Saí da sua casa e comecei a andar, lentamente, pela rua. Andei sem saber para onde ia e, quando dei por mim, estava em frente a minha casa. Não senti ninguém no interior e decidi entrar para matar saudades do meu lar.
Entrei, cautelosamente, como se estivesse a entrar numa casa estranha. Já não sentia aquela sensação de reconforto por estar em casa. Era como se nunca aqui tivesse estado.
Olhei para todas as coisas e lembrava-me muito bem de cada uma delas mas estava tudo tão diferente! Subi ao meu quarto e deitei-me na minha cama. Peguei na minha velha mochila, que ainda estava encostada à minha secretária, e enchi-a com todos os meus livros de escola. Fui ao armário e peguei no máximo de roupa que consegui metendo-a num saco que eu usava quando fazia desporto.
Desci de novo ao primeiro andar e peguei num papel e numa caneta.
"Mãe e Carl,
Vim a casa para buscar algumas das minhas coisas.
Deixei este recado para te dizer o que descobri: O Concelho da Chama Eterna anda a roubar medalhões e a matar os Guardiões... Como portadora do Medalhão Sagrado tenho de juntar todos os medalhões sagrados e levá-los de novo à gruta da floresta... Eles andam a roubá-los para localizar o meu medalhão.
É tudo, adeus.
Rose"
Deixei o papel em cima da mesa da cozinha e saí de casa. Voltei a caminhar calmamente pela rua mas não sentia vontade de regressar a casa de Miguel. Decidi fazer o que sempre fazia nos momentos de desespero.
Quando toquei à campainha, Joana veio abrir a porta com uma expressão de espanto e preocupação.
- Tens faltado às aulas... Está tudo bem? - perguntou-me quando entrei em casa dela.
- Não, a minha vida está uma confusão...
- Anda, vamos conversar para o meu quarto.
Subimos ao andar de cima até ao quarto de Joana. Sentei-me em cima da cama abraçando-me a uma das suas almofadas.
- Bem, já estou a ver que o assunto é sério, o que aconteceu?
- Discuti com a minha mãe no outro dia e saí de casa. Tenho estado na casa de Miguel estes dias mas hoje chateei-me um bocado com ele e não me apetece voltar para lá...
- Podes ficar aqui, se quiseres... Os meus pais de certeza que não se importam!
- Sim, mas a minha cabeça está tão baralhada que já nem sei o que fazer. A escola agora é a menor das minhas preocupações. A minha casa foi assaltada no outro dia e os tipos que a assaltaram andam atrás de mim. Querem matar-me...
- O quê? Estás a brincar, não estás?
- Não, eu já não sei o que fazer...
- Tem calma. Já foste à polícia?
- À polícia? Hum, já... - não esperava esta abordagem.
- Ok, então enquanto ninguém descobre nada, podes ficar aqui.
No meu telemóvel, choviam mensagens e chamadas de Miguel. Enervei-me e desliguei-o.
- Importas-te que vá falar com a tua mãe?
- Claro que não...
Desci ao andar de baixo e falei com a mãe de Joana para ter a certeza de que não iria incomodar. Fátima, simpática como sempre, disse que não precisava de me preocupar e que eu podia ficar o tempo que quisesse.
Quando voltei ao quarto de Joana, começamos a falar até que a mãe dela nos chamou para irmos almoçar.
Comemos tranquilamente e, depois do almoço, decidimos sair para aliviarmos o stress. Fomos de camioneta até à cidade vizinha e fomos ao centro comercial fazer algumas compras.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Guardiã do Medalhão Sagrado
FantasiA história é centrada em Rose, uma jovem que pertence à tribo dos Guardiões. Nesta tribo, todos recebem um medalhão que lhes confere determinados poderes. Todavia, o medalhão que Rose possui é o mais poderoso: o Medalhão Sagrado. Na luta pela posse...