Na arena, Zithembe e os anciões discutiam se continuariam a competição ou iriam atrás de Nozes, um guerreiro experiente perdido na mata poderia estar ferido ou algo do gênero. O líder da tribo não poderia fazer pouco caso daquela situação. Ordenou que mais vinte caçadores se juntassem a busca, procurando Nozes, soprando seus berrantes e sempre em grupos, se houvessem selvagens espreitando pelas fronteiras, estariam perdidos.
Passava do meio-dia, depois de um grande banquete de três horas festejando aquele dia, decidiram eliminar quatro competidores, entre eles Nozes. Restaram apenas Gaiado, o criador de porcos; Burtan; Hoya; Janv; Prescott e Plêir-Tiou. Quando o sol estivesse dando lugar à noite, começariam os combates singulares, a prova de sabedoria já passara e os anciões enxergavam algo nas escolhas dos campeões que eles mesmos não poderiam entender. Talvez fosse alguma espécie de adivinhação, previsão. Talvez só importasse a batalha mesmo.
O povo de Burtan reconhecia a personalidade de qualquer guerreiro apenas pela forma que ele lutasse. Alguém que luta com um sorriso no rosto jamais se tornaria líder, apenas lunáticos se entorpeceriam na ideia do risco de morte – um desses não poderia guiar seu povo. Poderiam perceber o covarde pela forma do seu jogo de pés, o ingênuo pela forma que segurava espada, o leigo pela forma como não segurava. A partir daquele momento, Burtan e seus concorrentes lutariam entre si até que o último combate fosse à luz das chamas.
Os anciões sortearam os combates que formariam aquela chave. Haveriam três combates individuais, um deles acabaria indo direto para final, enquanto os outros dois vencedores dos dois combates remanescentes iriam lutar entre si e determinar por meio dessa luta quem iria para final. Depois de alguns mantras e orações, os anciãos determinaram que a terceira luta fosse Prescott contra Gaiado. Um caçador contra um criador de porcos, este proibido de usar sua magia. Assim Prescott avançaria impetuosamente contra o criador de porcos sem se incomodar com qualquer feitiço, ainda mais: Prescott nunca subestimava seus inimigos, principalmente um mago. Tanto ele quanto Burtan reconheciam que o que faltava de habilidade na espada para Gaiado sobrava em esperteza.
O povo ansioso para assistir o confronto entre dois indivíduos peculiares – o melhor caçador contra o melhor criador de porcos – se contentaram com os combates singulares entre os competidores que almejavam a final.
Burtan lutaria contra Jarv, o caçador que encontrou aquele animal estranho – o pato-esquilo. Hoya lutaria com Plêir-Tiou e nisso os dois se separaram. Nenhum deles trocou uma palavra sequer e a cabeça de Burtan queimava neurônios tentando descobrir os motivos da leoa, por que ela agia daquela maneira, se ressentia-se ou não com o passado. Acabou que apenas lutando descobriria algo.
Se ele temia lutar com Hoya? Talvez. Apesar de vigia, temia pegar leve demais com ela e perder a chance de liderar seu povo por causa da sua incredulidade. Depois, seria terrível descobrir tarde demais que ela era muito mais do que aparentava. Por isso, assistiu atentamente a luta da leoa contra Plêir-Tiou.
Cada um trazia seu escudo, suas armas e sua armadura. Plêir-Tiou escolhera uma lança e um escudo grande para proteger o corpo, notável era sua vantagem em cima de Hoya, um sujeito mais bem treinado em combate e com armas de longo alcance. Mesmo a espada do pai de Hoya encontraria trabalho para acertar o corpo do seu rival. Hoya, falando nisso, usava aquele seu mesmo elmo entalhado de madeira, uma grande crista vermelha e o escudo da flor, além da velha espada do seu pai. Ela reluzia à luz do sol e aparentava não ter envelhecido um ano a mais ou a menos. Afiada até a base, um ponto a favor para quem soubesse usar bem aquela espada, será Hoya uma dessas pessoas?
- As regras são simples – anunciou Akahr Anvisa para todos – no combate corporal, o primeiro que causar algum ferimento, corte ou sangre o rival já ganha o combate. Não é teste para covardia, mas sim de força. Ao mesmo tempo em que o campeão precisa cuidar da sua defesa, deve pesar seu ataque também. Não peguem leve, mas também não tenham intenção de matar. Rsa e Yuu estarão aqui para analisar qualquer irregularidade e tratar rapidamente os feridos.
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O Leão e a Elfa
FantasiaBurtan e Nerina são um casal inusitado. A história narra o momento que o brutamontes Burtan - um macho do povo-leão das Terras Selvagens, um caçador extremamente hábil, voraz e perigoso - encontra a delicada, sedutora e ardilosa Nerina - uma elfa D...