por que? Minha presença é tão ruim assim pra você? – eu

Ela me olhou bem no fundo dos olhos.

- Não quero ficar perto de você. Não me faz bem.

- Relaxa, nem precisa ficar perto de mim. Você fica no meu quarto e eu fico aqui na sala. Só não quero que você fique sozinha a essa hora do jeito que esta. – eu disse triste

- Sua namorada não vai achar ruim eu ficar aqui?

- Deixa ela pra la. E por falar em namorada, cadê a sua?

Pra todo fim, um recomeço.Onde histórias criam vida. Descubra agora