O reencontro

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Eu me lembro de ter levado uma pancada na cabeça e apagado. Quando acordei estava em uma sala quase sem iluminação cheia de móveis antigos, senti falta da presença de Mary e Jake que não estavam comigo. Me ajeitei sentada no sofá e observei a sala, foi quando ouvi passos e um vampiro se aproximou.

- Que bom que você acordou. - Ele sorriu. - Damon quer ver você.

- O sentimento é recíproco. - Falei ironicamente depois de colocar a mão na cabeça que latejava de dor, percebi que eu ganhei um galo. O vampiro se afastou da sala entrando no corredor e voltou minutos depois.

- Venha. - Ordenou, eu levantei e o segui pelo corredor até uma escada, ele parou e fez um sinal movimentando a cabeça para que eu seguisse sem ele agora, subi a escada devagar e me vi em um salão enorme e iluminado por várias velas em cada canto. Típico.

- Boa noite, querida Annie. - O meu coração bateu mais forte e os meus olhos se arregalaram - Eu soube que você estava me procurando.

- Estava.

- É um prazer revê-la. - Ironizou

- O prazer é todo seu. - Um flash da noite em que minha mãe morreu passou pela minha cabeça e um ódio incontrolável tomou conta de mim e cerrei os punhos.

- Acho uma injustiça amigos da tanto tempo perderem o contato tão repentinamente. - Ele riu de novo e eu procurei por ele pelo salão, não vi ninguém. Quando eu desisti da busca olhei para os meus pés e balancei a cabeça negativamente. - Me fale Annie, como anda sua vida? - Agora ele estava atrás de mim, e por mais que eu quisesse virar e olhar em seus olhos, simplesmente não consegui.

Fiquei calada.

- Quais seus planos para o futuro?

- Isso não é problema seu. - Pensei em cravar uma estaca no seu peito, mas não tinha nenhuma.

- Não tem nenhum?

- Faço planos sobre o que devo fazer daqui à 5 minutos.

- Ah sim, e o que você pretende fazer daqui a 5 minutos? - Ele se aproximou de mim.

- Matar você. - Anunciei fria e senti Damon se afastar devagar.

- Você não teria coragem. - Ele se ofendeu como quem não acha que eu tenho motivos suficiente para matá-lo. - Consigo ouvir seu coração bater de medo. Não precisa ter medo de mim, Annie.

- Não sou eu quem está se escondendo. - Levei a mão até a cabeça onde a dor latejava.

- Faltam poucos minutos para meia noite. Podemos comemorar seu aniversário aqui. - Agora ele estava na minha frente, com um sorriso irônico que tomava parte do rosto, os cabelos negros e os olhos vermelhos, como sempre. Ou estavam vermelho ou negros. Meu sangue havia congelado e a vontade de encontrar uma estaca agora estava crescendo.

- Eu vou embora daqui. Antes da meia noite. Onde está Carlo?

- É uma pena... - Ele se afastou de mim alguns centímetros - O seu pai iria amar se pudesse lhe ver, pena que eu não o tenha encontrado. Ele não está aqui, mas fico feliz que Jake tenha a enganado tão bem.

Meu coração acelerou, não consegui acreditar que ele havia feito isso comigo.

- Você e seus jogos infantis. Por que não cansa disso nunca? - Eu estava pensando no que Mary iria falar e fazer se estivesse no meu lugar, ele faria a coisa certa e eu estava tentando seguir os passos dela.

- Vou ignorar as suas críticas. Que tal um jantar? - Ele passou a mão pelos cabelos e me fuzilou com os olhos semicerrados esperando uma resposta. Fiquei calada, eu não sabia o que fazia, mas sabia que não tinha escolha. - Vamos?

Duas faces do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora