Dia 10 ~ Side Story

246 26 1
                                    


O sol estava especialmente desagradavel naquele dia.

Eu nunca tinha gostado muito de estar no sol, mas como não tinha outro jeito, eu tinha que permanecer aqui.

Dois anos da minha vida na academia sagrada jogados fora, já que minha primeira atribuição foi servir de baba para um velho junto de mais três pessoas.

Não que elas fossem desagradáveis, ao contrario, elas eram muito simpáticas comigo, até amigáveis. O grande problema era o velho.

Ele era uma pessoa influente dentro da camada mediana da igreja, com um contato ou outro no alto escalão.

E por ele ser influente a esse ponto, foram atribuídos quatro guardas recém formados na academia sagrada para proteger ele.

Isso poderia ser considerado algo bom, já que, normalmente, as pessoas demoram bastante para conseguir outras atribuições alem de vigias de portas. Mas ter de ser guarda dele era simplesmente alem do que eu poderia suportar.

Já tinha ouvido falar que algumas das pessoas do clero eram corruptas, mas não esperava presenciar isso ao vivo.

Que é o que estou fazendo no momento, a proposito.

Não presenciando mesmo, já que eu estou apenas na porta do lado de fora da casa, com o sol indo diretamente em meu rosto. Eu cubro um pouco dos meus olhos, para poder ver melhor e barrar os raios de sol, e vejo três figuras andando na direção de onde eu estava.

Uma delas era uma figura enorme de um homem. Ele carregava uma enorme maça presa em sua cintura e um escudo em suas costas. Suas roupas eram uma armadura de cuta de malha e uma roupa comum por baixo. Esse era Hodric.

A segunda pessoa era um jovem magro, de estatura mediana coberto por um manto branco com azul e dourado. Seu cabelo preto ia até a altura dos ombros. Seus olhos verdes pareciam luzir junto a sua expressão sempre despreocupada. Esse era o Aenir.

A terceira pessoas estava puxando um pedaço do pano da manga de Aenir. Tinha a aparência de uma garotinha, mas sua idade era quase a mesma que a minha e a de Aenir. Usava uma roupa leve, com algumas partes protegidas com couro. Seu cabelo acinzentado escorria pelas suas costas e contornava seu pequeno rosto, que se destacava pelos enormes olhos castanhos. Brotando do meio de seu cabelo, era possível ver a empunhadura de uma claymore. Essa era Ami.

Esses eram os três que trabalhavam comigo para proteger o velho, e eram o mais próximo que eu tinha de amigos.

Mas, pelo que eu saiba, eles não deveriam estar aqui. A tarefa deles era vigiar a cidade e a barreira que colocamos.

No dia anterior um sinal havia sido pego por ela, embora fosse muito pequeno, era algo a se preocupar.

Ah, sobre a barreira. Era uma magia sagrada usada para avisar quando alguma presença maligna, como monstros e coisas assim, se aproximassem, ao mesmo tempo que causava uma sensação de desconforto nessas criaturas.

Quando olhei para todos eles, tinham expressões serias em seus rostos. Até o despreocupado Aenir mostrava uma atmosfera pesada.

Quando eles chegaram na porta, me explicaram a situação.

Um sinal tinha sido detectado pela barreira, mas não era como o do dia anterior. As presenças eram mais numerosas e não foram paradas pela barreira. O número também era bem absurdo. Mais de 50 inimigos.

Mesmo se fossemos juntar aos combatentes da cidade, iriam numerar apenas 15, alem de alguns fazendeiros. Isso porque essa área deveria ser muito segura.

Hone no gyokuzaOnde histórias criam vida. Descubra agora