Capítulo 48

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Tristes acasos do destino, tinha que deixar e saber como sua amada estava para salvar a vida de quem fez isso a ela.

- Drª ta tudo bem? - um dos enfermeiros indagou Natacha vendo que ela estava incomodada olhando para Julia

Respirou fundo, engoliu seco, não era hora de pensar no que aquela mulher na sua mesa de cirurgia tinha feito, ela precisava de cirurgia, precisava de cuidados e Natacha era médica e tinha que fazer isso.

- Ta tudo bem, vamos começar. Mas você pode fazer um favor pra mim? – Natacha

- Claro. – enfermeiro

- Procure a Drª Camila pelo hospital, ela estava no carro com a Julia, veja como ela esta e venha me procurar.

- Pode deixar Drª. - enfermeiro

Começou a cirurgia. Afastou todos os pensamentos ruins de sua mente e concentrou-se apenas na vida que tinha que salvar.

Julia estava em um estado critico. Com a batida um tronco de árvore ultrapassou o vidro batendo diretamente em seu peito.

- Drª, hemorragia ventricular, ela esta perdendo muito sangue. – Residente

- Eu já vi, coloque mais uma bolsa de sangue.

O Residente que estava auxiliando Natacha fez o que ela falou, mas o estado de Julia era muito grave.

Natacha seguiu com a cirurgia, conseguiu controlar a hemorragia, estava quase terminando, mas sua atenção foi voltada aos aparelhos que começaram a apitar.

- Drª os batimentos, a pressão esta caindo.

Natacha que tentava se manter calma começou a ficar mais nervosa, ministrou um medicamento para que os enfermeiros aplicassem, mas foi em vão.

- Não esta adiantando, estamos perdendo ela. – enfermeiro

- Apliquem 500 mlg de Adrenalina. – Natacha

Os enfermeiros fizeram o que ela pediu, mas nada mudou.

- O que vamos fazer? Estamos perdendo ela.

- Peguem o desfibrilador. Carreguem em 200. Afastem-se.

Os batimentos continuavam baixos e cada vez menor.

- Carreguem em 250.

Pararam um tempo pra ver se resolvia, mas dessa vez os batimentos abaixaram de ainda mais e dessa vez parou.

- Carregue em 300, rápido.

Uma, duas, três choques e nada.

- Maia uma vez, em 350. – Natacha

- Drª...

- Rápido. – Gritou Natacha

E tentou mais 3 vezes e nada.

- Vamos tentar mais uma vez. - Natacha

- Drª, nós perdemos ela. Não há mais nada a fazer.

Natacha não admitia perder nenhum paciente, talvez por isso tenha largado a Cardiologia e seguido pela Pediatria, por mais que fosse a Julia, tinha um compromisso em salvar vidas não importava quem quer que fosse e não admitia quando não conseguia.

Mesmo abatida, cansada pela longa cirurgia, ela em fim anunciou.

- Hora do óbito, 19:36.

Tirou suas luvas e seguiu para a sala ao lado para se trocar, quando outra enfermeira adentrou a sala correndo.

Pra todo fim, um recomeço.Onde histórias criam vida. Descubra agora