O leão. O rei das selvas é o estigma da força. Em arenas de Donovan, os mais bravos gladiadores lutavam contra essas criaturas que eram retiradas da Nação das Trevas em épocas antigas. Dizia-se que lutavam tanto com os leões pequenos que os extinguiram do sul dos Oito Reinos. No entanto, havia também os leões atrozes e outras criaturas terríveis que rondavam o país, e apenas os mais brutais e selvagens gladiadores podiam sobreviver numa luta um contra um Leão atroz. O imperador e o público queriam sangue, não um abate de cinco homens contra uma fera gigantesca.
Por sorte, nunca conheceram o Povo Leão de Burt no Continente do Mosaico. Quando o homem-leão abandonou sua tribo e ouviu essas histórias, também escutou que capturavam povos selvagens de Westerin, dos Oito Reinos e do interior de Donovan como escravos. Os favoritos eram o Povo Gato, que aprendiam rápido e, com o devido respeito, tornavam-se dóceis segundo os senhores de escravo. Aquilo irritava Burt.
"Aceite a natureza, meu Burtan" falava sua mãe "Aceite a natureza selvagem e a natureza dos civilizados. Aceite e cuidado para não cair nas suas armadilhas".
Burtan era o primeiro filho de Nykitan, uma orgulhosa leoa do seu povo. Nykitan assumia o papel como lavadeira e tecelã junto com outras mães. Tinha cinco anos quando conheceu seu segundo pai. "Meu primeiro pai está com minha mãe, meu segundo pai é o líder da tribo", para muitos na tribo, o segundo pai era também seu primeiro pai, entretanto, o primeiro pai sempre acabava criando essa criança como fosse seu próprio filho. E ninguém nutria ressentimentos, afinal, porque era um costume antigo.
Seu segundo pai possuía uma juba negra como a noite e os pelos da cor de madeira da savana. O líder da tribo, Zithembe, reuniu seus quatro filhos de cinco anos. "Seus segundo filhos" recordava Burtan.
Na tribo do Povo Leão, Zithembe, o Macho-Alfa, possuía o comando porque provou ser o mais forte e também o mais apto para o comando. E o macho-alfa, todos sabiam, recebia alguns poderes e direitos, por exemplo. Não era uma monarquia onde ele decidia tudo sozinho, mas sim uma espécie de decisão de família. Nunca ele declararia guerra e colocaria seu povo na linha de fogo se não fosse necessário. Ele também discutia a possibilidade de êxodo. Quem treinava os membros da tribo. Quais iriam para as caças e onde. Quem cuidaria enquanto os caçadores saíam para coletar. E também havia o direito da primeira noite e, na maioria dos casos, do primeiro filho.
Zithembe e todos os chefes de Taba antes dele tinham o direito a primeira noite das fêmeas nascidas na tribo. Se essa comunhão resultasse em um filho, seu destino passaria a pertencer ao chefe de Taba, que decidiria que função ele ocuparia. Se não, paciência. Das dez donzelas, quatro foram presenteadas há cinco anos com filhos de Zithembe. Incluindo Nykitan, a mãe de Burtan.
Burtan gostava do seu primeiro pai, um vigilante chamado Boatengue. Seu primeiro pai vigiava os limites da vila e cuidava das famílias quando Zithembe levava grupos de caçadores para alimentar e estocar comida nos arredores. Era um trabalho honroso igual a todos os outros como pescador e comerciante, mesmo assim, Burtan ansiava pela chance de tornar-se um grande caçador.
Os caçadores alimentavam as famílias na tribo e trabalhavam ao lado de Zithembe. Os vigilantes também eram honrados, mas a maioria dos jovens leões desejavam tornarem-se caçadores. Quem iria querer passar a vida pastoreando ovelhas ou plantando nabos? Isso é trabalho de caçador aposentado, como o Velho Bombur, depois de perder uma mão para uma das feras das savanas ao sul, o macho-alfa antes de Zithembe, Volante, pediu para que arranjasse uma nova função no grupo. Volante sentiu que seu segundo lugar era na cozinha.
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O Leão e a Elfa
FantasyBurtan e Nerina são um casal inusitado. A história narra o momento que o brutamontes Burtan - um macho do povo-leão das Terras Selvagens, um caçador extremamente hábil, voraz e perigoso - encontra a delicada, sedutora e ardilosa Nerina - uma elfa D...