01 de julho de 2013, Londres, Inglaterra
Os cabelos vermelhos de Mary balançavam a medida que os seus passos seguiam em frente.
- Ande rápido. - Ela olhou para mim um pouco atrás dela. O rosto de Mary sempre foi meigo, tinha covinhas e os olhos eram angelicalmente redondos.
- Calma - Respondi, ela apontou para um bar de cor escura com luzes acesas e aumentou a velocidade dos passos.
- Tem certeza? - Era muito difícil ver Mary errando, quando ela achava que uma coisa deveria ser feita, era melhor fazê-la o quanto antes. Ela olhou pra mim em desdém e ergueu uma sobrancelha.
- Claro que sim.
Entramos no bar e sentamos em um dos bancos perto do balcão. Ela olhava cada centímetro de lá procurando quem vinhemos buscar.
- E ai?
- Vi um ali, mas não é ele...
- Quem sabe pode nos ajudar - Falei me afastando do balcão e ela segurou minha mão - Que foi?
- Cuidado. É aquele no fundo de blusa azul, sentado na ultima mesa se você pode ver, sozinho. - Fui até ele pedindo licença aos bêbados que atrapalhavam meu caminho. Ele estava com os cotovelos apoiados na mesa e a cabeça envolta nas mãos, sentei a sua frente e ele olhou pra mim imediatamente.
- O que você quer? - Falou sem demonstrar qualquer expressão. Quando eu abri a boca pra falar, outro homem sentou ao meu lado.
- Boa noite. - ele entregou uma garrafa de bebida ao vampiro à minha frente que a bebeu completamente - Quem é você? - Ele olhou pra mim e quase pensei que seus olhos escuros iriam cair em cima de mim.
- Eu estava tendo uma conversa particular. - Resmunguei olhando para o vampiro que agora estava menos vulnerável e seus olhos apresentaram uma cor vermelha escura, era claro que o que ele havia bebido era sangue.
- O que você quer? - Foi repetida a pergunta. - Você pode falar em frente a meu vertrics.
- Um escravo? - sussurrei em direção ao homem do meu lado.
- Se você prefere assim - Ele passou a mão ajeitando o topete e sorriu - E você? Uma caçadora imbecil?
- O que você quer? - O vampiro repetiu a pergunta me fuzilando com o olhar e me vi obrigada a responder.
- Uma informação. - Os dois ficaram em silêncio esperando que eu pudesse continuar - Estou procurando um vampiro chamado Carlo - Antes que eu pudesse me defender o vertrics segurou minhas duas mãos atrás das minhas costas e o vampiro avançou no meu pescoço.
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Abri os olhos repentinamente percebendo que eu estava deitada em algum sofá, mas não sabia identificar onde. Minha cabeça doía juntamente com a lateral do meu pescoço, fiz um esforço pra lembrar como eu deveria ter parado ali, e me dei conta que algum milagre me ajudou a sobreviver depois que aquele vampiro me atacou.
- Que bom que você acordou. - Mary apareceu na minha frente séria.
- Onde estamos?
- Em um lugar seguro. Você tem noção de que quase morreu? Não que eu esteja reclamando, seria um alivio pra mim não ter que carregar você nas costas, livrando você de todas as merdas que se mete. - Sua voz exalava um tom enjoativo e dramático.
- Eu não vou me desculpar por sobreviver, se é isso que você espera que eu faça. - Sentei no sofá e a minha cabeça latejou de dor. - Mas obrigada. Como conseguiu me tirar de lá?
- Eu fui atrás de você minutos depois e observei quando o vertrics sentou do seu lado, no início pensei que não daria em nada, mas quando aquele vampiro te atacou... - ela fez uma pausa - Fui até lá e enfiei um estaca no peito dele. Ele estava tão concentrado no seu pescoço que não deu trabalho.
- Ele teve o que mereceu.
- Talvez não seja uma boa notícia, ele sabia onde Carlo estava, Annie. - Arregalei os olhos quando ouvi a frase.
- Depois eu faço tudo errado!
- Você que não soube lidar com a situação, era ele ou você. - ela se defendeu.
- Como você sabe que ele fazia ideia de onde Carlo estava?
- Conversei com o vertrics... Que agora já não é mais um vertrics e está muito agradecido a mim por liberta-lo. - Revirei os olhos para o tom vitorioso na sua voz.
- Onde ele está? - perguntei.
- Na cozinha, ele diz que se chama Pietro. - Ela sorriu de canto - Mas acredito que não seja seu verdadeiro nome.
- Você o trouxe para dentro de casa? - Me indignei.
- Sim, ele vai nos ajudar. - Vi Pietro encostar nas laterais da porta da cozinha e dei um sorriso forçado em direção a ele.
- Reunião particular? - a voz masculina intimidadora tomou conta da sala. Eu não gostava do jeito dele.
- Claro que não! Junte-se a nós - Mary convidou e ele sentou no sofá ao meu lado. - Vamos direto ao assunto. Como você vai nos ajudar? - Mary pareceu se concentrar somente em nele, já ansiosa pela resposta que ele daria.
- Vamos começar pelos fatos importantes. - Ele passou a mão no cabelo devagar e corou como se tentasse lembrar de alguma coisa olhando para as mãos no colo - Kenan - ele continuou e ao ouvir esse nome meu coração quase parou e eu pude sentir minha pele começar transpirar. - o vampiro que estava comigo recebia ordens de um tal Kenan. - Ele se calou como quem não tem mais nada a dizer.
- Continue - Mary foi insistente.
- Eu posso morrer se continuar falando - ele olhou nos olhos de Mary e depois nos meus, percebendo que nenhuma de nós duas estávamos nos importando se ele morreria ou sobreviveria, bufou - Kenan queria que meu mestre encontrasse Carlo e o lavasse até ele, vivo! Parecia algo como uma vingança pessoal. O vampiro a qual eu pertencia já sabia onde Carlo estava e nós estávamos indo para tal lugar, mas ele não mencionou em momento algum onde iríamos, e eu, bem... eu nunca faria perguntas.
- Isso significa que estamos perto dele. Não é?
- Creio que não, pelo que sei, Carlo não seria burro de ficar no mesmo lugar por muito tempo quando sabe que o clã dos Muthiks está atrás dele à tanto tempo e não descansará até encontra-lo.

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Duas faces do amor
VampirosApenas um dia foi o suficiente para que minha vida virasse um inferno. Demônios andam entre nós, demônios que chamados de vampiros. Eles não foram feitos para amar e sim para matar e destruir. E agora, o que eu mais desejo no fundo da minha alma é d...