Floresta secreta

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Enquanto eu rondava o palácio resolvi dar uma olhada fora dele. Observei cada detalhe. De repente já me vejo de frente com uma floresta, uma ENORME floresta. Havia uma cerca dividindo o castelo. Esse lugar era quase imperceptível aos olhos de outros, ficava atrás de um pequeno portão. Depois disso ainda se encontrava um caminho estreito e fechado. De noite não conseguiria enxergar nada por lá.

Resolvo pular a cerca que me dividia do local imenso. Meu vestido por acidente é rasgado, somente a barra. Assim, fazendo eu ficar com ele até os joelhos. Fui andando devagar, andei mais um pouco e mais um pouco. Avistei uma macieira, segui até ela. Peguei uma maçã, que por sinal estava bem madura. Pude ver uma casinha, que ficava a alguns passos da árvore. Resolvi me sentar, assim me encostei na macieira.

-Olá? - sinto uma mão em meus obros. Era uma senhora.

-Quem é a senhora? - digo me virando.

-Mary, mas sou eu quem pergunto. O que faz aqui? - ela diz calmamente.

-Sou Alison, princesa do castelo ao lado.

-Ah sim - ela diz fazendo uma reverência - já ouvi falar da senhorita!

-Por favor, não é necessário este gesto! Me chame de Ali.

-Claro, mas posso saber o que te traz aqui?

-Não sei ao certo.- digo dando pausa para uma risadinha - bom, resolvi meio que explorar o castelo. Com isso, acabei avistando esta floresta e resolvi dar uma olhada.

-Entendo, mas está bem longe do castelo se quer saber mocinha! - ela diz - moro naquela casinha um pouco a frente.

-Mora sozinha? - digo.

-Sim, tenho uma longa história.- ela diz.

-Todos temos.- digo.

-Mudando de assunto, aceita um café?

-Seria ótimo! - digo e seguimos até sua pequena casa. Essa senhora me parecia diferente. Algo nela me chamava atenção e eu tinha que descobrir.

Quando chegamos, ela foi direto para a cozinha fazer o café, enquanto eu a esperava no sofá velho, mas confortável da sala. Muito aconchegante.

-Percebi que gosta de maçãs. - ela diz chegando com o café, fazendo-me pegar da bandeja que havia alguns biscoitos.

-Sim, muito! Elas são maravilhosas, principalmente aquelas da floresta. Estavam bem doces.

-Tem razão, fui eu quem plantei ela. Gosto de cultivar macieiras - ela diz, e um silêncio se volta contra nós.

-Nã se sente só por morar aqui sozinha? - digo olhando ao redor de sua casa pequena e vazia.

-Às vezes, mas temos que nos acostumar não é? Mudanças às vezes são necessárias.

-Gostaria que eu te fizesse companhia?

-Querida, é muito arriscado! Venha quando puder, não precisa fazer isso por mim.

-Não sou muito de seguir as regras do palácio! - digo dando risada.

-Pude perceber. Senão não se encontraria por aqui! - ela diz rindo.

-Tudo parece um pouco sufocante as vezes no Palácio.

-Sabe Ali, já fui uma princesa.

-Sério? Como, e de onde? - digo confusa.

-Sem perguntas. Quer saber ou não como era minha vida por tentar seguir as regras?

-Me ajudaria muito. Afinal, sou uma péssima em seguir conceitos.

-Sempre achei isso de mim mesma também. Sempre fui rebelde e um "pouco" desastrada. Mas, o importante é que aprendi muito com minhas aulas de etiqueta. Na época era minha própria mãe.

-A senhora poderia me ensinar? Pois minha professora não é uma das melhores. Minha mãe não tem tanto tempo também.

-Talvez eu te dê algumas dicas. Agora vá, já está escurecendo! - ela diz me puxando pelos braços.

-Irei sim, mas não te prometo que não irei voltar! - digo lhe dando um abraço. Segui meu caminho para o castelo, que agora ficava longe.

Confissões de uma princesa nada sofisticadaOnde histórias criam vida. Descubra agora