*21*

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Saí da sua casa e comecei a andar, lentamente, pela rua. Andei sem saber para onde ia e, quando dei por mim, estava em frente a minha casa. Não senti ninguém no interior e decidi entrar para matar saudades do meu lar.

Entrei, cautelosamente, como se estivesse a entrar numa casa estranha. Já não sentia aquela sensação de reconforto por estar em casa. Era como se nunca aqui tivesse estado.

Olhei para todas as coisas e lembrava-me muito bem de cada uma delas mas estava tudo tão diferente! Subi ao meu quarto e deitei-me na minha cama. Peguei na minha velha mochila, que ainda estava encostada à minha secretária, e enchi-a com todos os meus livros de escola. Fui ao armário e peguei no máximo de roupa que consegui metendo-a num saco que eu usava quando fazia desporto.

Desci de novo ao primeiro andar e peguei num papel e numa caneta.

"Mãe e Carl,

Vim a casa para buscar algumas das minhas coisas.

Deixei este recado para te dizer o que descobri: O Concelho da Chama Eterna anda a roubar medalhões e a matar os Guardiões... Como portadora do Medalhão Sagrado tenho de juntar todos os medalhões sagrados e levá-los de novo à gruta da floresta... Eles andam a roubá-los para localizar o meu medalhão.

É tudo, adeus.

Rose"

Deixei o papel em cima da mesa da cozinha e saí de casa. Voltei a caminhar calmamente pela rua mas não sentia vontade de regressar a casa de Miguel. Decidi fazer o que sempre fazia nos momentos de desespero.

Quando toquei à campainha, Joana veio abrir a porta com uma expressão de espanto e preocupação.

- Tens faltado às aulas... Está tudo bem? - perguntou-me quando entrei em casa dela.

- Não, a minha vida está uma confusão...

- Anda, vamos conversar para o meu quarto.

Subimos ao andar de cima até ao quarto de Joana. Sentei-me em cima da cama abraçando-me a uma das suas almofadas.

- Bem, já estou a ver que o assunto é sério, o que aconteceu?

- Discuti com a minha mãe no outro dia e saí de casa. Tenho estado na casa de Miguel estes dias mas hoje chateei-me um bocado com ele e não me apetece voltar para lá...

- Podes ficar aqui, se quiseres... Os meus pais de certeza que não se importam!

- Sim, mas a minha cabeça está tão baralhada que já nem sei o que fazer. A escola agora é a menor das minhas preocupações. A minha casa foi assaltada no outro dia e os tipos que a assaltaram andam atrás de mim. Querem matar-me...

- O quê? Estás a brincar, não estás?

- Não, eu já não sei o que fazer...

- Tem calma. Já foste à polícia?

- À polícia? Hum, já... - não esperava esta abordagem.

- Ok, então enquanto ninguém descobre nada, podes ficar aqui.

No meu telemóvel, choviam mensagens e chamadas de Miguel. Enervei-me e desliguei-o.

- Importas-te que vá falar com a tua mãe?

- Claro que não...

Desci ao andar de baixo e falei com a mãe de Joana para ter a certeza de que não iria incomodar. Fátima, simpática como sempre, disse que não precisava de me preocupar e que eu podia ficar o tempo que quisesse.

Quando voltei ao quarto de Joana, começamos a falar até que a mãe dela nos chamou para irmos almoçar.

Comemos tranquilamente e, depois do almoço, decidimos sair para aliviarmos o stress. Fomos de camioneta até à cidade vizinha e fomos ao centro comercial fazer algumas compras.

A Guardiã do Medalhão SagradoOnde histórias criam vida. Descubra agora