Do velho castelo eu reinava absoluto ao lado de minha princesa.
Também ouvi sua indagação mental feita agora. Vou esclarecer: sim, eu escolhi uma mulher que praticou muitos abortos e tinha sido uma rameira quando na carne, somente para continuar com seu trabalho. Havia sido mulher de todos e de ninguém. Não tinha moral nem caráter, não era virgem, pura ou santa, nada disto. Ela não tinha nada a ocultar ou mostrar. Era o que era e fim de conversa. Mas ficou ao meu lado porque eu a tirei das garras do Príncipe. Ela também havia aprendido sua lição. Não queria que a possuíssem. Pois o Príncipe a possuiu e ela odiou isto. Hoje não aceita que ninguém a toque. Aí do idiota que tentar tal coisa! Pagará caro por tentar. Eu, por minha vez, aprendi minha lição. Nada de preconceitos tolos ou de exploração do sexo oposto. Nós dois estávamos conscientes do preço pago e por isto nos demos tão bem. Saiba que encaminhamos milhares de mulheres para o bom caminho, tirando-as do caminho das Trevas.
- Como faziam isto?
- Nós as tirávamos do umbral ou da crosta terrestre e lhes mostrávamos o erro cometido. Alguns anos ou décadas nas hostes eram o suficiente para conseguirem se encaminhar para as regiões de luz.
- Porque fizeram isto?
- Por causa dos livros negros. Se o que estava escrito no livro negro também estava escrito no livro branco, então, que se inscrevesse nos dois livros que um barão que arruinou algumas mulheres e uma mulher que arruinou alguns homens, levantaram das Trevas e puseram no caminho da evolução milhares dos dois sexos.
- Mas sem ninguém lhes pedir?
- Para que esperar alguém pedir? Isto é hipocrisia, coisa de falso pregador. Quem quer fazer algo é livre para isto, não precisa esperar que alguém lhe peça. Simplesmente o faz e pronto.
- E isto os ajudou?
- Sim e muito. Mas não fizemos ou fazemos isto para sermos pagos por alguém ou receber uma comenda de boa conduta. Apenas achamos que temos uma dívida para com a humanidade e nada mais.
- Vejo que tenho que aprender com você, Professor da Meia-Noite.
- Acho que muitos poderiam aprender comigo. Isto pouparia trabalho, tanto para a Luz como para as Trevas. Mas, como eu dizia, nós fazíamos apenas trabalhos que estivessem de acordo com a lei do carma e isto nos livrou de choques com a Lei. Eu pessoalmente nunca tive problemas com a Lei. Isto me trouxe prestígio entre os guardiões dos outros pontos. Alguns até vinham se aconselhar comigo. Um dia, um ente da Luz se aproximou de mim e pediu para falar comigo. Eu concordei em ouvi- lo, pois não temia à Luz, mas sim respeitava-A. Muitos A temem até hoje, mas eu não.
Ele começou a falar:
- Guardião da Meia-Noite, tenho algo a lhe propor.
- Estou ouvindo-o, ser da Luz.
- Meu nome é Cavaleiro da Estrela da Guia. Sou guardião da lei do símbolo da estrela.
- Eu o saúdo por seu grau, Cavaleiro da Estrela da Guia. Chame-me de professor do livro negro, pois é assim que os meus me chamam. O que deseja de mim?
- Preciso de auxílio.
- Eu auxiliá-lo Cavaleiro? Como? Está em alguma grande encrenca?
- Não, mas com uma missão das grandes e espero contar com sua ajuda. Eu tenho observado o seu trabalho nas Trevas e acho que é o guardião ideal para tal missão.
- Do que se trata, Cavaleiro?
- Gostaria de me acompanhar em uma viagem?
- Nada tenho a perder ou a temer. Portanto aceito! Mas posso levar minha princesa?
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O Guardião da Meia-Noite
EspiritualEste é um livro de ensinamentos éticos, envolvendo os tabus da morte e dos erros vistos sob uma nova ótica. Nova porque somente agora está sendo quebrada a resistência da ciência oficial, mas que é, realmente, muito antiga, anterior aos dogmas que i...