Apanhei um táxi para regressar a casa. Quando cheguei ao portão, já tinha anoitecido. Em cima do mesmo, estava um corvo. Desviei a cara continuando a andar mas parei de súbito. Não conseguia sentir o que o pássaro sentia, era como se os meus poderes se tivessem dissipado...
Estranhamente, a porta de entrada estava escancarada para trás. Senti uma grande tensão vinda da casa. Apressei o passo para ver o que se passava e encontrei a minha mãe na cozinha a chorar.
- Mãe, o que foi? O que se passa?
- O Carl... - nos seus olhos, dois grandes rios jorravam.
- O que aconteceu?
- Vê... Vê o papel que ele deixou. – os soluços tomaram conta dela.
Em cima da mesa estava um papel roxo, era uma das páginas do livro que andava a ler...
"Rose e Suzan
Peço imensa desculpa por desaparecer de repente, espero que compreendam que o que fiz foi para o vosso próprio bem.
Rose não te sintas culpada por isto, não foi o que se passou ontem que me fez tomar esta decisão!
Suzan não te esqueças que te amo aconteça o que acontecer...
Espero que fiquem bem, voltarei em breve.
Carl."
- O que aconteceu ontem? – a minha mãe fitava-me com curiosidade.
- Nada, o Carl apenas se sentiu mal e...
- Mal? Mas mal como? Como é que ele se pode ter sentido mal? Rosa, nós os Guardiões não adoecemos assim de repente, queres mesmo que acredite nessa mentira?
- Mas, mãe, é verdade!
- Não acredito nessa história... Nós adoecemos muito raramente devido aos tratamentos que temos à base de plantas das florestas, só os Venenos do Conselho da Chama Eterna nos conseguem afetar gravemente.
- Sim! Agora me lembro... O Carl ficou assim depois de cheirar aquela amostra de terra que eu trouxe!
- Que terra?! – a minha mãe sobressaltou.
- Uma terra estranhíssima que encontrei num jardim quando regressava da escola.
Subi ao segundo andar para pegar no pequeno frasco com aquela tão estranha terra e desci de novo à cozinha. Quando dei o frasco à minha mãe, todo o seu corpo se esticou e ela ficou muito tensa.
Tirei o frasco das suas mãos receando que lhe acontecesse o mesmo que a Carl. Segundos depois, o seu corpo voltou ao normal mas pude ainda sentir uma grande tensão da sua parte.
- O que é esta terra? – perguntei-lhe.
- É... É o veneno da transformação!
- O veneno da transformação?
- Não pode ser! Carl! Rose o que acabaste de fazer é muito grave! Tenho de procurar o Carl antes que lhe aconteça alguma coisa.
Fiquei pregada ao chão sem saber o que fazer. Senti que era impossível dizer uma palavra que fosse. Tinha feito uma asneira. O Carl estaria bem? Iria acontecer alguma coisa de grave? Porque tinha ele escrito na parte de trás de uma folha com um corvo ilustrado? O que se passava com aquele corvo e com os meus poderes? Cada vez mais a lista de perguntas aumentava na minha cabeça.
- Fica em casa! – a minha mãe tinha agora uma cara bastante severa. Posto isto, saiu a uma velocidade estonteante.
A coisa era mesmo grave! Senti o meu corpo arder de curiosidade mas ainda não sabia o que fazer. Sem conseguir suportar o fogo que me possuía, decidi segui-la. Todavia, quando cheguei à rua, não vi ninguém... Levantei os olhos ao céu e distingui o vulto da minha mãe voando no céu estrelado. Ela nunca se tinha descuidado tanto, ali qualquer pessoa a podia ver se olhasse o céu com atenção. A coisa era mesmo muito grave...
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A Guardiã do Medalhão Sagrado
FantasíaA história é centrada em Rose, uma jovem que pertence à tribo dos Guardiões. Nesta tribo, todos recebem um medalhão que lhes confere determinados poderes. Todavia, o medalhão que Rose possui é o mais poderoso: o Medalhão Sagrado. Na luta pela posse...