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"Há muitos, muitos anos, os homens e os Guardiões viviam em conjunto e ajudavam-se mutuamente uns aos outros. O mundo vivia em paz e tudo estava em harmonia - a bola de cristal iluminou-se e pude ver humanos e Guardiões trabalhando em conjunto - O Concelho dos Anciãos era constituído por humanos e Guardiões e tomavam decisões para o bem dos dois lados.

Porém, os humanos tornaram-se ambiciosos e começaram a tomar mais partido das decisões... - na bola de cristal apareceu um homem vestido de negro e cabelo preto comprido com uma tatuagem em forma de corvo no pescoço - ... começaram a desviar o dinheiro dos impostos feitos na época e começaram a influenciar as pessoas para uma guerra contra os Guardiões.

Depois de muitas investigações, o Concelho dos Anciãos descobriu que eram os humanos os culpados das revoltas e perdas de dinheiro e expulsaram-nos do Concelho. Os humanos revoltaram-se e organizaram várias manifestações.

Durante vários meses, as ruas ficaram desertas. Havia uma grande tensão e foi então, no dia em que os humanos incendiaram a sede do Concelho, que este decidiu agir realmente e travou-se aí a uma grande guerra.

Um grande número de humanos e Guardiões se juntaram num grande descampado preparando-se para uma guerra sangrenta. Era um quente dia de sol. De cada lado, centenas de homens se preparavam para combater e, mesmo sabendo que podiam morrer, iriam defender a sua espécie, mesmo que a sua vida dependesse disso. O ar era pesado e uma grande tensão reinava naquele descampado que era, habitualmente, calmo. Nem um animal passeava na bela relva verde e nenhum pássaro se via no céu. O tempo parecia parado, como que se aquele momento fosse decidir o destino do mundo.

No momento em que o Sol se encontrava precisamente perpendicular à Terra e o relógio da velha Igreja na colina ao lado tocou as doze badaladas do meio-dia, os dois enormes grupos avançaram impiedosamente um contra o outro correndo para a morte impiedosa. O ódio não os deixava ver a realidade e avançavam cegos para um trágico destino...

Todavia, no meio daquele vasto descampado, encontravam-se duas pessoas, Sarah a Guardiã do Medalhão Sagrado, naquela altura e, mesmo contra todas as leis dos Guardiões, Bruno, um humano, com quem tinha um relacionamento. Tentavam a todo o custo impedir a guerra que se travava. Quando os grupos chegaram ao meio do descampado, Sarah criou a maior bolha protetora alguma vez criada envolvendo todos os membros da tribo. Bruno encarou a multidão de humanos e tomou a palavra:

- Por favor, ouçam-me! - gritou Bruno - Qual o motivo desta guerra? Não podem aceitar-se uns aos outros? Afinal de contas o que têm vocês de diferente? Todos têm um nariz, uma boca, dois olhos, todos somos são iguais. Vão combater só porque os Guardiões têm poderes? Isso não é motivo para uma guerra! Isso é pura inveja e egoísmo!

- E quem és tu para vir aqui dizer isso? - bradou um homem idoso.

- Na verdade, não era ninguém. A minha vida não fazia sentido até conhecer a Sarah. Ela mudou a minha vida e eu aceitei-a tal como é... Porque não fazem vocês o mesmo?

- Ele não está a falar por si, eles enfeitiçaram-no! - gritaram do meio da multidão, e uma nova agitação se fez sentir.

- Não! Estão a perceber tudo mal! Eles não me fizeram nada! - Bruno tentava, desesperadamente, acalmar a multidão - Têm de me ouvir, esta guerra não faz sentido!

- Calem-no, levem-no daqui para fora! Ele está louco! - ouviu-se mais uma vez a multidão - Vamos continuar o que começamos. Estes Guardiões não têm o direito de viver! Quem sabe o que nos fazem sem darmos por isso... Matem-nos!

Bruno ficou desesperado, nenhum dos seus esforços tinha conseguido demover aquela gente. Tentava ainda encontrar uma nova solução quando a enorme multidão se lançou sobre a tribo. Porém, a bolha protetora que os envolvia protegia-os do ataque humano.

A Guardiã do Medalhão SagradoOnde histórias criam vida. Descubra agora