Chapter 1

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Louis pov.

A chuva começava a cair no lado de fora da caverna. Os raios formavam cicatrizes no céu escuro e a ventania piorava a minha condição de temperatura, sem falar que era inverno. Respirei fundo e tentei, novamente, fazer pelo menos uma fagulha de fogo para me esquentar. Tudo bem que eu era um Ômega Lúpus e poderia muito bem me transformar para me manter em uma temperatura confortável, mas se não fosse pela minha falta de controle sobre esse outro lado, eu o faria. Então, era bem melhor continuar tentando fazer fogo igual os homens primitivos de uma outra era.

- Você não tem a técnica. Simples. – Stanley Lucas. Ele era um Beta Lúpus e estava fugindo do Novo Governo, assim como eu. A diferença era que eu já tinha sido pego duas vezes, mas tinha conseguido escapar. E durante essas minhas prisões temporárias eu havia descoberto várias coisas, como fazer fogo, na internet enquanto os guardas, que deveriam estar me vigiando, dormiam em pé.

- Você não faz nada, então não reclame. – falei esfregando os dois pedaços de madeira. Tinha encontrado Stan há, apenas, dois dias, mas não suportava mais sua presença. Além de resmungão, era preguiçoso e involuntário. Ou seja, o trabalho de nos manter vivos durante esses tempos difíceis era meu. Espero que, de nós dois, ele seja o primeiro a morrer, então eu teria um tempo de paz até encontrar o meu fim.

Quando eu menos esperava, uma fagulha se acendeu e eu dei um salto dali, me assustando. Grunhi de felicidade e fui pegar mais lenha que havia reservado hoje de manhã.

Logo nós dois estávamos envolto a fogueira, em silêncio, nos aquecendo. Tinha me esquecido de quão bom era ter um minuto de conforto, mas isso foi cessado quando o teto interno da caverna começou a gotejar. Em minutos a fogueira já estava desaparecendo.

Eu odeio tempestades. Ainda mais depois de descobrir o que eu era em meio a uma. Depois daquele fatídico dia, deixei minha família e amigos para trás e passei a fugir. Agora, eu vivo de furtos à pequenos comércios de Betas e de uma esperança de que um dia eu irei encontrar o refúgio para os Lúpus que todos falam.

Eu acredito nisso.

Stanley grunhiu, frustado quando finalmente a fogueira desapareceu.

- Você poderia fazer algo, não é? – resmunguei virando para o lado oposto. Ele apenas bufou pelas narinas e se virou de costas para mim também, se deitando na superfície fria e me ignorando completamente. Apenas revirei os olhos e dei atenção para a tempestade que acontecia na nossa frente, as rajadas de água e a ventania faziam parte do meu cenário atual, mas... Parecia haver algo mais. Fiquei de pé, me aproximando da entrada da caverna e forcei a vista para tentar enxergar direito em meio à neblina.

Sim, eu estava certo! Havia uma iluminação no topo da colina que ficava à alguns quilômetros da caverna onde estávamos. Abri um sorriso de orelha a orelha e corri até Stanley, balançado seu corpo já adormecido.

- O que foi agora? – ele rosnou e eu recuei. Merda, odiava ser um ômega e ter que recuar aos rosnados dos outros Lúpus. Ele viu o que tinha feito e bateu com a mão na testa: – Desculpe, eu me esqueci que você é um ômega...

Apenas respirei fundo e peguei seu braço, o arrastando até a entrada da caverna e o botando de pé, com certa dificuldade, já que ele atrapalhava o processo com a sua lerdeza. Apontei para o local onde havia iluminação e ele franziu o cenho, mas depois forçou um pouco a vista e sorriu:

- Pode ser o Refúgio. – ele disse e eu assenti, mas do mesmo jeito estava preocupado.

- Mas pode ser, também, uma base do Novo Governo, para descobrir o paradeiro dos outros Lúpus e descobrir se esse tal Refúgio é real. – falei observando cada detalhe daquele local, mesmo que a visão não seja uma das melhores. Então, resolvi atentar para uma de minhas habilidades.

Wolfs Among Us (AU! Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora