Capítulo 16

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Agora foi a minha vez de ficar sem graça. Senti um frio na barriga, uma sensação estranha, mas muito boa. Eu não sabia o que dizer. O que eu queria dizer era:

"- Claro que sim, eu estou apaixonada por você, mas eu sou uma idiota."

O que eu disse?

- Er... Ah, Natacha, que pergunta...

Camila, você não tem jeito mesmo.

- Porque? Eu sou muito feia? Não faço o seu tipo?

- Para com isso, você é linda. Na primeira vez que te vi fiquei babando em você, com a maior cara de boba, não percebeu?

- E o que mudou?

- Ah, não sei... Nos tornamos amigas e você era a única pessoa em quem eu confiava naquele lugar. Mas por que você esta falando disso agora?

- Não está obvio Cah?

Ela ficou me olhando com um brilho diferente nos olhos.

Uma onda de sensações estranhas e maravilhosas percorriam o meu corpo e naquele momento eu me dei conta que tem uma mulher perfeita e linda na minha frente que me ama e as sensações estranhas que eu sentia quando ficávamos mais próximas me mostravam que o que eu sinto pela Natacha nunca foi só amizade, e sim amor.

Ela permanecia me olhando sem dizer nada.

- Vamos pra embora? – eu

Seu olhar mudou, ficou triste. Ela com certeza esperava ouvir outra coisa.

E realmente ela merecia ouvir outra coisa, mas não ali, não em meio a um monte de bêbados e cheiro de cerveja, ela merecia algo muito melhor.

- Vamos. – disse se levantando com cara de poucos amigos.

Ela estava com o carro dela e eu com o meu. Fui o caminho todo pensando no que dizer, como dizer. Chegamos juntas no prédio e quando estávamos entrando a Luana estava na portaria esperando, foi em minha direção e foi me cumprimentar com um beijo que eu achei que seria no rosto, mas foi na boca.

A Natacha fechou a cara e foi logo subindo.

- Luana, o que você esta fazendo aqui?

- Eu queria te ver. Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vem até Maomé.

- Como você descobriu onde eu moro?

- Tenho meus contatos. Vamos subir ou você prefere ficar por aqui mesmo? – Luana

- Luana, me desculpe, mas não posso te convidar para subir.

- Para de brincadeira, vamos logo.

- To falando sério.

- Mas por quê?

- Eu moro com algumas amigas. A casa não é minha e não acho legal ficar levando pessoas pra la sem avisá-las. Desculpa.

- Poxa Camila, eu vim até aqui pra te ver e você me mandar embora?

- Não estou te mandando embora, mas não posso te convidar pra subirmos.

- Não tem problema, vamos pra minha casa então, meu carro ta aqui na frente.

- Não vai dar.

- E eu posso saber por que?

- Luana, ontem nós ficamos, a noite foi ótima, mas não vai passar disso, espero que você entenda.

- Mas o que houve com a Camila de ontem e hoje de manha?

Pra todo fim, um recomeço.Onde histórias criam vida. Descubra agora