Quem eu sou?

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     Estou me sentindo vazia, é como uma confusão dentro de mim, passei várias semanas treinando todos os dias sem parar com Damon e outros vampiros, principalmente com Victor, se tem alguém que está me ajudando a pensar menos nas perguntas que nunca me são respondias como "quem eu sou?", "porque eu estou aqui?" ou "como vim parar aqui?", esse alguém é ele. Mas talvez hoje as minhas perguntas sejam respondidas, talvez hoje na festa Damon me responda algumas coisas. Ouvi alguém batendo na porta do quarto:

—Posso entrar? — Era a voz de Victor.

— Entre. — Ele entrou no quarto com um vestido avermelhado nas mãos e uma caixa de sapatos, sentou ao meu lado na cama e sorriu.

— Não tinha nada melhor pra mim? — Perguntei.

— Não fui eu que escolhi. — Ele se defendeu.

— Mas serve… — Forcei um sorriso e ele suspirou.

— O que aconteceu? Por que essa cara?

— Só estou pensando em algumas coisa. — Respondi observando a parede rosada do quarto e depois me concentrando na janela aberta, a brisa de fim de tarde entrava e fazia a cortina de seda branca se mover.

— Coisas… Que coisas?

— Esqueça. — Pedi voltando a olhá-lo.

— Você sabe que tudo irá ser respondido quando você estiver pronta. Tenha calma. — Seus olhos alaranjados quase vermelhos transmitiam confiança e eu confiava nele. Victor passou a mão nos cabelos castanhos claros e eu percebi que aquilo era uma mania irritante.

— Tudo bem. Melhor eu começar a me arrumar. — Fiquei de pé, deixando o vestido e a caixa sobre a cama.

— É, praticamente já escureceu. Depois iremos conversar mais sobre isso, não pense que irá fugir de mim. Ninguém nunca conseguiu. — Ele sorriu maliciosamente e aquilo me fez sentir vontade de rir.

— Eu imagino. — Sorri.

Ele se aproximou e beijou a minha testa enquanto as suas mãos pousavam sobre as laterais do meu rosto, me observou como se quisesse ter certeza de alguma coisa e e depois se afastou alguns centímetros.

— Daqui a pouco Damon virá buscar você para descerem juntos, ele tem que descer com você. — Victor deu um sorriso amarelo e foi em direção a porta.

— Por que comigo? — Perguntei e ele olhou para mim parecendo tentar formular uma boa resposta.

— Porque você pertence à ele. — Ele me olhou intensamente e sorriu suave com ajuda dos olhos. Aquelas palavras ecoavam na minha mente, como se fossem corretas, mas algo dentro de mim dizia que eu não deveria acreditar, que aquilo não estava certo, e era essa mesma intuição que me fez quase abandonar o treino e ir perguntar para aquele desconhecido que marcou comigo aquele dia no bar, o jeito íntimo que ele falava comigo e o jeito que ele me olhava parecia mais familiar do que qualquer coisa que eu já tenha vivido dentro desse lugar.

Duas faces do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora